QN Independente | Binha fala sobre suas experiências como escritora independente

Binha

Binha Cibelle é uma escritora brasileira independente. Em 2020, lançou Só Queria Que Você Soubesse e Entre Nós. Agora, em 2021, está lançando a continuação de Entre Nós, intitulada Não Me Solte Jamais, com previsão de lançamento para Outubro.

Nós tivemos a oportunidade de conversar com Binha, e neste bate-papo a autora contou sobre suas experiências como autora independente, seu primeiro contato com a escrita, contou spoilers sobre o próximo livro e muito mais!

Confira:

QN: Você é uma autora nacional em um país sem nenhum incentivo para novos escritores entrando nesse ramo. Algumas editoras costumam investir em novos escritores, mas sabemos que todo esse processo é muito difícil. Como foi a decisão de começar a fazer tudo por conta própria?

B: Na verdade eu comecei com uma editora prestadora de serviços (daquelas que a gente paga pra publicar) e me deu um trabalhão doido. Foi através dessa experiência desagradável que eu tive mais clareza de que teria mais trabalho fazendo tudo sozinha, mas que ao mesmo tempo faria as coisas do meu jeito e dentro da minha possibilidade.

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QN: Além de escritora você também é uma leitora nata. Você acha que isso ajuda na sua relação com seus leitores? Porque você consegue ver as situações dos dois lados, de que forma isso ajuda tanto na sua escrita como no contato com os leitores.

B: Acho sim. É engraçado porque apesar de conhecer os dois lado, parece que eles são meio isolados. Um exemplo é quando me pedem livros novos. Eu sei exatamente como é a ansiedade para ler um livro novo daquela autora que a gente ama, porém me dá um aperto no coração. Eu me sinto pressionada, mesmo sabendo que, na maioria das vezes, não foi essa a intenção do leitor. Só que quando eu volto ao meu eu leitora, sei o sentimento. Tem outras coisas também como: conhecendo os dois lados eu consigo ter um olhar amplo sobre várias coisas, desde a história em si até sobre que tipo de marketing chamaria atenção. É uma simbiose legal.

QN: Qual foi o seu primeiro contato com a escrita? Com qual idade você percebeu que era isso que você definitivamente queria para a sua vida?

B: Eu escrevo a vida toda, só levei vinte e seis anos pra perceber que isso poderia ser minha vida. Eu era daquelas que ganhava prêmios de redação na escola, escrevia várias coisas aleatórias nos cantos dos cadernos, guardava trechinhos que vinha na mente em caixinhas no guarda-roupas. Lembro que na faculdade, já com uns vinte anos de idade, eu escrevi no caderno, no caderno, no meio da aula, um capítulo quase inteiro de um livro de fantasia que ainda pretendo terminar. Quando estava publicando Só Queria Que Você Soubesse no Wattpad passei a conhecer várias autoras, ali eu entendi até onde iriam as possibilidades e passei a buscá-las.

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QN: Nós te conhecemos pelo TikTok, onde você conseguiu bastante alcance nos últimos meses. Quando você percebeu que poderia usar a plataforma para divulgar seu trabalho e se lançar no mundão?

B: Então, atualmente o autor tem que ser multitarefas, principalmente com relação a divulgação de seus trabalhos. É muito caro pagar publi, tráfego pago e etc. Por isso, nós temos que fazer muito disso por conta própria. Eu já tinha essa experiência no Literalmente Binha. Quando entrei no TikTok eu quase não via vídeos sobre livros. Aos poucos eles começaram aparecer na minha #ForYou (do TikTok) e eu percebi que poderia aproveitar aquela onda legal para divulgar meus livros.

QN: Apesar de ser inspirador ver escritores independentes lançando seu trabalho por conta própria, o que você acha que seria diferente se existissem mais leis de incentivo para novos escritores nacionais?

B: Nós trabalharíamos mais tranquilos sem precisar escolher qual boleto conseguimos pagar no mês que vem. A maioria de nós precisa ter um trabalho “principal” de onde tiramos nossa renda para patrocinar a produção e publicação dos livros, que, pasmem, custa dinheiro pra caramba. Se essas leis existissem e fossem efetivas, nós trabalharíamos mais seguros. Talvez nem precisaríamos de um outro emprego que, apesar de ajudar, também atrapalha porque quando a gente chega em casa no final do expediente, exaustos, a última coisa que queremos é escrever.

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QN: Pode dar algum spoiler sobre seu novo projeto Não Me Solte Jamais?

B: Hum… Deixe-me ver. Dizer que tem narração de vários personagens conta como spoiler? Ou que vocês vão ver todos os irmãos Chae, inclusive Chaes que vocês não conhecem? Acho que sim, né? (Risadas)

QN: Quais as suas maiores inspirações na hora de colocar as histórias no papel? Você acompanha muitos doramas!!! Eles influenciam suas histórias?

B: Acho que é um compilado. Livros, filme, séries, dramas orientais, músicas, mas principalmente a vida real. Se eu estou em encontro de família, conversando com o povo da igreja ou com o meu marido, fico de olho nas histórias que eles vão contar. Ultimamente tem sido mais com o marido, ele é advogado e vocês não fazem ideia das coisas que ele escuta. Uma das últimas histórias bizarras que ele me contou viraram subplot em Não Me Solte Jamais inclusive.

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QN: E por último e não menos importante, você tem alguma dica para jovens escritoras que estão começando agora?

B: Estudem muito. E escrevam! Larga esse planejamento que você tá fazendo há dez anos e vai escrever essa história. E enquanto escreve, estude sobre escrita, marketing, organização, storytelling, tráfego pago e etc. Você vai precisar.
Tem muito conteúdo até mesmo não pago disponível na internet. Não tem desculpa. Corram atrás, suguem o que puderem, e desengavetem esses livros.

Adquira os livros físicos Só Queria Que Você Soubesse e Entre Nós na própria loja virtual de Binha ou na Shopee, ou então, adquira os E-Books pela Amazon.

Também acompanhe o trabalho de Binha através do Instagram: @literalmentebinha.

Karina Sena