Um Dia de Chuva em Nova York – Um filme bonito, mas nada inovador

um dia de chuva

“Um Dia de Chuva em Nova York” finalmente chega aos cinemas nesta quinta feira, após sofrer uma série de adiamentos devido as polêmicas envolvendo o diretor do longa. Woody Allen, diretor e cineasta renomado no meio cinematográfico, esteve envolvido em uma série de acusações de assédio. Devido a estes problemas, “Um Dia de Chuva em Nova York”, que deveria ter sido lançado em 2018, foi cancelado e não teve mais nenhuma informação sobre seu lançamento. Sem previsão de estreia nos EUA, o filme estrelado por Timotheé Chalamet e Elle Fanning chega aos cinemas brasileiros hoje (21/11).

O filme conta a história de um jovem casal que planeja um final de semana em Nova York, após Ashleigh (Fanning) receber a oportunidade de entrevistar um renomado diretor de cinema. Gatsby (Chalamet), nova iorquino de nascença, planeja uma viagem romântica com sua namorada, mas tudo sai conforme ele não planejava diante dos muitos obstáculos que mantiveram o casal separado durante o dia inteiro. Enquanto Ashleigh mergulhava de cabeça no mundo do cinema, conhecendo diretores, roteiristas e atores do meio, Gatsby reencontra velhos amigos do colégio e até mesmo Chan (Selena Gomez), a irmã caçula de sua ex-namorada da escola. O casal principal não possui a menor química, e dificilmente suas cenas juntos são capazes de cultivar o telespectador. Enquanto Gatsby é um alma livre, um poeta-músico confuso com o que quer do futuro, e em constante questionamento sobre tudo e todos a sua volta, Ashleigh, por outro lado, é uma garota do interior sonhadora, ingênua, que enxerga tudo o que há em Nova York com os olhos brilhando.

A comédia veio em doses certas, sutis, mas não é uma comédia pastelão onde você mais passa tempo rindo da cena do que assistindo ao filme em si. Me atrevo a dizer que certas tiradas apresentadas no filme não serão tão engraçadas para o público geral, pensando no fato de que nem todo mundo entenderá as referências a obras, filmes e aquelas coisas que só Allen coloca em seus filmes.

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O roteiro de “Um Dia de Chuva em Nova York” é extremamente previsível, e embora te prenda, não é nada inovador. Se comparando com outros trabalhos de Allen, você acaba tendo uma presente sensação de déja-vu. A mesma garotinha ingênua pode ser vista em outros filmes do cineasta, assim como o protagonista levemente confuso com sua própria vida e superficialmente sombrio e profundo. Embora o casal principal não cative nem um pouco, as cenas de Chalamet com Gomez são, de longe, as mais divertidas e interessantes do filme.

O pano de fundo é a boa e velha Nova York, chuvosa e cinzenta, do jeito que Allen gosta. Não há nada de inovador, mas traz uma sensação de nostalgia para os que sentiam falta dos filmes do cineasta com a visão do amor pela cidade. Pontos turísticos, assim como a narração apaixonada de Gatsby pela cidade fazem o telespectador mergulhar no filme, e mesmo que não seja exatamente a coisa mais inovadora do mundo, você realmente se sente preso ao momento, ao lugar.

Outros grandes nomes como Jude Law, Diego Luna e Rebecca Hall também marcaram presença no longa. Mas, infelizmente, nenhum destes teve seu talento verdadeiramente aproveitado, seus personagens tendo uma leve aparição em algum momento do dia de Gatsby ou Ashleigh, o que foi um verdadeiro desperdício de talento destes atores.

Pode-se dizer que, Um Dia de Chuva em Nova York é um filme bom, porém extremamente mediano se comparado a outras obras de Allen. Um elenco de peso não foi o bastante para trazer toda a força que o filme precisava, mas para quem é fã de uma boa comédia romântica, e digo boa mesmo, acredito que este filme é a escolha certa para o final de semana.

Nota: 3.5/5

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