Crítica | The Wilds – 2ª temporada

Crítica | The Wilds - 2ª temporada

A plataforma do Prime Video vem procurando e investindo cada vez mais em suas produções. Recentemente, estreou em seu streaming a segunda temporada da sua série ‘teen’ The Wilds. Em seu primeiro ano vimos um grupo de garotas tentam sobreviver ao que elas acreditavam ser um acidente de avião que as deixaram presas numa ilha. Mas é claro que isso, não passava de uma grande farsa, e elas estavam sendo usadas como marionetes. Agora, em seu segundo ano, a série traz um novo grupo, um grupo de garotos. E mesmo com tudo para se tornar repetitiva, a série consegue trazer novos desafios e detalhes sobre a empresa por de trás de tudo. Porém, mesmo trazendo novos caminhos e detalhes para essa trama, tudo ainda é fraco, morno demais para animar ou te fazer querer maratonar tudo de uma vez.

The Wilds começa agora caminhar para um novo caminho, mas antes que falemos do futuro, é preciso alertar que a série, atualmente se divide em três frentes, três momentos: As meninas na ilha, os rapazes em outra ilha e ambos em uma locação sendo entrevistados, contando a história e experiência no local. A edição da série faz com que o telespectador consiga navegar entre os ‘universos’ da série com facilidade. Mas isso não garante que o mesmo vá se agradar com a quebra de expectativa e construção narrativa.

No final da primeira temporada, descobrimos que Nora havia entrado no mar no desespero para salvar a irmã, que tinha sido atacada por um tubarão e – infelizmente – nunca retornou. Porém, Nora já tinha sido apresentada na sala ‘de entrevista’ na última temporada, revelando que ela na verdade estava viva e era sim uma espiã dentro do grupo. Então, quando vemos sua irmã em seu pior, no auge de seu luto, não conseguimos embarcar em sua dor, por mais que a atriz consiga entregar tudo o que a personagem necessita. Aqui, é claro que a sequência da trama foi apenas pensada após a finalização da última, eles não sabiam para onde ir, ou o que fazer. E é escorado nisso, que a série tenta se desenvolver.

Os garotos
Crítica | The Wilds - 2ª temporada
Crítica | The Wilds – 2ª temporada

A primeira temporada foi uma surpresa refrescante, apesar de morna, as garotas conseguiram criar uma conexão e uma irmandade gigantesca. Juntas elas fizeram da série uma gostosa passagem de tempo, que é extremamente fácil de assistir. Mas agora, ainda que elas continuam entregando tudo o que prometeram em seu primeiro ano, o tempo de tela delas diminuíram muito. O passado delas é engolido, e suas experiências não são mais compartilhadas como antes. Tudo agora da espaço aos garotos, as suas histórias, as suas dores e passado. Apesar de não terem o espaço que elas tiveram, o pouco que eles compartilham é mais intenso e claro, cheio de brigas desnecessárias.

Coloque 8 meninos em uma ilha, oito jovens passando pela puberdade, com claramente passados complicados. Até porque, para ir ao retiro dessa forma, algo de errado com eles precisa existir. E existe. Não é possível apresentar o background de todos os personagens, a série rapidamente por um e por outro, os que são mais importantes para aquele momento. E é aquele que aparenta ser o mais bonzinho, o que ganha destaque por ser o ‘mais legal’ que claramente é o mais problemático.

Protagonistas
Crítica | The Wilds - 2ª temporada
Crítica | The Wilds – 2ª temporada

Mesmo tempo várias pessoas no elenco, tanto feminino quanto masculino, a série escolhe alguns favoritos e quase coloca eles numa posição de protagonista. Mas, mesmo com toda a razão do mundo a série escolhe os piores momentos para trazer eles à tona, principalmente quando falamos de Leah. Ela consegue se tornar a protagonista sem razão com uma facilidade incrível. Suas dores e angustias se tornam apenas um drama de uma garota chata. Ainda que ela tenha razão, por algum motivo a série faz ela ir em busca da justiça nos momentos errados, colocando outros personagens na parede no meio do luto, fazer ela ficar estática quando na verdade ela precisava se mexer. Leah pode facilmente se tornar um manual para roteiristas de: “como não construir uma protagonista, ela vai ser odiada/ignorada e não amada”.

É extremamente triste que apenas os caminhos errados são tomados em relação à ela. É claro que a série não sabe como desenvolver essas personagens, são raros os momentos que suas ações condizem com suas situações. The Wilds, poderia ser muito maior do que é, poderia ser um grande sucesso se ao invés de escrever qualquer besteira, a produção conseguisse olhar para esse projeto ao todo, não aos picados. Não sabem o que querem, para onde estão indo… E isso será a queda de uma série que poderia facilmente se tornar um grande sucesso.

Crítica | The Wilds - 2ª temporada
Crítica | The Wilds – 2ª temporada

Crítica: The Wilds

Temporada: 2

Nota: 3/5

Marta Fresneda
Líder do site de entretenimento O Quarto Nerd. Apaixonada por cultura pop, com objetivo de influenciar e incentivar mulheres na área de comunicação voltado ao mundo nerd.