Quando pensamos em reboots de franquias clássicas, os fãs sempre ficam com um pé atrás por medo de destruírem tudo o que as tramas construíram. Entretanto, o soft reboot de Pânico traz justamente essa premissa, que mistura o cômico com o gore sempre presente na franquia.
Esse filme, com toda certeza, foi uma surpresa no meio de tantos reboots e longas que estão sendo refeitos. Além de brincar com um assunto em pauta em Hollywood, o legado de Pânico está ali presente, mostrando a importância de personagens principais que estão por ali desde o início de tudo.
Uma boa surpresa ao redor de Pânico
Claro que sempre que falamos em reboots e remakes, a grande maioria fica com aquele ar de “Nossa, mas pra quê?”. Com Pânico não foi diferente, já que a franquia arrasta uma multidão de fãs. Entretanto, o que o novo filme fez foi algo genial, além de funcionar muito bem porque brinca justamente com essa coisa das opiniões ao redor de filmes que estão sendo refeitos na indústria.
Porém, além disso, a ideia foi conectar tudo de uma vez em uma história que mostrasse o legado final de Pânico. Ou seja, nós temos personagens novos, mas também temos os personagens antigos que sempre estiveram ali. Essa brincadeira entre os dois mundos, novo e antigo, funciona muito bem, deixando claro a intenção que o soft reboot teve para homenagear a franquia depois de tantos anos.
E o mais divertido nisso é que o filme é exatamente aquilo que as pessoas tanto reclamam nos fóruns da internet. Esse joguete foi o que tornou o filme ainda mais bacana e com uma pitada de humor que funcionou pelo peso, pela brincadeira com a realidade, com o fato que ocorreu ao redor de tantos filme e ocorre ao redor do novo Pânico. Usar esse fato das críticas em cima de reboots foi um caminho muito surpreendente e ainda deixa você com aquele ar de quem não esperava por isso.
Mas calma, se você ainda quer ver as mortes, o sangue e tudo aquilo que os fãs sempre viram em Pânico, ele continua ali. De um modo menos pesado, menos escrachado, mas se faz presente com as vítimas que precisam saber quem é o serial killer por trás da máscara do Ghostface no momento. Pode ser que algumas pessoas virem o rosto para o filme devido o caminho que eles seguiram, mas não dá pra negar que foi uma ideia genial que esse filme utilizou umas das principais reclamações do público nas redes para montar uma história em cima.
Apesar do filme ser bom, divertido, ter mortes um tanto quanto agonizantes e um plot do qual você não esperava, descobrir quem é o serial killer é um tanto quanto decepcionante. Isso porque está bem na cara quem é, então não tem muito segredo. E uma das principais coisas por trás de Pânico é descobrir quem é o assassino com a máscara de Ghostface, então não dá para se empolgar muito com isso.
Os personagens se conectam muito bem
Com essa história do novo e o velho, Pânico conseguiu acertar em cheio com seus personagens. Isso porque os novos são bem interessantes, além de trazer uma conexão enorme com os filmes antigos. Isso funciona bastante, já que eles precisam trabalhar com os personagens que carregam o legado da franquia, então a conexão faz bastante sentido e você entende os motivos de se ter um filme-legado, como eles mesmo falam no longa, além de fazer um pouco mais de sentido para a proposta que trouxeram em Pânico.
Os personagens antigos, como Sidney Prescott, Gale Wheaters e Dewey Riley deixam sua marca, para fazer os fãs antigos ficarem com aquele coração quentinho no momento em que dão as caras. A ligação entre eles e os novos personagens é legal, até porque depois de anos, uma pessoa vestida de Ghostface começa a matar novamente em Woodsboro. Ou seja, os “novatos” precisam ir atrás de quem entende da treta toda. Então, essa ideia de unir o velho e o novo funciona bem, deixa o gosto de nostalgia, mas também apresenta o novo e faz a história girar na lenda do serial killer.
Se você é bem fã de Pânico, pode ser que ache o filme um pouco galhofa, isso é inegável, até porque ele perdeu aquela seriedade que ele tinha. Mas, ainda sim, vale muito a pena você assistir, porque é uma coisa que destoa completamente do que estamos acostumados a ver. Não é um filme forçado, que parece que estão fazendo apenas para ganhar dinheiro em cima.
O longa se preocupa em trazer uma história que faça sentido, mesmo que possa ser um motivo esdrúxulo, mas atual. Ele traz personagens novos que não querem ser os antigos, pelo contrário, eles contam com a ajuda dos veteranos. E, também, deixa aquele ponto final de vez na trama, o que garante que o Ghostface nunca mais irá voltar.
Pânico estreia nos cinemas no dia 15 de janeiro de 2022.
Crítica: Pânico (2022)
Elenco: Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Melissa Barrera, Kyle Gallner, Mason Gooding, Mikey Madison, Dylan Minnette, Jenna Ortega, Jack Quaid, Marley Shelton, Jasmin Savoy Brown e Sonia Ammar.
Direção: Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett
Roteiro: James Vanderbilt e Guy Busick
Nota: 4,5/5
Texto por: Mariana Lapeloso