ALERTA DE SPOILERS!
A Netflix surpreendeu a todos com a notícia que dividiria sua 4ª temporada de Stranger Things em duas partes. E surpreendemente, a escolha faz total sentido. A forma com o oitavo episódio termina, mostra como um cliffhanger deve ser feito, sem dúvidas, a plataforma deve ter batido recordes de audiência durante suas primeiras horas/madrugada. Entretanto, por mais que a série teve um cliffhanger que fez qualquer pessoa morder os dedos, é claro que a série ainda é impedida por seus medos.
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Os medos
Esse ano, Stranger Things começou provando que estava pronta para dar um passo a frente em sua produção: o terror, os efeitos e outros pequenos elementos evoluem, ganham força e forma. Mas, existe um GRANDE medo no roteiro: matar personagens. E isso está evidente a anos. A série costuma inserir um novo personagem no início da temporada, apenas para mata-lo depois, pois, não existe coragem de mexer com seus protagonistas.
É quase inacreditável, mas a série vem se repetindo por quatro temporadas, chega a ser ridículo. Nessa nova aventura ao mundo invertido, Steve avisa a todos que se o perigo estiver adiante de seus olhos, todos devem correr em outra direção, Eddie e Dustin brincam avisando que eles não são herói. Porém, mais tarde, a síndrome de herói atinge Eddie, só por que o roteiro quer. Todos os seus personagens estão pendurados pelo pescoço, mas o roteiro dos irmãos Duffers escolhe sacrificar o único cara que estava prestes a se safar – patético. E é assim, que entre lágrimas e alguns suspiros de indignação, nos despedimos a um personagem que conseguiu entregar mais que seus queridos protagonistas.
Verdade seja dita, a quarta temporada de ST pode ser descrita como: MAX, EDDIE, KATE BUSH E VECNA. Apenas. E ao lado desses nomes, em uma categoria mais segundaria, Dustin e Steve mais uma vez se destacam, mesmo que por menos tempo que mereciam.
O discurso do adeus
O discurso do elenco em entrevistas dizendo que haveria uma contagem de corpos – ah, o marketing – levou todos os fãs a temerem as vidas de seus personagens favoritos. E é nesse ponto que ‘o discurso do adeus’ entra em ação. Todos aqueles que podíamos imaginar com uma corda no pescoço começam a falar de suas vidas como se elas já tivessem acabado, como se não houvessem mais possibilidades, e mesmo que curto esse discurso se repete para grande parte dos personagens. E quando você percebe que eles – por hora – não levam à lugar nenhum, se tornam cansativos e até tristes.
E ao invés de matar personagens que por mais que estão conosco desde o primeiro ano, já não agregam, não entretenham, preferem matar os novatos. Mesmo quando os novatos se destacam com suas atuações, que aqui é claro que estamos falando de Eddie. O que esse menino entregou essa temporada, foi o puro entretenimento, entre risos – nervoso e felicidade – ele mostrou que o centro das atenções pode as vezes estar bem longe do núcleo central da série.
Stranger Things ainda é a melhor série da Netflix, os números provam isso e o dinheiro investido também, mas, não da pra ficar se repetindo sempre e sempre. Esse é um ponto que não poderá ser repetido no último ano da série. Por essa razão, a preocupação com a Max nem é tão gritante, os fãs sentem que ela ainda pode voltar. Um alto reflexo da coragem dos roteiristas. E aqui, mais uma vez nos encaminhamos para mais uma batalha, dessa vez, ao que tudo indica, a final. Onde, de alguma forma, 90% do casting se manteve vivo. Será que isso manterá por mais um ano? Veremos.
Crítica: STRANGER THINGS – 4ª TEMPORADA – PARTE 2
Nota: 4/5