Doctor Who | Crítica “Rosa”

BBC One

Com dois episódios na conta, já temos uma ideia do que a nova Doutora (Jodie Whittaker) veio trazer. Dessa vez, ela e seus amigos se encontram em Montgomery, Alabama, 1955, e acontece de ser no mesmo período que Rosa Parks (Vinette Robinson), costureira e ativista engajada no movimentos dos direitos civis liderado pelo Dr. Martin Luther King Jr., vivia. 


Depois de descobrirem que há alguém tentando mudar o curso da história e fazer com que Rosa não se levante de seu assento no ônibus, o quarteto terá que fazer de tudo para, dessa vez, manter a história no lugar.

Dentre as várias dificuldades que eles encontram, a pior delas é o racismo. Yaz, por ser de origem muçulmana e Ryan, por ser negro. Mesmo sabendo que na época o racismo era naturalizado e comum, a atitude das pessoas e a segregação fazem com que a audiência sinta revolta, tanto pela situação que Yaz e Ryan passam, quanto pela saia curta que a Doutora e Graham são postos. Entre entrar em um recinto pela janela e levar um tapa na cara por tentar devolver uma luva que caiu no chão, Ryan e Yaz sentem na pele toda a luta que as pessoas tiveram no passado para que, hoje em dia, eles consigam ter direitos iguais – mesmo que atualmente o racismo ainda exista.

O foco nesse episódio é, de fato, mostrar a mulher forte que Rosa é. Ela, que já conhecia o Dr. King, nunca achou certo a segregação e lutou do jeito que pôde. Vinette Robinson interpreta Rosa com pulso firme e com um sotaque sulista dos Estado Unidos de cair o queixo. Atriz inglesa que é, interpreta uma americana com uma força e postura notáveis. 

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A narrativa também tem justamente a dose certa de sci-fi. O que era muito questionado – o quão “louco” seria esse episódio, misturando alienígenas e a história americana –  se mostrou plausível: não foi um monstro gigante e verde que era o vilão da história, em vez disso, foi um vilão de aparência humana e ex-presidiário que queria mudar o curso da história por ser racista. Um episódio mais pé no chão que não deixou de ser essencialmente Doctor Who.

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Uma referência agradável foi a pequena ponta que Dr. Martin Luther King Jr fez. Uma rápida aparição mais um diálogo fizeram com que Ryan se sentisse muito feliz e lembrou à audiência a simplicidade dos companions da Doutora e de como tudo sempre é tão novo e magnífico para eles. Viajar com a Doutora é um privilégio e ali Ryan percebeu isso. São as pequenas cenas que estão no roteiro de Chris Chibnall e Malorie Blackman que nos relembram o carinho, bondade e amor que a série propaga.
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