O longa foi mais uma produção da Netflix.
O músico Shawn Mendes, um dos mais escutados nas plataformas digitais da atualidade, teve um documentário próprio lançado pela Netflix na última segunda-feira (23). Com a produção executiva feita pelo próprio artista, Shawn Mendes: In Wonder mostra o dia a dia do cantor, os shows e a gravação do álbum Wonder, que chega no início de dezembro para a alegria dos fãs.
Este não é o primeiro projeto musical que a Netflix investiu. Anteriormente a plataforma estreou produções com outros grandes nomes da indústria musical, como Taylor Swift, Lady Gaga e Beyoncé. Shawn Mendes tenta seguir a mesma linha que essas cantoras, mas a diferença é que elas têm mais tempo de carreira do que ele, com apenas 22 anos.
Shawn Mendes: In Wonder acompanha os bastidores da turnê mundial. Desde os ensaios e preparo até a correria e algumas decepções pelo caminho. Dirigido por Grant Singer, o filme de 80 minutos mostra uma tentativa forçada de apresentar o canadense como um dos deuses da cena musical.
Shawn Mendes é um músico que ficou conhecido por fazer covers no Vine. Mas a abordagem sobre esse assunto e diversos outros foram extremamente rasos e superficiais. A impressão é que, ao invés de um documentário, o propósito era ressaltar apenas os bastidores para quem tem curiosidade de saber como é por trás dos palcos, ou seja, o famoso backstage.
Veja também: Crítica| A Princesa e a Plebeia Nova Aventura traz todos os elementos de uma boa comédia romântica
Como citado anteriormente, a diferença entre Mendes e as outras cantoras que tiveram produções na Netflix é a bagagem profissional. São artistas consagradas no mundo da música há mais de 10 anos, que passaram por poucas e boas para chegarem onde estão e, atualmente, são bastante ativas em questões sociais.
Já no filme do músico, parece que houve um receio de abordar temais mais delicados, como o preço da fama, política e sociedade. Tudo foi falado de forma leve quase que irreal. Além disso, por ser um músico novo, o conteúdo passou a ser redundante e chato. Como se houvesse um desespero de achar temas interessantes para acrescentar na produção, mas que acabou caindo na mesmice de qualquer famoso do mundo da música.
O grande drama é quando o show de São Paulo é cancelado para o cantor preservar a voz. Além de mostrar uma falta de respeito com a situação, já que a notícia foi dada poucas horas antes de começar a apresentação, o acontecimento fica evidente que coube perfeitamente na necessidade de um clímax no filme. Mas, infelizmente, apenas um episódio isolado não sustenta uma produção inteira, mantendo a dinâmica do roteiro monótona.
Shawn Mendes: In Wonder passa a sensação de que nada é natural ao redor do artista canadense. Se a intensão era mostrá-lo como um grande ídolo da atualidade e “gente como a gente”, o efeito é o oposto do que ele almejava, sem sombra de dúvidas. Shawn continua não parecendo uma pessoa normal que tem suas próprias opiniões e estilo. Ele acaba mantendo a imagem de alguém fabricado sob medida para o show business.
Crítica: Shawn Mendes: In Wonder
Gênero: Documentário
Direção: Grant Singer
Nota: 2
