Após nove anos desde Histórias Cruzadas, Viola Davis comentou e refletiu sobre seu papel, dizendo se sentir culpada.
Em um contexto onde o movimento Black Lives Matter (Vidas Pretas Importam, em português), mais questões raciais e étnicas estão sendo trazidas a tona. Além disso, muito se tem falado sobre o tipo de representação que minorias recebem vindo das massas de comunicação e entretenimento – o cinema sendo uma delas.
Assim, em entrevista para a Vanity Fair, a ganhadora do Oscar refletiu sobre todos esses fatores. “Poucas narrativas são investidas na nossa comunidade“, disse. “Elas são investidas na ideia do que significa ser preto, mas…. é voltado para um público branco“.
Viola continua dizendo que não se arrepende de trabalhar com o elenco e diretor. Porém, é a perspectiva do longa em sua personagem, Aibileen, que é contata através da perspectiva branca. “O público branco, no máximo, pode sentar e aprender sobre nós. Ai eles saem do cinema e e conversam sobre o que aquilo significou. Mas eles não são movidos por quem nós somos“, completa.
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A atriz confessa que se sente traída por si mesma após sua participação no longa. Além disso, Davis sente que os protestos que estão acontecendo agora não são novos para ela, pois suas próprias ações sempre foram um protesto.
“Tem uma parte de mim que sente que traí a mim e a comunidade, porque eu estava em um filme que não estava pronto para contar [toda] a verdade“, confessa. “Eu sinto que minha vida inteira foi um protesto. Minha empresa se produção é meu protesto. Eu não usando uma peruca para o Oscar em 2021 foi meu protesto. É parte da minha voz, assim como me apresentar para você e falar ‘Oi, meu nome é Viola Davis”.