Todo ano, o Fortnite, game estilo battle royale de público na faixa dos 10 aos 16 anos, realiza o Orgulho Royale, uma ação voltada para visibilidade do público LGBTQIA+.
Com a crescente dos e-sports no cenário esportivo, eu, que sou fã dos joguinhos e lésbica, em um movimento voluntário de explorar um pouco mais à fundo as ações das desenvolvedoras, decidi esmiuçar um pouco do que já sabia sobre a Epic Games, empresa dona do Fortnite – cujo torneio mundial já premia mais de 5 milhões de dólares, ou seja, acaba sendo uma modalidade bastante relevante para o público gamer.
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Embora não haja informações específicas sobre ações offline da Epic Games direcionadas à comunidade LGBTQIA+, a empresa tem promovido eventos e campanhas que celebram a diversidade e o respeito dentro do ambiente de seus jogos.
As campanhas LGBTQIA+ de Fortnite e seus jogadores
(Imagem: Epic Games / Reprodução)
Antes de mais nada, devemos entender que o Fortnite é um jogo multiplayer lançado em 2017, de formato battle royale. Ou seja, combina a dinâmica de “último homem de pé” com elementos de sobrevivência, exploração e coleta.
Nesses jogos, cada partida envolve de dezenas a centenas de jogadores, que começam com equipamento mínimo e precisam eliminar todos os outros oponentes enquanto evitam ficar presos fora de uma zona segura que vai se tornando cada vez menor. O vencedor é o último jogador ou equipe que permanece vivo.
No caso do Fortnite, toda a estética do jogo já deixa toda essa ideia de “sobrevivência” muito mais leve e divertida, já que tudo procura dialogar com a cultura pop. Inclusive, a própria Epic Games já investiu em ações conjuntas com artistas musicais, realizando, inclusive, shows dentro do jogo! Recentemente, publiquei um artigo que fala um pouco mais sobre essas parcerias.
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Devido aos detalhes do design, Fortnite não é considerado um jogo tão violento, apesar do seu objetivo óbvio de “matar os outros e sobreviver”. Por isso, seu público médio que vai dos 10 aos 16 anos de idade – o final da infância e início da adolescência, período no qual debates mais polêmicos, como questões de etnia, identidade de gênero e orientação sexual, começam a se tornar mais frequentes.
Como parte do dia-a-dia dessas crianças e jovens, a Epic Games conscientemente abraçou a responsabilidade de criar um ambiente mais inclusivo para a comunidade LGBTQIA+, além de educar aqueles que não se veem parte. Por isso, desde 2021, tem promovido o Orgulho Royale (originalmente Rainbow Royale).
Em edições anteriores do Orgulho Royale…
(Imagem: Dreamer, do Orgulho Royale de 2022; Epic Games e DC Comics / Reprodução)
O Orgulho Royale foi lançado ao público do Fortnite pela primeira vez em 2021, como uma iniciativa da Epic Games de surfar na onda crescente de dar visibilidade à comunidade LGBTQIA+.
Na edição inicial, o evento contava com a possibilidade de os jogadores adornarem seus mapas com bandeiras, quando estivessem usando o Modo Criativo. Para além disso, alguns cosméticos e emotes da temática foram disponibilizados.
Já em 2022, a Epic Games foi além: uma série de ações foram introduzidas ao game, como minijogos na ilha – a Encruzilhada do Orgulho – e uma interface de missões para as festividades. Sobretudo, em uma parceria com a DC Comics, a desenvolvedora introduziu uma personagem baseada em Dreamer, primeira heroína trans do universo, presente na série Supergirl (2015, The CW).
Além do lançamento do traje de Dreamer, a heroína também foi destaque em um torneio no modo Construção Zero. Os vencedores de cada região tiveram acesso antecipado à skin antes de sua disponibilidade na loja do jogo!
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Adicionalmente, Fortnite também disponibilizou uma estação especial de rádio, contando com canções de Janelle Monáe, Lil Nas X, Todrick Hall, King Princess, Kim Petras, Lady Gaga, entre outros artistas assumidamente parte da comunidade LGBTQIA+.
2023: foi-se o hype do Orgulho Royale?
(Imagem: Epic Games / Reprodução)
Em agosto de 2023, o Fortnite realizou mais uma edição da sua celebração à comunidade LGBTQIA+. Novamente, a plataforma disponibilizou uma rádio exclusiva, mapas coloridos (dessa vez, sem missões especiais) e uma série de itens cosméticos dentro da temática em questão.
É importante ressaltar que todos os itens, apesar de estarem na loja do jogo, são de resgate gratuito. Tudo para que o jogador possa desfilar com suas verdadeiras cores pelos mapas do royale sem precisar investir nada.
Atesta-se, então, que Epic Games tem se envolvido em iniciativas de inclusão e diversidade na indústria de jogos, e consequentemente apoiado esforços para criar um ambiente mais acolhedor e representativo na comunidade de jogadores…
No entanto, cabe comentar que, após três anos do evento, talvez fosse interessante que a desenvolvedora buscasse novas alternativas e inovações para visibilizar essa comunidade que, apesar de ainda nova em faixa etária, já adquiriu um crivo crítico e, cedo ou tarde, vai começar a demandar um posicionamento mais eficiente da empresa – algo que pode ir muito além de itens cosméticos.
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