Vida eterna ao Horror! Do Drácula gótico às animações infantis, relembre as melhores adaptações do Conde no cinema

Se, no início do século XX, a legião de fãs do cinema de horror ainda duvidava que clássicos como Drácula se tornariam eternos, agora temos o veredito: a imortalidade desses personagens está confirmada, dentro e fora da ficção.

A conexão entre a imortalidade cultural e o nosso vampiro explica por que é tão difícil enjoar de sua história. Como será que Drácula se tornou um objeto de cobiça entre cineastas?

Desde o lançamento do livro O Drácula de Bram Stoker, em 1897, o mito dos vampiros se expandiu para outras artes, como teatro e cinema. O impacto de Stoker é visível nas inúmeras adaptações de diretores de vários gêneros.

A origem de Drácula no teatro aconteceu na Alemanha, com produções sombrias que usavam sombras duras e roteiros poéticos. Além disso, o Estúdio Universal foi essencial na construção dos vampiros modernos e das histórias de horror aceitas em Hollywood. Após séculos e várias adaptações, o personagem ainda fascina e prova sua versatilidade, especialmente no Halloween, mostrando como o cinema continua a conectar gerações aos clássicos.

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Com o Halloween recente, vamos explorar a cronologia de Drácula, que ganhou vida em atores como Gary Oldman, Christopher Lee e Nicolas Cage. E claro, sem deixar de prestigiar suas novas versões, incluindo a próxima adaptação prevista para 2025.

O universo de Drácula

Hoje, a Transilvânia é um dos destinos turísticos mais populares. Isso, porque, grandes escritores souberam aproveitar suas figuras históricas que marcaram a Europa Oriental. A Romênia, terra natal de Drácula, já foi lar de imperadores e de nobres excêntricos que lideravam batalhões, e agora atrai fãs da estética gótica com castelos, caixões e criaturas lendárias que se alimentam de sangue.

O mito do Conde foi inspirado em uma figura histórica: Vlad, o Empalador, príncipe da Valáquia. Cruel, ele empalava suas vítimas e os que discordavam dele. Conhecido como Drácula, nome derivado da palavra eslava “Dracul”, que significa “Filho do Dragão”, Vlad III era filho de Vlad II, apelidado de Vlad Dracul (“o Dragão”). Na literatura e no cinema, Vlad se torna um ser mitológico, cruel e sobrenatural, que deixa seu castelo na Transilvânia para ir à Inglaterra em busca de novas vítimas.

As primeiras adaptações de Drácula surgiram nos anos 1920 e 1930. A primeira tentativa dramática no cinema enfrentou dificuldades: Friedrich Wilhelm Murnau não obteve o apoio da família Stoker para o filme Nosferatu – Eine Symphonie des Grauens (1922). Embora houvesse tentativas de bloquear o filme, ele foi lançado sem os direitos da obra.

Dirigido pelo alemão F.W. Murnau, Nosferatu traz características fiéis ao romance de Stoker. Murnau criou um vampiro com horror animalesco, marcando o Expressionismo Alemão e sendo lembrado até hoje como um dos grandes filmes do gênero.

O cinema do expressionismo Alemão

Narrativas que desafiam o psicológico e as leis do mundo concreto, sombras dramáticas, figurinos e cenários vitorianos são características do cinema expressionista. Desde a década de 1920, o movimento já se difundia em outras artes e encontrou no cinema terreno fértil. Diretores como Murnau e Fritz Lang foram essenciais para tornar os primeiros monstros aceitos pelo público.

O expressionismo explorava o tormento psicológico e a desordem emocional dos personagens, tornando devaneios humanos em realidade. Isso refletia diretamente a crise social e política que cobria a Alemanha após sua derrota na Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

De volta à Transilvânia:

Após Nosferatu, o clássico Drácula (1931) de Tod Browning trouxe Bela Lugosi no papel principal. Com planos fixos, diálogos teatrais e uma fotografia marcante, o filme se tornou um marco no cinema em preto e branco. Lugosi se eternizou como o rosto mais icônico de Drácula.

Em 1992, Francis Coppola marcou a cronologia do vampiro com O Drácula de Bram Stoker, uma das adaptações mais populares e fiéis ao romance original. Com Gary Oldman no papel principal, o filme trouxe um Drácula sarcástico e sensual, além de uma trama romântica. O visual exagerado, com cores intensas, maquiagem e trajes excêntricos, tornou essa versão icônica na história do personagem.

Em 2020, a BBC lançou uma minissérie de três episódios sobre Drácula, disponível na Netflix. Embora tenha recebido críticas mistas, os fãs elogiaram as atuações e a estética visual. Steven Moffat e Mark Gatiss, criadores de Sherlock, foram responsáveis pela adaptação.

Em 2023, Nicolas Cage interpretou Drácula em Renfield – Dando o Sangue Pelo Chefe, dirigido por Chris McKay. O filme é focado em Renfield, o servo de Drácula, e mistura comédia ácida com horror gore. A combinação de piadas e muito sangue agradou fãs, até os mais nostálgicos, mantendo Renfield e Drácula “vivos” na imaginação dos espectadores.

Com Hotel Transilvânia (2018-2022), a Sony transformou Drácula em um personagem infantil e cativante. Genndy Tartakovsky criou um Drácula divertido, que, com a voz de Adam Sandler, se mostra um pai carinhoso, subvertendo a imagem fria e sombria do conde.

Por onde anda o Drácula hoje?

O icônico vampiro está mais vivo do que nunca! E as buscas por novas obras do personagem só crescem. Agora em 2025 teremos o lançamento do: Drácula: A Love Tale, de Luc Besson, promete trazer uma versão sombria do clássico, estrelada por Caleb Landry Jones. E não para por aí: Nosferatu, uma das primeiras adaptações de Drácula, também ganhará um novo remake em janeiro de 2025. Com uma rápida busca, podemos ver o crescimento do interesse pelo personagem nas pesquisas do Google, com a ferramenta Google Ngrams, que comprova o aumento contínuo das buscas por títulos e obras relacionadas ao vampiro, especialmente após lançamentos que deram tanto sucesso. O legado de Drácula segue firme no cinema, e você não pode deixar de acompanhar os próximos lançamentos né?

Camila Tognin
Estudante de jornalismo e cinema, apaixonada por obras que abordam a visibilidade LGBTQIA+ e revoluções sociais. Muito fã de desenhos e Gamer nas melhores horas.