Crítica | Resident Evil: No Escuro Absoluto

Crítica de Resident Evil: No Escuro Absoluto, nova série da Netflix - O Quarto Nerd

Para os fãs de games, ouvir qualquer coisa relacionada a filmes ou séries, mais a adição do nome de Resident Evil é sempre deixar a galera com um pé atrás. Isso porque, tem muito fã que não curte o que os longas trouxeram para a franquia e sequer consideram os filmes como parte da incrível história que Resident Evil criou ao decorrer do anos.

Entretanto, 2021 é um ano extremamente importante para a franquia, já que ela está completando 25 anos de existência. E a Netflix se juntou para dar um gostinho a mais para esses fãs “órfãos” de conteúdo da trama. Porém, pode ser que Resident Evil: No Escuro Absoluto não seja de fato aquilo que você procura, mesmo querendo algo relacionado a franquia.

Mesmo matando a saudade de personagens icônicos, como Leon e Claire, a história é curta, rápida e não cativa ninguém. Portanto, pode ser que não lhe atraia de modo efetivo.

Como começa Resident Evil: No Escuro Absoluto?

A história parece bastante uma continuação de algum jogo perdido pela Capcom. Começando pelo fato de que Leon precisa proteger o presidente – já que sua reputação com o governante está no auge. Isso porque ele salvou Ashley, sua filha (sim, a trama se passa depois dos acontecimentos de Resident Evil 4).

Entretanto, logo que ele chega na Casa Branca, o local sofre um ataque e ele precisa desvendar o que está acontecendo e quem está trazendo os zumbis de volta a ativa. E é assim, que vemos um Leon Kennedy descobrindo todos os podres por trás de uma organização que deveria proteger o seu país.

A série é na pegada de Resident Evil?

Se você é um fã assíduo e acompanha todas as novidades ligadas a franquia, vai bater uma pequena nostalgia. Mas, o suficiente para fazer você lembrar que a história poderia ter um “quê” a mais. Para se ter ideia, o remake de Resident Evil 3 dura mais tempo que a trama.

A Netflix entregou apenas 4 episódios de vinte minutos para os fãs que esperavam algo grandioso. E não é tudo isso, infelizmente. Acredito que se, na época, a história tivesse sido uma DLC em Resident Evil 4, teria sido mais emocionante.

Os gráficos da série, em determinados momentos dos episódios, fazem parecer que você está vendo personagens em live-action. São perfeitos os gráficos e mostram que a Resident Evil: No Escuro Absoluto tinha um enorme potencial. Entretanto, não chega a empolgar o fã da franquia.

O ritmo é bem constante, o que lembra um pouco dos games, principalmente com os zumbis. E a parte mais legal disso tudo é ver o Leon agindo incrivelmente bem enquanto derrota seus “amigos” já conhecidos de Raccoon City. Além disso, há uma parte na série que vai fazer os fãs gargalharem de rir, tamanha audácia já citada na trama.

Apenas uma dica, sem spoilers: para quem acompanhou os games, sabe que o primeiro dia de Leon Kennedy em Raccoon City era como um policial recém-formado. Ainda sem experiência qualquer em seu currículo. Então, não foi apenas “sorte”.

Leon S. Kennedy e Claire Redfield

Ambos os queridinhos da franquia retornam, mas apenas Leon é quem ganha seu destaque. Claro, sabemos que o cara fez inúmeras coisas e merece todo esse reconhecimento. Além disso, a trama traz a sensação de que você consegue explorar lugares com um dos dois, como nos jogos. Não é como escolher qual campanha acompanhar, mas traz esse pensamento e isso é um ponto muito legal.

Porém, colocar a Claire nessa série foi um tremendo desperdício. A garota não tem um momento de destaque, não faz nada de incrível. Ela só está ali, observando e tentando entender o que está acontecendo. Apenas isso. Ela sequer chega a expor de uma vez o que está acontecendo para, pelo menos, dizer que ajudou Leon em algo. Infelizmente, a Claire não teve muito espaço nessa trama, o que faz você sentir que só jogaram ela ali para dizer que a Claire Redfield estava lá.

No mais, é muito engraçado porque forçaram um flerte entre os dois. Aliás, nessa série Leon tá bem atiradinho e quem conhece os games, vai ficar pensando “Ué, e a Ada meu amigo?”

Resident Evil: No Escuro Absoluto vale a pena?

Alguns rumores dizem que essa série será canônica, por isso ela se passa depois de Resident Evil 4. Ou seja, se você que jogou, acompanhou os games e quer ter algo para se distrair, assista. Mas, o aviso de antemão é que não vai te cativar e a série não é nada empolgante.

Mesmo para um pequeno episódio criado para a série em questão, Resident Evil: No Escuro Absoluto foi vendido como algo muito grandioso, para no final você ficar apenas com a sensação de “é só isso?”. Então, é bem capaz que os fãs não curtam tanto, mesmo sendo uma série com personagem dos jogos e não personagens inventados para enfiar numa trama.

No mais, é uma história rápida, que se tivesse sido desenvolvida como filme, talvez, seria mais atraente. Portanto, veja com a mão na consciência de que é algo mais simbólico do que algo que vá realmente cativar o fã de Resident Evil.

A série contém 4 episódios e estreou ontem, dia 8, na Netflix.

Título: Resident Evil: No Escuro Absoluto
Elenco: 
Plataforma: Netflix
Nota: 3/5

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Mariana Lapeloso
Apaixonada por cultura pop, fã de quadrinhos, alucinada por séries. Fiz do meu amor profissão e hoje sigo escrevendo sobre aquilo que eu mais amo. Jogadora de Call of Duty, Super Mario e Resident Evil. Aficionada por filme de terror, com muita coragem (e vontade) de viver no Overlook Hotel.