Resenha | Amore(s) Verdadeiro(s) vai além do romance

Amore(s) Verdadeiro(s)

Taylor Jenkins Reid está com tudo! A autora de Daisy Jones and The Six já garantiu mais uma adaptação de seus livros, dessa vez de Amore(s) Verdadeiro(s) (One True Loves). O romance de Reid ganhará (finalmente) uma adaptação para as telinhas de cinema, mas, não é só isso que o torna um dos melhores livros da autora.

“As coisas boas não esperam até a gente estar pronto. Às vezes chegam antes, quando estamos quase lá. E eu concluí que, quando isso acontece, temos duas opções: deixar passar, como se fosse o ônibus errado. Ou então ficar pronto.”

Amore(s) Verdadeiro(s) conta a história de Emma e como a sua vida conseguiu ter grandes reviravoltas em tão pouco tempo. Seus pais são donos de uma livraria e é lá em que ela trabalha durante todo o ensino médio. Cansada da vida estagnada, Emma sempre quis conhecer o mundo, viajar e escrever sobre. E é isso que ela faz após encontrar seu amor verdadeiro, Jesse, com o qual ela se casa e vive uma vida maravilhosa ao seu lado.

Porém, como nem tudo são flores, Jesse acaba sofrendo um acidente de avião durante uma viagem a trabalho e é dado como morto. Depois de um ano acreditando que ele ainda possa estar vivo, Emma decide recomeçar a sua vida e passa a sair com Sam, um antigo colega de livraria com o qual trabalhou durante um tempo na loja dos pais. Emma e Sam, então, ficam noivos e vão morar juntos. E mais uma vez, a reviravolta está garantida.

Na noite de aniversário de seu pai, Emma recebe uma ligação de Jesse dizendo que está vivo e que está voltando para a casa. Ela fica sem chão e, por isso, começa a questionar o seu casamento com Jesse e seu noivado com Sam. E é exatamente aí que a história começa.

Durante as 296 páginas, Jenkins consegue envolver o leitor desde a primeira página, a qual traz a primeira reviravolta do livro. Mas, muito mais do que isso, Taylor consegue escrever sobre o luto, o amor e a mudança com uma leveza que até inspira o leitor. Não é fácil perder alguém que tanto ama, ainda mais quando isso acontece por meio de uma tragédia. Ou muito menos recomeçar a vida depois do luto. Mas, a autora mostra que é preciso.

“Quando você perde alguém que ama, é difícil imaginar que algum dia vai se sentir melhor. Que um dia vai estar de bom humor só porque o tempo está gostoso ou porque o barista do café da esquina sabe de cabeça qual é a sua bebida favorita.”

A obra também vai um pouco além do romance, e conta como é possível ter tantos amores verdadeiros em uma única vida. Jenkins demonstra que não é porquê você superou um amor, que você deixou de senti-lo; não é porquê você já amou tanto uma pessoa, que você não possa amar outra. A vida é feita de mudanças e amadurecimentos, e é exatamente isso que a autora passa durante a história.

Amore(s) Verdadeiro(s) trata sobre encontrar sua própria personalidade, se conhecer e se permitir viver um dia de cada vez. Encarar o luto e redescobrir o amor são fases da vida que todos passam e, por isso, o livro se torna especial. Apesar de parecer clichê e, em muitas partes, o leitor já sacar o final que ele terá, Jenkins consegue prender a atenção até a última página, um dos seus grandes feitos como autora.

De maneira geral, Taylor possui uma escrita leve em todos os seus livros, como já comentado na resenha de Daisy Jones and The Six. Mas, isso não é um impedimento para que ela aborde assuntos que precisam ser abordados. Pelo contrário. Assim como Daisy Jones, Amore(s) Verdadeiro(s) sabe lidar com essa troca de sentimentos tão bem, que até os proporciona ao leitor, provando mais uma vez o talento que a autora possui.

“Você vai estar para sempre no meu coração, mas não vou carregar sua perda nas minhas costas eternamente. Se fizer isso, nunca mais vou ter alegria na vida. Vou desabar sob o peso da sua lembrança.”

Resenha

Título: Amore(s) Verdadeiro(s)

Autora: Taylor Jenkins Reid

Editora: Paralela

Nota: 4,5/5

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Raphaela Lima
Completamente apaixonada por música e pelo Spider-Man, usa seu conhecimento sobre a comunicação e a cultura pop e seu vício em filmes e memes para complementar a equipe das nerds da cadeira.