Olha o QN aqui de novo para falar sobre a dominação asiática na mídia, mas dessa vez, no cenário musical. Não é segredo para ninguém que o K-pop está à frente nas premiações e no topo da Billboard constantemente.
Assim como já vimos que os filmes e séries asiáticos vêm dominando as mídias ocidentais de uns anos pra cá, podemos dizer que a música não fica pra trás.
Mas essa ascensão não é recente e apenas coreana.
Música de origem
Podemos chamar de música de origem quando conhecemos e começamos a ouvir o estilo musical por conta de um anime, série, filme etc.
E como pudemos ver, as mídias televisivas asiáticas dominaram o ocidente, e como resultado, vemos um crescimento musical.
Se você foi influenciado a assistir animes e k-dramas, dificilmente ficou de fora de suas trilhas sonoras cativantes. A música tem um papel importante nas cenas.
Por meio delas, você sente o dobro da emoção mostrada em tela, além de serem viciantes e muito bem preparadas nos bastidores.
Nos casos da trilha sonora dos K-dramas, vemos grandes nomes do k-pop nas músicas, e isso certamente conta na hora dos fãs começarem a acompanhar a nova produção. Alguns desses nomes são V e Jin, do BTS, Gaho, IU, Suzy e Joy do Red Velvet.
Uma marca registrada dessas músicas são que muitas vezes os próprios atores fazem parte da trilha sonora gravada, como Suzy, IU, Lee Jong Suk e Mido e Falasol de Hospital Playlist.
Confira nossa playlist de músicas dos K-dramas mais famosos atualmente.
Além disso, a influência dos animes é enorme e mais antiga. Grupos de rap brasileiros se empenham em fazer versões e tornar mais inclusivo essas músicas. Do mesmo modo, o gênero é passado a frente, e a experiência em ouvir os raps e acompanhar a história é totalmente imersiva e faz toda a diferença.
Confira também: A história do K-pop | Conheça o gênero que está dominando as playlists
O K-Pop
Enquanto a indústria musical era majoritariamente ocupada pelo Estados Unidos, Inglaterra e músicas em inglês, gêneros culturais foram surgindo e ocupando aos poucos essa indústria.
Um exemplo é a música latina, o ritmo cresceu a ponto onde novas categorias foram criadas e até mesmo premiações. Bem como o Grammy Latino e o Latinamas.
Mas, o que aconteceu com o K-pop foi diferente. O gênero explodiu, dominou e reformou as paradas e premiações em um piscar de olhos. Uma das maiores diferenças que vemos é como por mais que categorias foram criadas, como as das músicas latinas, os artistas e seus singles entravam e ganhavam qualquer categoria dominada por americanos.
A importância da representatividade da indústria musical ainda é um assunto delicado, mas que está sendo mais abordado. Além disso, podemos dizer que o k-pop praticamente forçou sua entrada nesse mercado e está fazendo história a cada dia.
Um exemplo nesse ano é o dos singles lançados por Olivia Rodrigo, que apesar de ter viralizado nas mídias e plataformas, foi e continua sendo batido pelo BTS.
Confira nossa playlist com as músicas do Kpop favoritas do QN.
Após o lançamento de Butter e de Permission to Dance, a cantora não conseguiu o tão esperado #1 na Billboard e o grupo está há mais de 6 semanas em primeiro. E apesar das músicas serem totalmente em inglês, não foi a primeira vez que o #1 veio, e muito menos na língua predominante.
O single Life Goes On, em coreano, pegou o primeiro lugar no ano passado, assim como o remix Savage Love com Jason Derulo.
Também temos outros exemplos adentrando o Hot 100, como Blackpink com Lovesick Girls e outras, 핑크퐁 com Baby Shark e o lendário Psy com Gangnam Style, HANGOVER feat Snoop Dog e outras.
Dos vinte álbuns mais vendidos do mundo em 2020, seis vieram da Coréia, assim como seis vieram dos EUA. O gênero não só foi exportado, como cresceu e tomou lugar.
Estatísticas
Além de escutarmos em todos os cantos e conhecermos pelo menos uma pessoa que seja viciada no ritmo, os números não mentem. Segundo algumas pesquisas, a procura por músicas coreanas aumentou 458% nos últimos anos.
Enquanto a Billboard continua sendo o maior índice de pesquisa, também acompanhamos recordes e números de plataformas como Youtube e Spotify.
Desde 2017, BTS e Blackpink ocupam no mínimo uma posição no Top 200 do Spotify Brasil e teve shows esgotados e recordes batidos em vários lugares. Do mesmo modo, até 2019, o gênero somou mais de 30,074 milhões de streams no Spotify.
E assim como a plataforma de áudio, o YouTube não fica para trás. Apesar da contagem ser diferente, de 2018 para 2019, a soma foi de 901,793 milhões de views apenas no Brasil. Isso é, contando os números de BTS e Blackpink.
O Top Social da Billboard também é um lugar almejado pelos artistas, e os dois grupos alcançaram esse objetivo e se igualaram a número de semanas de outros cantores como Ariana Grande, Taylor Swift, Shawn Mendes e Drake.
A importância e influência do K-pop
Além de expandir o horizonte cultural que era limitado pela abundância de conteúdo estadunidense, os fãs e pessoas que acompanham e estão crescendo com o ritmo, certamente verão com outros olhos o oriente.
Enquanto a imagem de produções asiáticas ainda são vistas com certo preconceito, as gerações que estão acompanhando de perto esse ritmo graças à globalização não terão a mesma visão preconceituosa de anos atrás.
Logo depois do início da pandemia de Covid-19, o aumento de casos de xenofobia contra asiáticos foi de por volta 150%. Mas, o aumento do consumo de produções asiáticas também foi enorme, e os fandoms se recusaram a deixar essa imagem se perpetuar.
Os casos são sérios, ao nosso redor e em televisão aberta, jornalistas, radialistas e artistas não escondem sua visão, e os fãs não escondem sua raiva e sede por justiça.
Alguns eventos e projetos do ano de 2020 tiveram ocupação em massa desse público, como o comício do ex-presidente Trump, doações para o Black Lives Matter, e no Brasil, para arrecadação de verba para o Pantanal.
Sem contar com as mensagens sobre empoderamento, amar a si mesmo e perseverança que são passadas nas letras e carregam muito influência. Mensagens que levaram o BTS a discursar na ONU.
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Além disso, vemos nas redes sociais como essas produções ajudaram muitas pessoas a enfrentarem a piora da saúde mental e a pandemia.
Em suma, além de quebrar recordes e inspirar mudanças, o k-pop quebra padrões e se torna uma das mídias mais fortes atualmente para a expansão asiática, e consequentemente, a nova visão que nossa geração terá do oriente. Como desenvolvidos, criativos, ambiciosos, necessários nessa indústria musical e o mais importante, humanos.
