Quarteto Fantástico | Porque o filme Josh Trank fracassou?

O tão aguardado novo longa do Quarteto Fantástico, da Marvel Studios, chegará aos cinemas em um pouco mais de um mês do aniversário de 10 anos de sua última adaptação, dirigida por Josh Trank. Mas afinal, o que realmente aconteceu para que aquela versão se tornasse um fracasso retumbante e fosse praticamente esquecida pelo público?

Quem é o diretor Josh Trank?

Josh Trank é um diretor e roteirista norte-americano que ganhou notoriedade ao dirigir “Poder Sem Limites” (2012), um sucesso de crítica com 85% de aprovação no Rotten Tomatoes. Antes disso, teve uma breve carreira como ator, com participações na dramédia “Big Fan” (2009) e na série de comédia “Arrested Development” (2003–2019).

Em 2009, a 20th Century Fox anunciou que pretendia rebootar o universo do Quarteto Fantástico nos cinemas. A princípio, o roteiro ficaria por conta de Akiva Goldsman (vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado em 2001), Michael Green e Jeremy Slater. Embora Josh Trank estivesse em negociações desde o início, sua contratação como diretor só foi oficializada em 2013, e as filmagens foram logo programadas para começar.

Trank vs. Fox/Marvel

Os primeiros problemas do longa surgiram ainda na fase criativa. Desde o início, o diretor Josh Trank deixou claro que não era fã de filmes de super-heróis. Sua única inspiração era a série animada do Quarteto Fantástico de 1994, que assistira quando criança. Enquanto isso, o roteirista Jeremy Slater, que já havia começado a desenvolver o roteiro, tinha uma abordagem mais voltada ao universo dos quadrinhos. Ele queria incluir vilões clássicos como Galactus e o Toupeira, além de cenas de ação grandiosas, inspiradas no sucesso de Os Vingadores (2012).

Trank, por outro lado, tinha uma visão mais sombria e introspectiva, com foco no drama psicológico dos personagens — um tom bem diferente do que Slater propunha, gerando infelizmente a demissão do roteirista.

De acordo com uma fonte do Hollywood Reporter, o diretor mantinha-se frequentemente incomunicável no set e pouco interagia com os atores, que se sentiam perdidos. Rumores também apontavam que ele enfrentava problemas de bastidores, como processos por barulho causado por seus cães nos sets.

Conflitos com o elenco também surgiram, especialmente com Miles Teller, que não era a escolha inicial de Trank para viver Reed Richards. O diretor ainda teria sugerido uma atriz negra para interpretar Sue Storm, mas o estúdio teria vetado a ideia, gerando mais tensão.

Diante do corte entregue por Trank, a Fox se mostrou insatisfeita e exigiu refilmagens para suavizar o tom do roteiro. No entanto, as mudanças atrasaram devido à agenda dos atores principais, como Kate Mara, Teller e Michael B. Jordan.

O estúdio então convocou os experientes produtores Matthew Vaugham, Simon Kinberg e Hutch Parker para finalizar o projeto, que sequer estava totalmente editado quando o elenco começou a promovê-lo.

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As consequências pós-lançamento

Lançado em agosto de 2015, o longa foi um verdadeiro desastre. Com dois tons narrativos completamente diferentes, personagens sem carisma, efeitos visuais inacabados e um roteiro frágil, o filme foi duramente criticado por público e imprensa especializada. Tornou-se um dos maiores fracassos da Marvel/Fox antes da compra do estúdio pela Disney.

O desempenho nas críticas foi ainda mais decepcionante: apenas 9% de aprovação no Rotten Tomatoes — muito inferior às versões anteriores dirigidas por Tim Story nos anos 2000, que, apesar das críticas, conseguiram 27% e 37% e conquistaram a simpatia dos fãs pela leveza e carisma do elenco.

Em termos financeiros, a bilheteria também foi um fracasso: arrecadou cerca de US$ 168 milhões mundialmente — valor abaixo do esperado para um blockbuster. Em comparação, o filme de 2005 fez quase US$ 160 milhões apenas nos EUA e US$ 334 milhões no total, segundo o Box Office Mojo. A consequência foi inevitável: uma possível sequência foi cancelada.

Em 2016, o filme foi indicado a diversos prêmios no infame Framboesa de Ouro, vencendo em três categorias: Pior Filme, Pior Direção e Pior Reboot/Continuação. Entre os concorrentes estavam obras como “Cinquenta Tons de Cinza”, “Alvin e os Esquilos 2” e “O Destino de Júpiter”.

Já Trank, teve apenas um lançamento desde 2015, o longa ‘Capote’ que chegou com uma recepção mista, recebendo um 4,7/10 do site Rotten Tomatoes. Até hoje,fãs pedem o ‘Trank cut’, mas Trank pelo X disse que ‘ eles não deveriam fazer campanha para a divulgação ‘ dessa versão.

Quarteto de novo nos cinemas

Com o novo filme do Quarteto Fantástico chegando pelas mãos da Marvel Studios, muitos se perguntam: será que finalmente veremos uma versão digna da Primeira Família da Marvel? A resposta ainda está por vir. Mas se o passado nos ensinou algo, é que até mesmo os maiores heróis podem tropeçar… e que toda grande equipe merece uma segunda chance.

Resta saber se, desta vez, o Quarteto conseguirá salvar não só o mundo — mas também sua reputação nas telonas. Quarteto Fantastico: Primeiros Passos estreia dia 25 de julho nos cinemas.

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Natália Vieira
Nerd desde sempre, ama gatos e amante das artes visuais. Formada em Tecnologia da Informação, já leu muito livro e gosta de histórias bizarras e magicas