“As músicas evocam sensações, não fatos. A auto expressão diz respeito ao sentimento de viver, e não se alguma emoção despertada em determinado momento era justa ou não.”
E é com essa frase que começo a te contar sobre um dos melhores livros que já li na minha vida. Há muitos livros por aí que falam de música, sejam eles biografias, contos, ficções, entre outros. Mas, pouquíssimos deles me envolveram tanto quanto Daisy Jones & The Six me envolveu. E se você gosta de ler e ouvir música, saiba que esse livro é para você.
Escrito por Taylor Jenkins Reid, o livro retrata a história da banda de rock mais amada dos Estados Unidos, indo desde a sua formação em 1970 até a sua separação em 1979. Em formato de entrevista, a autora deixa claro desde o começo que sua função com a obra é trazer a transparência da trajetória da banda, e ela faz isso contando como Daisy Jones começou a carreira e como os The Six conseguiram a fama, e, depois, como o caminhos de ambos se cruzaram para dar vida, enfim, à banda.
Com uma escrita leve e envolvente, o livro é cheio de reviravoltas (principalmente quando o final se aproxima), e se torna aquele tipo de leitura que você consegue terminar em um dia, apesar das 244 páginas. A autora consegue transmitir todos os sentimentos de cada personagem, e o leitor se sente cada vez mais próximo dos acontecimentos, como se estivesse vivendo com eles. Isso acontece, também, por ela saber descrever a época (décadas de 60 e 70) e os percalços que cada um enfrentou ao longo do caminho.
A obra também aborda vários temas atuais, mesmo se passando há 50 anos. As mulheres são fortes e independentes, as drogas são extremamente acessíveis e, consequentemente, há uma grande quantidade de viciados e, por fim, os homens ainda se acham os donos do mundo. Mas, também retrata os problemas da indústria musical, e como grandes canções são compostas. Daisy Jones & The Six é um compilado de problemas emocionais, psicológicos e traumáticos, mas, ainda sim, a história é relatada de maneira leve e quase cômica.
“Mas o amor não se resume a perfeição, diversão, risos e sexo. Amar é perdoar, ter paciência e fé, e de vez em quando levar um murro no estômago. É por isso que é uma coisa perigosa se apaixonar pela pessoa errada. Amar alguém que não merece ser amado. Precisa ser alguém que mereça sua confiança, e você precisa merecer a confiança da outra pessoa. Isso é uma coisa sagrada.”
Ainda assim, além de todas essas características, o livro carrega várias histórias de amor (não é atoa que é caracterizado como uma história de amor e música), sejam elas paixões, desejos, paternal, e, principalmente, amor próprio. Talvez tenha sido esse conjunto de leveza, comicidade e amores que conquistaram tantos fãs ao redor do mundo e que agora poderão conquistar muito mais com a série que está por vir na Amazon Prime Video (que tem previsão de estreia para 2022 e contará com Riley Keough como Daisy, Sam Claflin como Billy Dunne, Suki Waterhouse como Karen Sirko, Josh Whitehouse como Eddie Roundree, Camila Morrone como Camila Dunne, Will Harrison como Graham Dunne e Sebastian Chacon como Warren Rhodes).
De modo geral, Daisy Jones & The Six é aquele livro que vai te prender, te deixar com um gostinho de quero mais e te proporcionar uma trilha sonora irrecusável. Porém, talvez, o que mais me chamou atenção foi o fato de nos apegarmos tanto a uma banda que não existe, mesmo que a autora te convença ao contrário durante a história. Mas, é esse tipo de obra que gostamos, certo? Aquela que faz a sua imaginação voar tão alto a ponto de imaginar as cenas de premiações, de apresentações e de qualquer outra coisa que a autora tenha imaginado ao escrever.
Então, prepare o marca texto e os post-its, porquê esse livro vai te proporcionar uma infinidade de aprendizados e, ao mesmo tempo, vai te fazer sonhar cada vez mais alto.
“É isso o que todo mundo quer da arte, não? Ver alguém expor os sentimentos que existem dentro de nós. Arrancar um pedaço do seu coração e mostrar para você.”
Resenha
Título: Daisy Jones & The Six
Autora: Taylor Jenkins Reid
Editora: Paralela
Nota: 5/5
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