Se você nunca ouviu falar sobre K-pop, a chance de morar em uma ilha sem wi-fi é enorme. Novo para o mundo, mas carregado de história e cultura, o K-pop possui uma grande jornada e o Quarto Nerd conta um pouco dela para você.
O Korean Pop está dominando o mundo atualmente, desde músicas em #1 na Billboard até recorde atrás de recorde nas plataformas. Um gênero tão vasto que é impossível não agradar o gosto musical de nossa geração e de outras. Até porquê, K-pop é enorme, é para todos.
Enquanto vivemos em uma época onde músicas em inglês estão na maior parte das trilhas sonoras e playlists; vemos a música quebrando a barreira da linguagem e exportando ritmos orientais em uma indústria xenofóbica.
Onde surgiu?
O primeiro resquício do gênero visto na Coréia do Sul, surgiu em Itaewon, bairro conhecido pelos clubes, baladas e estrangeiros. O país estava em guerra na época, a ditadura tomava conta, e assim como o esperado, os músicos foram oprimidos e a liberdade de expressão cortada fora.
Por outro lado, a música é imortal, e o ritmo considerado ocidental com uma melodia oriental sobreviveu. Assim, o K-pop nasce.
A intenção inicial do ritmo era modernizar o país, alegrar as pessoas, reduzir a censura e criar músicas chicletes. Porém, em 1992, o grupo Seo Taiji and Boys apresentou em um programa de talentos seu novo single. A letra falava sobre a cobrança de ter uma carreira bem-sucedida e angústias da adolescência.
Os jurados detestaram e deram a pior nota da noite, mas a Coréia descordou e logo após isso, a música estava em primeiro no país inteiro. Esse foi o começo do K-pop moderno, o que conhecemos até hoje e também estamos vendo evoluir.
Os Idols
O conceito de ídolo até então não existia, a ideia de idolatrar alguém em um país conservador era absurda. Mas o boygroup H.O.T. veio para mudar isso.
O conceito de amar e idolatrar quem está lá no palco cantando para você começou a se espalhar, e então a produção em massa e a ideia de pessoas serem produtos criados por agências se tornou real. Infelizmente vemos isso até hoje, porém, alguns grupos mais recentes estão começando a ter mais autonomia e poder de escolha.
Outro grupo muito famoso que possuía tais traços era o S.E.S., um girlgroup onde as garotas eram vistas como fadas.
Ambos os grupos foram responsáveis pela Hallyu, termo chinês que significa “onda coreana”.
Internacionalização
Entre os anos 90 para 2000, o alvo do K-pop era alcançar um dos maiores centros comerciais da Ásia, o Japão.
Do mesmo modo como a China já estava familiarizada com o gênero, empresários e agências começavam seus planos de levar o ritmo para os países vizinhos e o primeiro grupo foi BoA aka Best of Asia.
A chamada pioneira do K-pop exportou e alastrou mais ainda a Hallyu. Além disso, foi a primeira artista coreana a debutar no Japão após a Segunda Guerra, a primeira solista coreana a entrar nas paradas da Billboard e a única artista a ter seis álbuns de estúdio consecutivos em primeiro lugar na Oricon. E adivinhem quem era sua maior influência? O único Seo Taiji.
Logo depois de abrir espaço para o K-pop no exterior, o grupo Wondergirls começou sua carreira e seu caminho para o outro lado do mundo. As garotas eram conhecidas por suas habilidades de criar conceitos de épocas diferentes, como os anos 60, 70 e 80. Além disso criavam hits atrás de hits, com o elemento chamado Hook Song, com partes repetitivas e muitas vezes chiclete.
O sucesso foi tão grande, que o girlgroup abriu turnê para os Jonas Brothers, quando os irmãos estavam no auge de suas carreiras.
Desde então, a Coréia não parou de exportar esse ritmo, e ficou cada vez mais conhecido, principalmente após a explosão da música Gangnam Style de PSY e a chegada de BTS e Blackpink.
Ficou curioso sobre o gênero e quer conhecer mais? Confira nossa playlist de vários grupos de K-pop, impossível não se apaixonar por pelo menos um deles.
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