Nesta sexta-feira (14) a cantora Miley Cyrus, lançou seu novo single Midnight Sky juntamente de um clipe lúdico e colorido dirigido pela mesma. Em vinte e quatro horas, o videoclipe atingiu a marca de dez mil visualizações. O single dançante segue a mesma linha dos anos 80 que outros artistas como Dua Lipa, The Weeknd e Lady Gaga também estão apostando.
Miley prometeu três EPs aos fãs, o já lançado SHE IS COMING, SHE IS HERE (ou She is Miley) que se inicia com Midnight Sky e outro o qual o nome não foi divulgado.
A música traz uma nova Miley, não é à toa que a chamam de camaleão musical, misturando sons e estéticas dos anos 80, o clipe é lúdico, divertido, sexy e uma explosão de cores. Podemos chamá-lo de ode à libertação, já que é exatamente do que a letra se trata, e o clipe consegue se encaixar explicitamente na temática e na nova era de Miley, também mostrada em Mother’s Daughter. O título Midnight Sky (céu da meia-noite em tradução livre) faz referência à sensação de liberdade que alguns sentem durante a noite, o período em que todos dormem.
A própria cantora definiu o single como um “hino bissexual e pansexual” em entrevista ao podcast Call Her Daddy e contou como queria falar assumidamente sobre homens e mulheres na música. Miley coloca perfeitamente o empoderamento de ambos ao não citar gêneros na letra além de Veja meus lábios na boca dela/Todo mundo está falando agora, baby e Veja as mãos dele em volta da minha cintura, reforçando a ideia do clipe ser para a comunidade LGBTQ+.
No verso citado acima Veja meus lábios na boca dela, é de se pensar que faz alusão à época que Miley terminou seu casamento com Liam Hemsworth e após pouco tempo, foi divulgada fotos suas beijando sua então namorada, Kaitlyn Carter. As fotos trouxe assunto e manchetes para a cantora por dias, reforçando o Todo mundo está falando agora, baby.
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Miley canta, dança e sensualiza no clipe para mais ninguém além dela fazendo jus à letra Eu nasci para correr, eu não pertenço a ninguém, oh não e Mas já faz muito tempo desde que/Eu me senti tão bem por conta própria.
As cores no vídeo trazem a lembrança das bandeiras bi e pansexuais, as cenas em que ela está cantando em um espaço preto, o mais neutro do clipe, lembram baladas disco dos anos 80 e karaokês famosos no Japão, que é algo comumente usado por artistas, como podemos ver em Lost In Japan do cantor Shawn Mendes e End game de Taylor Swift. As cenas na sala de espelhos só reforçam o fato de que She Is Miley, uma mulher que é dona da própria vida, vive como acha melhor e que firmemente acredita que “Não é tão ruim se eu quiser cometer alguns erros”.
Os takes fotográficos valorizam Miley, juntamente com o vestuário ousado, sabiamente escolhido e a maquiagem marcante, o que não acontece com o corte de cabelo que faz referência aos anos 90, o que, se formos levar em conta o intuito da letra, não é da nossa conta julgar se está estranho ou não.
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No geral, podemos nomear Midnight Sky como uma outra perspectiva de We Can’t Stop. O lado melancólico de Malibu e a versão madura de Wrecking Ball. Não é um hit chiclete como as músicas acima e passa a impressão de que “falta alguma coisa” no conjunto ritmo/melodia, mas o conteúdo de uma letra rica, cheia de referencias e representações e a publicidade certa, basta para que o single seja um sucesso.
Confira o clipe abaixo:
MIDNIGHT SKY
Artista: Miley Cyrus
Ano de lançamento: 2020
Gravadora: RCA Records Label
Nota: 4,5/5