Crítica: Palm Springs a genialidade da produção repleta de carisma e inteligência

Critica: Palm Springs

Hoje em dia é difícil dizer que uma produção possa alcançar seu máximo e trazer novidades, mas para a crítica, Palm Springs é inteligente, sensível e um pouco sombrio.

A comédia traz – mais uma – história sobre viagens no tempo, mas, especificamente sobre ficar preso em um loop temporal. Entretanto na Netflix você poder encontrar uns 3 filmes diferentes sobre essa premissa, tentando fazer o personagem aprender uma linda história de amor. A produção do The Lonely Island é mais que uma comédia sobre alguém que precisa aprender uma lição boba, que já vimos mil vezes. Apesar de ter uma produção pequena, o filme traz complexidade para seus personagens, pensamentos que talvez você nunca tenha se quer cogitado, e como é viver preso em um loop temporal.

Palm Springs não é um romance sobre um casal que precisa aprender uma lição boba sobre amor, vai além disso. É uma visão maravilhosa sobre um tropeço num looping temporal, conseguindo ser totalmente original. O filme se arrisca falando de premissas existenciais, medos e acerta em cheio ao fazer os personagens mais errados – e engraçados – de comédias românticas. A trama traz um pitada de romance e ficção científica perfeitamente balanceada, se equilibrando de forma inteligente entre seus momentos engraçados, tristes e sombrios.

Início
Critica: Palm Springs a genialidade da produção repleta de carisma e inteligência

Trazer uma comédia para os cinemas e a televisão se tornou um desafio para os roteiristas, o respeito é cobrado – finalmente – ferozmente. Mas além disso, trazer algo “novo” é realmente difícil, em grande parte vemos mil versões dos mesmo filmes. Mas é abusando de seu lado cientifico que o filme realmente acerta, trazer premissas existenciais e perdão não só aos outros mas a nos mesmos exige perguntas mais sombrias. E é nisso que o filme se apoia, aproveita o espaço que tem para trazer o desespero e defeitos de seus personagens, e como a vida pode ser divertida e repetitiva às vezes.

Nos últimos anos, alguns filmes se arriscaram trazer temas com viagens no tempo, ou mais focados em loops infinitos. Recentemente tivemos uma grande obra da TV na Netflix, onde conseguiu trazer complexidade e inteligência em sua produção, Dark. E por outro lado produções como “Megarrrômantico” e “Quando nos Conhecemos“, nos mostraram “lindas histórias sobre romance”, com pessoas perfeitas presas em vidas perfeitas, ou a procura obsessiva de seu amor.

Mas é contra essa maré que Palm Springs nada. De início a trama nos mostra o quanto Nyles já está cansado de sua vida, e até um pouco depressivo. É como se ele estivesse no estágio de aceitação de sua situação, preso em um loop na noite de um casamento para sempre. Até que somos introduzidos a Sarah, a irmã da noiva, cheia de problemas e culpa até o pescoço. Porém, após seguir Nyles a mesma acaba ficando presa no looping também. Claramente Sarah não aceita isso bem, mas acaba embarcando nesse aventura com ele.

Representação
Critica: Palm Springs a genialidade da produção repleta de carisma e inteligência

Andy Samberg é sem dúvidas o cara perfeito para trazer complexidade para um personagem e ao mesmo tempo te fazer rir. Muitos atores de comédia/romântica, acabam ficando presos em seus personagens com o passar dos anos, e todos os seus projetos acabam se tornando iguais. Mas, felizmente isso não acontece com Samberg. Nyles está a muito tempo preso nesse looping, e grande parte do tempo acaba dando falsos discursos motivacionais que sempre terminar de forma sombria. A verdade escondida por traz de seu sorriso é obscura, viver nesse looping infinito tira todas as perspectivas de tempo e vida dele. Mesmo quando Sarah acaba ficando presa com ele, esse ar sombrio não se desprende do personagem, apesar de sempre ser cômico e divertido.

Cristin Milioti não fica nada atrás de Samberg, enquanto Nyles tenta curtir em sua pausa dramáticas, Sarah não descansa à procura das possibilidades. Mas assim como ele, ela também tem seu lado obscuro. Além da química praticamente inquebrável dos dois, eles se encaixam perfeitamente em uma balança – cada um de um lado. O filme consegue ser uma separação perfeita do ponto de vista de ambos, além de trazer algumas leves lições pessoais. No final, a trama não é sobre se apaixonar ou encontrar a si mesmo e uma significado da vida. É sobre aprender a viver mesmo entre as dificuldades, com o que temos.

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Palm Springs se desprende de um gênero, busca uma razão para não só sua existência, mas como para todos os personagens. É repleto de representações divertidas, agradáveis e problemáticas – de um jeito bom. Mesmo quando se inclina completamente para o romance, a trama não desperdiça ou não deixa de abordar nada sem uma razão, mostrando as consequência e como é ficar preso nesse mundo. A combinação perfeita entre os talentos de Samberg e Milioti é cativante e envolvente, a dupla é adorável, vulnerável e hilária, se juntando a combo perfeito.

Enquanto a introdução curiosa e um pouco assassina de J.K. Simmons é introduzida como Roy, o personagem é usado com um tipo de vilão, mas com um papel muito mais profundo é mostrado ao desenvolver. Mais com a intensão de humanizar cada vez mais os personagens, que tem que aprendem a lidar com seus sentimentos em sua situação. Mas apesar de poucas, Samberg e Simmons acabam guiando algumas das cenas mais hilárias do filme.

Finalização

O filme sabe como mostrar o mesmo dia de novo e de novo sem trazer algo cansativo, e dessa forma a comédia cai como uma luva para a trama. Para aqueles que souberem absorver a história da forma correta, Palm Springs tem muita história para contar e muitas lições para ensinar. Mas quando você achar que está chegando a solução, a direção de Barbakow e o roteirista Andy Siara vão manter as expectativas, atualizado e desenvolvendo idéias em constante estado de fluxo. Entretanto a necessidade do uso do CGI em poucas cenas, que acabam resultando em algo ruim, mas isso não desprenderá a genialidade da trama.

Apesar de um tema muito usado em filmes, Palm Springs finaliza trazendo muito mais do que o prometido em uma divertida história de coração genuíno. Se unindo a personagens, roteiro, direção e mais, a trama se torna nova, um pouco bizarra, um pouco científica mas, claro, deliciosamente divertida.

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Crítica Palm Springs

Elenco: Andy Samberg, Cirstin Milioti, J. K. Simmons, Camila Mendes e Tyler Hoechlin.
Direção: Max Barbakow
Roteiro: Andy Siara
Produção: Andy Samberg, Akiva Schaffer, Jorma Taccone, Becky Sloviter, Dylan Sellers e Chris Parker

Nota para crítica de Palm Springs: 4,5/5

Marta Fresneda
Líder do site de entretenimento O Quarto Nerd. Apaixonada por cultura pop, com objetivo de influenciar e incentivar mulheres na área de comunicação voltado ao mundo nerd.