Após um pouco mais de um mês com episódios semanais, infelizmente a primeira temporada de Pacificador chega ao fim. “Infelizmente” porque James Gunn, roteirista e diretor principal da série, constrói com sucesso a trajetória de Chris Smith (John Cena), figura por trás do título de Pacificador. Se em O Esquadrão Suicida (2021), ele foi apresentado como anti-herói e até mesmo antagonista em dado momento, em Pacificador o cenário é outro: com muito carisma, química, humor e rock n’ roll, Gunn deixa o gosto de quero mais depois do 8º episódio. Aliás, com a segunda temporada confirmada, ainda bem que é apenas questão de tempo.
Assim, durante os oito episódios, Gunn e os demais diretores moldaram um Chris que vale a pena torcer a favor. O personagem possui questionamentos, que fortemente se ligam com sua história de origem e ao quão tóxico era seu ambiente familiar. Entre ter um pai supremacista branco e se sentir culpado pela morte do irmão, Pacificador é posto a teste precisando encarar sentimentos e tomar decisões. Assim, em uma temporada, Chris faz as pazes com seu passado, se vê tentado a se juntar ao vilão e, por fim, tem sua redenção. Se milagres acontecem, com certeza Eagly – melhor amigo de Chris que também é uma águia – abraçar o Pacificador no começo e no final da temporada simbolizou um.
Embora o nome do personagem seja o dado à série, seus colegas de equipe não ficam para trás no protagonismo. Harcourt (Jennifer Holland), Adebayo (Danielle Brooks), Murt (Chukwudi Iwuji), Vigilante (Freddie Stroma) e Economos (Steve Agee) tem tempo de tela suficiente para serem desenvolvidos tanto no núcleo central quanto em suas respectivas histórias pessoais. E, honestamente? Com O Esquadrão Suicida em seu histórico, Gunn já possui experiência em destrinchar diversos personagens desconhecidos simultaneamente.
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Além disso, fica impossível analisar a série ignorando sua trilha sonora, marca já registrada de Gunn. Após o sucesso da trilha de Guardiões da Galáxia (2016), o diretor conseguiu seguir de forma constante suas escolhas musicais em cada projeto que estava envolvido, e com Pacificador não foi diferente. Como o próprio Chris diz na série, “não existe tempo ruim para tocar rock n’ roll”, e surpreendentemente está certo. Gunn utiliza a trilha como ferramenta crucial para ambientar a audiência e fluir a cena, mexendo em sua composição na medida que a história fica mais tensa ou solta.
E juntamente a isso está o humor, que vem carregado em Pacificador. O interessante é que Gunn não está preocupado na clássica comparação DC x Marvel. Assim, o diretor faz um de seus melhores trabalhos querendo explorar a liberdade que lhe é claramente dada na série para produzir uma composição única para o gênero, que vai desde a uma abertura inesperada a cenas pós-créditos que ampliam o universo mostrado. Tudo para que quando Gunn conecta Pacificador com o universo da DC no último episódio, a audiência finalmente entenda qual é o real tom da DC, e que não é tudo do gênero que precisa ter a fórmula Marvel para dar certo.
A primeira temporada de Pacificador já está disponível na HBO Max. Além disso, a segunda temporada está confirmada, porém ainda sem previsão de estreia.
Crítica
Título: Pacificador
Showrunner: James Gunn
Criador: James Gunn
Elenco: Jennifer Holland, Danielle Brooks, Chukwudi Iwuji, Freddie Stroma, Steve Agee, John Cena
Nota: 4,5/5
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