Se você curte filmes e séries de suspense com terror psicológico, com certeza você já assistiu “The Haunting of Hill House” (ou “A maldição da Residência Hill” em português). Se não assistiu, deveria adicionar já na sua lista de pendências!
Produzida pela Netflix, a série se baseia no livro “A maldição da casa da colina” de Shirley Jackson, mas, possui uma narrativa totalmente diferente. No livro, por exemplo, a história se passa em 1953 e gira em torno do Dr. Montague e sua expedição por uma casa que era conhecida por ser bastante assombrada: a mansão da família Crain.
Por outro lado, a série acontece em duas linhas temporais (passado e presente) e conta a história da família Crain e sua estadia na mansão. Em resumo, Hugh e Olivia Crain – os pais – compram a casa para reformá-la e vendê-la posteriormente por um preço melhor, durante as férias de verão de seus cinco filhos (Steven, Shirley, Theodora e os gêmeos, Luke e Eleanor). E, então, uma sequência de eventos começam a acontecer e causam diversos traumas na família em relação a casa.
Não muito diferente da maioria das séries da Netflix, “A Maldição da Residência Hill” possui diversos easter eggs – ou referências em português – ao longo dos dez episódios, os quais, em sua maioria, não são vistos de primeiro momento.
Mas, calma que listamos alguns para te ajudar a encontrá-los. Confira abaixo:
1. As luzes da varanda
Em uma das cenas de conversa entre mãe e filhas, Olivia alerta as meninas – Shirley e Eleanor – para voltarem para a casa assim que as luzes da varanda piscarem duas vezes. Então, já no primeiro episódio, na cena em que a Nell liga para o pai dizendo que a mulher-do-pescoço-torto havia voltado, a mansão se acende as luzes da varanda piscam duas vezes, fazendo menção a ordem de Olivia.
2. O quarto vermelho
O grande mistério da série é, nada mais nada menos, do que encontrar a entrada para o quarto vermelho. E claro que você já deve ter notado como o quarto é citado o tempo todo durante a série, como quando Shirley canta dormindo no primeiro episódio “Dancing in the red room” – “Dançando no quarto vermelho” –. Mas, o mais intrigante é quando sabemos que o quarto é, na verdade, um cômodo mutável que se alterava conforme a necessidade da pessoa (alô Sala Precisa) enquanto se alimentava psicologicamente da mesma, vimos cenas de cada membro da família dentro do cômodo.
Além do fato de Hugh ser o único que não foi “consumido” pelo quarto, notamos, também, que, ao colocar as cenas uma embaixo da outra, percebemos como todos os cômodos se alinham.
Veja abaixo:
3. A abertura
Quem nunca pulou as aberturas das séries da Netflix, que atire a primeira pedra.
Deve ser por isso, então, que não notamos como a própria abertura da série explica como o quarto vermelho funcionava, através dos labirintos mostrados no final:
4. Para os fãs de Crepúsculo
Você, provavelmente, já notou que a atriz Elizabeth Reaser que interpreta a Shirley na série, também interpreta Esme Cullen na saga Crepúsculo. Porém, você, provavelmente, não notou que há uma referência da saga em um dos episódios, não é mesmo?!
Após a morte de Eleanor, Shirley decide cuidar do corpo e dos preparativos para o velório da irmã, já que ela é dona de um necrotério. Mas, o seu marido acredita ser uma má ideia e sugere que a mulher passe o trabalho para o Carlisle, fazendo menção ao padrasto dos Cullen.
5. Dr. Montague
Como dito anteriormente, o livro gira em torno da história do Dr. Montague, médium que decide fazer uma expedição pela mansão Crain. Porém, o que poucos sabem é que o Dr. aparece, também, na série, mas, como terapeuta de Eleanor – sim, aquele que Theodora afirma o tempo todo que é péssimo em sua profissão -.
Além disso, o ator que o interpreta na série é, também, o ator que interpreta Luke em uma das adaptações do livro nos cinemas, “Desafios do Além”.
6. Livro X Filme
Além do Dr. Montague, a série ainda traz diversas referências do livro ao qual se baseou. Como exemplo, temos a cena em que Shirley e Nell estão brincando no quintal enquanto Theo está lendo um livro em cima de um dos muros da casa. Se repararmos bem, notamos que Theo está lendo “A loteria”, uma das obras da autora Shirley Jackson.
Outra referência bastante visível para quem leu o livro é o nome de Eleanor. No livro, o sobrenome da personagem é Vance, o mesmo sobrenome que Eleanor adquire ao casar com o Arthur.
7. Universo cinematográfico
Ainda seguindo os easter eggs de filmes que aparecem na série, temos mais dois exemplos.
O primeiro deles é uma referência ao filme “ET – O extraterrestre”. Para os fãs do longa, o ator que interpreta Hugh Crain é o mesmo ator que interpreta Elliot nos cinemas e, então, em um dos episódios, quando Steven está com Luke na “casa d’árvore”, vimos uma lancheira do filme que pertence ao irmão mais novo.
Já a outra referência é para os fãs da Marvel.
No Halloween, o filho de Shirley pede para a mãe comprar uma fantasia de Demolidor para sair e pedir doces. Mas, como uma boa mãe artista, Shirley compra uma máscara em branco e pede para o filho customizá-la, o que não acontece. Então, na noite dos “doces ou travessuras”, o menino se veste com uma fantasia toda a preta, a qual faz parte do último visual do herói na série da Netflix.
8. Os botões de Nell
Desde o primeiro episódio notamos o apreço de Eleanor por sua coleção de botões.
Mas, no episódio “Two storms” (“Duas tempestades”) – o sexto da temporada e, com certeza, o melhor episódio da série -, durante o velório de Nell, alguém coloca botões nos olhos da irmã mais nova, o que deixa Shirley ainda mais brava.
Segundo a atriz Carla Gugino, que interpreta Olivia, os botões foram colocados pela mãe das crianças para fazer com que Nell fique em paz.
9. Tem que ter sete!
Durante toda a história, o público se vê apaixonado pela proximidade dos irmãos, ainda mais pela proximidade dos gêmeos. Em um dos episódios, quando Nell está com medo por ter visto, mais uma vez, a mulher-do-pescoço-torto, Luke vai até a cama da irmã e fala para ela contar até 7 sempre que estiver com medo, isso porque o número representa a família Crain (os pais + os filhos = 7 membros). Mas, o que não reparamos de primeiro momento é que o número representa, também, a quantidade de passos que separam as camas dos gêmeos.
10. Os gatinhos orfãos
No episódio voltado para Shirley, a irmã mais velha encontra uma caixa com cinco filhotes de gatinhos na casa dos fundos. Depois de implorar muito para os pais, Shirley começa a cuidar dos animaizinhos junto de Nell, e é a partir daí que notamos a referência dos animais ao futuro dos irmãos.
Na cena, Nell vê os gatinhos e, com felicidade, fala “São cinco assim como tem cinco de nós!”. Então, no dia seguinte, um dos gatinhos morre, fazendo menção à morte de Nell no futuro.
Logo em seguida, todos os outros filhotinhos morrem e Shirley fica arrasada. E, então, Olivia conversa com a filha e diz que eles não iriam sobreviver mesmo sem a mãe deles por perto. Ou seja, mais uma vez o episódio reafirma o futuro, quando Olivia fica insana e diz a todo momento que os filhos não sobreviveriam sem sua presença.
11. O luto
Percebemos, ao longo da série, que cada um dos irmãos reage diferente ao suicídio da mãe e isso não é por acaso. Cada um dos irmãos representa uma etapa do luto e em ordem cronológica.
Steven, o primogênito, é marcado por não acreditar em nada do que seus pais ou seus irmãos contam sobre a mansão, representando, assim, a primeira etapa: a negação.
Em seguida, Shirley é o tipo de pessoa que está nervosa a todo momento e, por isso, representa a segunda etapa: a raiva.
Logo depois tem-se a Theodora. Por conta do poder sensitivo que possui, Theo está sempre em busca de melhorar, seja sua vida ou a vida de seus pacientes e familiares. Assim, a irmã do meio representa, portanto, a barganha.
Luke, por sua vez, acaba se perdendo para as drogas, o que reafirma a sua representação a quarta etapa: a depressão.
Por fim, Nell é vista como a aceitação, a última etapa, uma vez que aceita o destino que a casa lhe propõe e se suicida.
12. Fim?
Enfim, a última referência que trazemos para vocês pode, com certeza, mudar sua percepção em relação ao final da série.
No último episódio, quando todos os irmãos são amedrontados por visões de seus maiores medos dentro do quarto vermelho, percebe-se que as cenas são diferenciadas do presente a partir dos tons amarelados e a presença de um objeto vermelho (como a poltrona em que Steven está sentado, ou o tênis de Luke). Porém, nos últimos minutos do episódio, quando Steven está narrando o fim da história e assistimos a festa em comemoração pela sobriedade de Luke, reparamos que, além dos tons amarelados, a cena ainda possui um objeto vermelho: o bolo.
Será, então, que realmente todos viverão felizes para sempre ou será que, mais uma vez, todos ficaram presos no quarto vermelho?
E você? Notou algum outro easter egg presente na série?
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