O que você faria se vivesse em uma sociedade que não garante seus direitos, nem uma vida digna pra você? É mais ou menos o que acontece em The Handmaid’s Tale (2017), ou também, O Conto da Aia. A premiada série virou uma febre e chamou a atenção dos quatro cantos do mundo.
E na semana que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, nada mais justo que falar sobre uma série que aborda as mulheres. Entretanto, não é apenas sobre isso. A trama fala sobre um mundo onde direitos não existem, dando lugar a tortura. Mas também, sobre a luta de tantas mulheres que querem se ver livres.
Uma distopia quase real em The Handmaid’s Tale
A trama é baseada no livro de mesmo nome da escritora Margaret Atwood. Na história, June Osborne é a personagem principal desse mundo maluco, se tornando uma Aia após a queda política de Washington. Mulheres começam a perder seus direitos do dia para a noite.
E graças a um tipo de vírus, que deixa mulheres estéreis, aquelas que ainda conseguem gerar vida dentro de si, são obrigadas a “procriar” para seus comandantes. Você embarca num mundo em que traz o pensamento sobre como é possível sobreviver a isso. Além de acreditar que a história de The Handmaid’s Tale é ambientado em algum século passado.
Mas não. É exatamente isso que os comandantes e suas esposas querem. Que o retorno dos bons costumes, a prática da mulher submissa e toda aquela balela de alguém é superior a você por conta de títulos, seja retomado. A queda em Washington desencadeia uma “nova era”, onde apenas quem tem dinheiro e nome são os únicos beneficiados.
Entretanto, é aí que June, ou Offred, é que dá o ar da graça. Ela perdeu tudo, sua filha, seu marido e vive em um posto apenas na intenção de engravidar para dar um filho aos seus superiores. Mas, é tudo isso que faz com que ela queira lutar, não abaixar a cabeça para nada e ajudar suas companheiras, de alguma forma.
A luta por direitos
Além da abordagem de assuntos tão importantes, a própria autora de The Handmaid’s Tale explica em suas entrevistas que a história é baseada em acontecimentos reais relacionados a mulheres. Entretanto, a série vai além do que poderia ir.
Ela te faz questionar sobre a possibilidade de viver num mundo distópico como aquele, em que você perde seu nome, sua vida, seus direitos, sua família. Ela quer fazer você se questionar se isso pode existir e o quão importante é a luta do feminismo hoje em dia.
The Handmaid’s Tale é uma série feita para dar voz a uma realidade que poderia, facilmente, existir. O que faz você abrir seus olhos para tantas coisas que acontecem na nossa vida real. Será que a busca por direitos igualitários, igualdade de salário e tantas outras coisas que as mulheres pedem é uma bobagem?
Há momentos em que você faz essa linkagem, levando você a pensar “Espera, mas isso já aconteceu de verdade”. Você encontra elementos que te levam as aulas de história na escola, ou vivência de outras pessoas, em que a semelhança da trama não é uma mera coincidência.
Entretanto, não é apenas sobre isso. É também sobre a empatia com o próximo, é sobre a dor que você sente ao se colocar no lugar daquele personagem, que sofre torturas, preconceito, homofobia. É pensar que se fosse real, talvez você poderia ser uma Aia, ou uma Martha.
De antemão, o recado fica aqui: apesar de ser uma série muito importante e que te desperta uma onda de sentimentos, ela conta com muitos gatilhos. Por isso, assista por sua conta e risco.
A quarta temporada vem aí
Além de ser uma boa série para ser abordada na semana em que é comemorado um dia de luta, por diversos motivos, a quarta temporada chega em breve. Por isso, você tem um tempo para se dedicar a história de June e suas amigas, que estão presas naquele mundo tão retrógrado.
The Handmaid’s Tale conta com 3 temporadas, que vão te tocar de diversas formas. Você vai chorar, vai rir, vai ficar com raiva, mas ainda assim, vai ter uma experiência única. A quarta temporada da série está prevista para chegar no dia 28 de abril, pela Hulu.
Por outro lado, ainda não se sabe quando ela chegará aqui no Brasil, porém ela está disponível no Globoplay e na Star, a antiga Fox Play.
Portanto, em um semana onde falamos sobre direitos para as mulheres, é muito interessante que essa série esteja no seu radar. A dica está aí, já que é uma forma de entender – em uma prática não real – o que a falta de direitos poderia fazer com as mulheres.
The Handmaid’s Tale é um grito para as vozes que lutam por seus direitos. Dia após dia.
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