Adaptações de jogos são sempre um assunto delicado entre os gamers. Muitos não têm coragem de se chamar de adaptação, mas só The Last Of Us leva o nome ao pé da letra.
Na trama, Joel acaba aceitando a missão de levar Ellie, uma jovem imune ao vírus, para o outro lado do país. Ao longo da jornada, é possível ver que a humanidade precisou se adaptar à sua nova realidade e que suas civilizações foram deixadas para trás, e apenas um pequeno grupo de rebeldes, chamado de vagalumes, ainda procura pela cura.
Existe uma razão pela qual Pedro Pascal e Bella Ramsey foram escolhidos para representar Joel e Ellie, e é tão simples como uma palavra: perfeitos. Por mais que essa palavra possa descrever coisas simples e grandiosas, está garantido que o que essa dupla fez aqui foi grandioso. A jornada de pessoas que não se identificam até uma família é sutil e comovente. Os momentos finais em que a dupla está finalmente olhando igualmente para a relação que têm são únicos.
The Last Of Us não chegou para ser uma série de ação. Apesar de o jogo ter cenas de tensão e ação de tirar o fôlego, não é nessa direção que a série caminha. E está tudo bem! Existem sim pequenos momentos em que a série nos prende na cadeira/sofá (seja lá de onde você estiver vendo) como se nunca pudéssemos sair de lá. E esses momentos, meus amigos… Tudo isso aqui é uma bela obra-prima.
Veja também:
Não tem como falar sobre essa série sem mencionar o terceiro episódio dessa temporada. Não há nada na televisão como essa construção narrativa. Um episódio único, muito melhor do que mil temporadas de qualquer série de drama que você possa pensar. Frank e Bill nos guiam entre um romance apocalíptico mais corajoso e sensível do que Neil Druckmann e Craig Mazin poderiam criar. Com o criador assinando a produção da série, não é difícil perceber todos os detalhes que fazem os fãs dos jogos pularem de felicidade.
Ao todo, sim, The Last Of Us é de longe a melhor adaptação que já vimos. Não vamos apenas nos prender aos livros, aos podcasts ou aos jogos. Nada nunca foi tão fiel e construtivo como a obra criada pela HBO. Mas, mesmo com todos esses elogios, nada pode ser 100% único ou perfeito, e é em pequenos momentos que a série perde o telespectador pela falta de interesse. O drama é sem sombra de dúvida o caminho perfeito para a série, entretanto, algumas cenas como a dos estaladores no segundo episódio fazem falta no decorrer da produção.
Não importa quantas vezes você assista ou reassista, cada detalhe nesse projeto cresce. Assim como sua produção, The Last Of Us é único e gigantesco. Existem um antes e um depois da série, e sinceramente, sinto por todas as produções que ousaram se chamar de adaptação – até aqui.
Crítica: The Last Of Us – 1ª temporada
Nota: 4,5/5
Elenco: Pedro Pascal, Bella Ramsey, Nick Offerman, Nico Parker, Gabriel Luna, Anna Torv, Ashley Johnson Storm Reid, Merle Dandridge, Troy Baker e outros.
Criador: Craig Mazin e Neil Druckmann.