Crítica | What If serve seu propósito mas não vai além disso

Crítica | What If serve seu propósito mas não vai além disso

Não é segredo pra ninguém que a Marvel Studios trabalha pequenos arcos de forma sucinta e clara, mas que sempre deixa espaço ou um pequeno detalhe que pode ligar todo um universo. Desde a San Diego Comic Con de 2019, a empresa apresentou seus primeiros lançamentos que constituiriam na fase quatro desse universo, na qual já vimos algumas dessas produções. Dentre elas, está WandaVision (2021-), que apesar de ser em live-action, sua proposta é a que mais se assemelha com a primeira série animada da Marvel, What If (2021-).

Novamente de volta à 2019, em seu painel na SDCC, Kevin Feige falou sobre como a série seria diferente de tudo que vimos. E realmente foi diferente, em suas qualidades e defeitos. A proposta de What If nada mais é do que apresentar o multiverso. Apesar de não carregar esse nome no título, como a sequência de Doutor Estranho, a série traz um vasto de possibilidades de suas histórias. Sendo mais claro, a série olha para o seu passado e repensa cada passo de seus personagens, até mesmo levando eles para outros planetas ou dimensões.

O que What If acrescenta para o universo da Marvel?

Crítica | What If serve seu proposito mas não vai além disso
Crítica | What If serve seu proposito mas não vai além disso

Levando em consideração que a proposta dessa fase seja o multiverso (pelo menos é o que parece, já que tudo se encaminha à isso), como melhor reapresentar personagens e histórias de maneiras diferentes do que em uma animação? E nisso, o tiro foi certeiro. A Marvel Studios mais uma vez se consagrou em pegar algo pequeno, excluído de outras produções e se conectar com um vasto de possibilidades.

What If consegue funcionar bem sozinha, mas não vai além disso. A série consegue se consagrar no que promete: mostrar à todos que um passo diferente tem consequências no universo/multiverso. Ou melhor, explica que deixar um vilão escapar com uma joia do infinito (que mais tarde acabaria destruindo a linha do tempo sagrada), claramente tem consequências e mudanças em todo o multiverso, não apenas em uma linha do tempo. Então, aqui What If se encaixa como a resposta mais rápida e completa do universo nessa nova fase. Como explicar para as pessoas que existem outras realidades, e que elas podem se conectar? E acima de tudo, que existe algo/alguém que está sempre de vigia. What If é essa resposta!

Marvel olha pra trás, mas escolhe outro protagonismo

Crítica | What If serve seu proposito mas não vai além disso
Crítica | What If serve seu proposito mas não vai além disso

Aos olhos e ouvidos mais atentos a série é uma carta aos fãs que não superaram algumas mortes nesse universo. O estúdio faz questão de matar (novamente) Tony Stark em todas as oportunidades que tem, ou até mesmo deixar o herói tão querido pelos fãs de fora, por pura escolha. Assim, o estúdio fortalece se fortalece, dizendo que esse é um momento de olhar para frente, mas sem esnobar e sem passar por cima do que construiu na última década.

Dessa vez, a série puxa destaque para o mago supremo, mesmo com sua pequena aparição, seu episódio é de longe o melhor, e o mais elaborado. Em sua jornada, vemos o ais fraco e mis forte de Stephen Stranger, seu impacto na série é sentido de forma grandiosa. Além disso, sua influencia e poder é algo cósmico, não há sombras de dúvidas que a Marvel quer Doutor Estranho como o novo rosto à frente desse universo. Sim universo, já que falar time é pequeno para ele.

Mas, olhando mais de perto e atentamente aos seus episódios, What If é um passatempo divertido cheio de altos e baixos. Enquanto alguns episódios como os do Zumbis e o do Doutor Estranho conseguem se sobressair e funcionar muito bem sozinhos, outros episódios servem apenas como um tampa buraco para mais uma possibilidade apresentada. Então, aqui deixo claro que What If serve muito bem seu proposito em apresentar novas possibilidades revisitar personagens e recria-los, mas é valido ressaltar que: seja para o bem ou para o mal.

Fazer uma série não é o mesmo que um filme

As produções da Marvel sempre terão destaque em seus lançamentos, seja ele nos cinemas, televisão ou streaming. Mas é claro, que essa jornada de fazer é algo novo e podemos dizer, inexplorado pelo estúdio, é um desafio. Da mesma forma que a casa das ideias sofreu no começo para se encaixar no mercado e colocar suas ideias em pratica, o mesmo está acontecendo agora em suas séries. É normal, e aceitável. Até o momento a Marvel Studios teve um grande destaque com WandaVision, trazendo algo totalmente fora da caixinha, mas seu desenvolvimento (desse e de outras séries) deixou a desejar.

What If é uma montanha russa de emoções, as vezes resulta em algo positivo e as vezes é decepcionante. Suas escolhas de destaques podem ser rápidas e sem carisma, mesmo com personagens que amamos, Thor será o maior exemplo deles. No final de sua jornada, What If entrega e explica tudo que abriu espaço para tal. É um bom passatempo, mas assim como grande parte dessa nova fase da Marvel no streaming, ainda há muito o que evoluir. Agora são 6 horas de conteúdos direto para sua consolidação, e na base do cliffhanger, What If até agora foi a que se saiu pior. Os fãs mais aguçados talvez tenham ficado e esperando semana a semana os episódios, mas não há nada de que faça o telespectador ansiar por outro episódio. No final, fazer uma série não é o mesmo que fazer um filme.

Crítica | What If serve seu proposito mas não vai além disso
Crítica | What If serve seu proposito mas não vai além disso

Título: What If

Diretor: Bryan Andrews

Roteiro: A.C. Bradley

Animador: Stephan Franck

Nota: 2,5/5

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Marta Fresneda
Líder do site de entretenimento O Quarto Nerd. Apaixonada por cultura pop, com objetivo de influenciar e incentivar mulheres na área de comunicação voltado ao mundo nerd.