Crítica | Segunda temporada de Locke and Key é sombria e cativante

A segunda temporada de Locke and Key já está disponível na Netflix. Depois dos confrontos na última temporada, estávamos ansiosos para o retorno com espaço para novas aventuras e principalmente a resolução de tudo que ficou para trás.


A história

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Nessa nova temporada, recebemos um pouco mais de contexto sobre a origem das chaves. O que era definitivamente algo esperado para os novos episódios. Um pouco de contextualização sobre como os Locke se tornaram os guardiões dessa magia e como aprenderam a administrar todo esse poder. Além disso, é importante ressaltar que, mesmo com a história encaminhada, e quase se tornando previsível para nós ainda conseguem surpreender com o rumo que seguiu. Ainda que muito ambiciosa, a trama ainda consegue de certa forma permanecer com os pés no chão, não deixando de lado as raízes da história que é ao mesmo tempo um clássico, conseguindo permanecer contemporânea.

Temos os irmãos usufruindo do poder das chaves para o cotidiano, afinal, eles possuem esse privilégio então porque não usar?

Apesar dos riscos, eles aparecem bem mais maduros nessa temporada, carregando consigo mais responsabilidades com esse legado.

Sem mencionar que toda a história é completamente sedutora, a ideia das chaves mágicas nos faz imaginar infinitas possibilidades enquanto assistimos.

Consegue equilibrar todo o lado sombrio da história com toda a aventura e emoção que as chaves trazem. A trama se desenvolve no tempo certo e com certeza soube aproveitar cada momento dos dez episódios, sendo distribuídos da maneira correta para não se tornar cansativo.


Os personagens

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Essa é sem dúvida a temporada do amadurecimento. Vemos Kinsey, Emilia Jones, passar por um processo ainda maior de autoconhecimento que da primeira temporada, entendendo exatamente como a sua cabeça funciona. Para Tyler, Connor Jessup, grandes decisões precisam ser tomadas e apesar da decepção no final dos episódios, nós ainda conseguimos entender a motivação de suas escolhas. Nem sempre é fácil conviver com grandes poderes pairando sobre você. E claro, não podemos deixar de falar de Bode, Jackson Robert que assim como na primeira temporada ganhou seu holofote e estava sempre a postos para ajudar e trazer uma nova perspectiva para a narrativa, vendo tudo por olhos mais inocentes que são sempre necessários nas aventuras. Sem contar as doses de fofura que ele traz.

O equilíbrio do protagonismo entre os três foi feito de uma maneira sublime, que foi capaz de captar cada uma dessas nuances.

Não podemos terminar esse tópico sem dar o devido destaque merecido para Griffin Gluck, ator responsável por dar vida ao Gabe. Quando tivemos as primeiras impressões do trailer, quando o ator apareceu com muito destaque, a maior preocupação era se ele iria conseguir sustentar o ar sombrio criado para Dodge, por Laysla Oliveira na primeira temporada. Não há como negar que a mulher trouxe um ar aterrorizante para a personagem, executado de forma esplêndida. E a maior preocupação era se esse novo rosto da personagem conseguiria carregar essa pose. E a resposta é sim! Griffin conseguiu transmitir todo esse poder, arrogância e muita maldade. Por mais que Laysla fez falta nessa temporada, tendo aparecido bem pouco, não conseguimos sentir saudade da personagem pois está está definitivamente lá.


Representação LGBTQIA+

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Ainda falando sobre os personagens, precisamos abrir um pequeno parênteses para algo que aconteceu nessa temporada. Não chegando a ser uma problemática, mas definitivamente algo a ser comentado. A representação sútil da comunidade LGBTQIA+. Essa representação acontece em dois momentos, Duncan aparecendo com seu marido, onde com certeza acertaram a mão, e a nova personagem lésbica.

No primeiro momento a personagem aparece como sendo um novo interesse romântico de Scott e uma possível ameaça para Kinsey.

Por mais que a intenção possa ter sido uma das melhores, ainda é um pouco exaustivo ver essa narrativa em volta de uma comunidade que luta cada vez mais por seu espaço nas produções.

Visual da série

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Locke and Key possui um visual único, tanto nos cenários, figurino e efeitos especiais, que com certeza foram mais bem explorados nessa segunda temporada. Afinal, estamos falando de magia, então precisamos desse toque fantástico que faltou na primeira temporada. E de fato recebemos isso, e esperamos mais na próxima temporada, que até o momento, já está confirmada.

Os novos episódios são envolventes e dignos de maratona com toda a família.

Crítica

Título: Locke and Key

Showrunner: Carlton Cuse e Meredith Averill

Criador: Joe Hill, Carlton Cuse e Meredith Averill

Elenco: Emilia Jones, Connor Jessup, Jackson Robert, Griffin Gluck e Laysla de Oliveira

Nota: 5/5

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Júlia Oliveira
Redatora d' O Quarto Nerd. Apaixonada por música e séries. Completamente viciada em livros. 'I go to seek a Great Perhaps'.