Crítica | Stranger Things – 4ª temporada – Parte 1

Stranger Things é de longe o maior sucesso da Netflix, é a série que prende as pessoas em suas respectivas casas por um ou até dois dias de seu fim de semana de lançamento. E nessa temporada claramente não foi diferente. Shawn Levi (diretor) e os irmãos Duffer tinham mais uma vez em suas mãos uma tarefa difícil: matar a saudades da série e suprir suas expectativas. E claramente conseguiram. Mas também com 30 milhões de dólares na conta para utilizar em cada episódio da série, o limite era a imaginação.

Stranger Things está mais madura

Sim. A série cresceu junto com as crianças, é inevitável notar que até o mood da série mudou, que cresceu, que está cada vez mais se inclinando para o terror. Não um terror GOOR, não claro que não, um terror psicológico. Mas por estarmos falando de uma série que acompanhamos certos personagens desde 2016, é inevitável temer por suas vidas. Antes quando praticamente não víamos corpos, raramente um sangue, ou grandes sinais de morte, agora o clássico corpo flutuando e definhando, como se estivesse possuído ganha espaço na série.

Já foi mencionado aqui que a série recebeu da Netflix mais de 30M para usar em cada um dos seus episódios, e isso faz diferença na série. Não só em diferença visual, é claro que os efeitos visuais estão melhores, mas também em efeitos práticos. Shawn Levi brinca com as suas possibilidades desde o primeiro dia, as cenas com trevellings, cenas continuas, e que brincam com a inversão dos mundos. Tudo isso, se intensifica.

É incrível ver o crescimento do elenco

Qualquer produção que envolva crianças, e que tenha continuidade, sempre sofre com o super crescimento de seu elenco, e as vezes até precisam repensar ou correr com suas produções. Um exemplo disso, é a participação de Lia McHugh nossa querida Sprite em Eternos (2021), jovem na qual estava fadada a ficar presa em seu corpo infantil para o resto de sua existência. Mas, como ela, com certeza apareceria em outros filmes e séries do universo da Marvel, o estúdio resolveu transformar a garota em uma mera mortal, assim ela cresceria normalmente. Uma deliciosa conveniência de roteiro.

A quarta temporada de Stranger Things começa com cenas no passado, mostrando a Eleven (Onze) muito pequena, antes de conseguir fugir. É claro que a cena necessitou alterar um pouco o rosto da atriz, deixando ele mais redondinho, como o de uma criança, claro, além da diferença de tamanho.

Essas ‘crianças’ estão na frente das câmeras desde muito cedo, então com os anos passando suas atuações foram ficando melhores, com exceção do pequeno Noah Schnapp, que desde sua primeira aparição conseguia se destacar por sua atuação. Agora, todos, estão quase no mesmo patamar. Ainda sim, tem alguns que se destacam nessa temporada, a verdade é que, quando mais assustador, desconfiado e bizarro. Quanto mais eles conseguem sair do padrão normal conseguimos ver algo novo neles, e nisso Sadie Sink (Max), Priah Fergunson (Erica) e Joseph Quinn (Eddie) se destacam.

Não é a primeira vez que o nome de Priah aparece nessa listinha, a atriz conseguiu conquistar o público da série desde muito cedo. Agora as caras e bocas de Joseph, se destacam, enquanto o medo se instala nos olhos de Sadie. Eles estão simplesmente fantasticos.

Stranger Things é simplesmente novo, renovante, assustador e do jeitinho que os fãs gostam. O momento de temer pelos personagens que amamos chegou. Se a primeira parte entrega tudo o que vimos até agora, a segunda parte promete, dentro de suas 4 horas devastar alguns corações enquanto torcemos por nossos heróis.

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Stranger Things – 4ª temporada – Parte 1

Elenco: Millie Bob Brown, Sadie Sink, Gaten Matarazzo, Finn Wolfhard, Caleb McLaughlin, David Harbor, Winona Ryder, Joey Kerry e outros.

Direção: Shawn Levi

Roteiro: Irmãos Duffer

Nota: 4/5

Marta Fresneda
Líder do site de entretenimento O Quarto Nerd. Apaixonada por cultura pop, com objetivo de influenciar e incentivar mulheres na área de comunicação voltado ao mundo nerd.