O último filme da trilogia Para todos garotos – Agora e Para Sempre chegou hoje, 12, à Netflix.
Assim como o segundo filme foi lançado no mês do dia dos namorados, comemorado dia 14 de fevereiro nos Estados Unidos, o final da trilogia saiu bem próximo da data, para deixar todos no clima.
Os dois primeiros filmes nos apresentaram Lara Jean Covey, uma garota insegura, criativa, leal e principalmente cativante. É quase impossível para todos que assistiram não se apaixonar por ela e se pegar torcendo a cada minuto pela sua felicidade, e neste último filme recebemos a evolução da protagonista, resultado de cada pequena coisa que aconteceu nos filmes anteriores.
Trazendo o grande dilema dos casais de ensino médio sendo separados pela faculdade, e por mais que esse famigerado clichê esteja cada vez mais maçante nos romances, se torna especial na história de Lara Jean e Peter, que juntos encontram sentido não somente para seu relacionamento, mas também para a vida de cada um como pessoas individuais.
Quando os dois conseguem ficar felizes um pelo outro pensando além de seus relacionamentos, percebemos a evolução de cada um que antes conseguiam ser bem egoístas.
Representatividade
Desde o lançamento do primeiro filme, Lara Jean mostra alguns detalhes da cultura coreana. É incrível ter isso nas telas, a representatividade de uma garota asiática fazendo coisas comuns e não apenas lutando contra algum estereótipo, ou sendo colocada nesse papel indefeso pelos diretores e produtores. Isso é de fato um presente da escritora da série de livros, Jenny Han, que escreveu a trilogia. A autora é asiática e fez questão de preservar a identidade de Lara Jean quando surgiram as negociações para uma adaptação.
A importância da representatividade não é evidente até que ela aconteça de fato, e as pessoas comecem a perceber o quão bom é poder se ver nos lugares, em um comercial, na internet ou em um filme que é sucesso no mundo inteiro.
A história contada nos livros
É inevitável para os fãs fazerem comparações com os livros, afinal, aquela é a história original que precisa ser contada, e é natural que defendam isso, e por mais que alguns detalhes tenham feito falta, talvez não funcionasse nos filmes como funcionaram nos livros.
Mesmo com essas faltas, o filme é essencial, e conta uma história que não sabíamos que precisávamos até de fato ver.
A história de Lara Jean e Peter foi contada com calma, e do jeito que deveria ser, não é um daqueles filmes que nos perguntamos o porquê estenderem tanto com sequências desnecessárias, quando claramente poderia ter sido contada em uma única hora.
Girl Power
Uma das coisas que mais incomodam no primeiro filme era a questão da rivalidade feminina e essa disputa pela atenção de um garoto, isso é uma coisa tão 2011 que deveria ter ficado por lá, mas infelizmente é um tema que ainda é muito usado como clímax de milhares de produções.
Se no segundo nos animamos com o ‘acerto de contas’ entre Lara Jean e Gen na casa da árvore, no último filme recebemos bem mais do que isso.
As duas deixam de refletir uma na outra suas próprias inseguranças e passam a amadurecer, não só com os seus sentimentos genuínos que nunca deixaram de existir, como também uma vontade de se tornarem mais, juntas. As duas tem muito que aprender uma com a outra, e se o filme cometeu algum pecado foi em não ter mais cenas entre as duas.
A vida de Lara Jean Covey
Um dos destaques desse filme é o fato de não ser completamente voltado para o relacionamento de Lara Jean e Peter, e por mais que isso deixe o coração quentinho, acompanhamos o relacionamento da protagonista com suas irmãs, os preparativos para o casamento de seu pai, o receio das garotas com a possibilidade das memórias da sua mãe serem varridas junto com a chegada desse novo amor.
E também o a reação de Peter com cada escolha de Lara Jean mostra essa evolução do garoto, além de aprofundar sua relação com seu pai, o que é bem delicado e difícil para ele.
É engraçado como uma comédia romântica tem que ser, Dramático no melhor estilo Lara Jean Covey ao mesmo tempo carregado de emoção do tipo que nos faz querer sair em busca do amor de nossas vidas, só para poder experimentar esse frio na barriga que é tão bem descrito no filme.
Para todos os garotos – Agora e Para Sempre possui 1 hora e 55 minutos que foram usados com excelência, sem desperdiçar nem um pouco com nenhum tipo de enrolação. Risadas, choros e muita emoção embalam esse desfecho memorável da história de Lara Jean Covey e Peter Kavinsky.
Título: Para Todos os Garotos – Agora e Para Sempre
Elenco: Lana Condor, Noah Centineo, Anna Cathcart,Janel Parrish, Emilija Baranac, Ross Butler, Madeleine Arthur, Sarayu Rao e John Corbett.
Direção: Michael Fimognari
Roteiro: Katie Lovejoy
Nota: 5/5
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