Crítica | Os Ausentes é lenta e demora para se desenvolver

Os Ausentes

A cada dois minutos, alguém desaparece no Brasil e foi a partir dessa informação que o criador e roteirista, Thiago Luciano, deu vida a nova série brasileira da plataforma da HBO Max: “Os Ausentes”. A produção, que estreou ontem, 22, conta a história de uma agência que é liderada por um ex-policial e que recebe casos de desaparecimentos que ninguém mais investiga.

Após sua filha desaparecer em 2007, o ex-delegado Raul Fagnani (interpretado por Erom Cordeiro) decide fundar a “Ausentes” para conseguir investigar os casos com mais profundidade, no submundo da capital paulista. Formada por, até então, três pessoas, a agência começa a atrair ainda mais casos após a chegada de Maria Julia (Maria Flor), uma garota misteriosa que se oferece para começar a trabalhar na Ausentes.

Vídeo: Divulgação

Com 10 episódios de aproximadamente 45 minutos cada, a série investigativa aborda a angustiante realidade de dor e sofrimento que várias famílias sofrem no Brasil. Cada episódio busca investigar o desaparecimento de um novo personagem, o que acaba remetendo ao estilo de série policial que tanto amamos.

Porém, apesar do trailer ser extremamente empolgante, “Os Ausentes” erra em vários aspectos. O primeiro deles que vale ressaltar é a forma com que o enredo é conduzido. Logo de início somos apresentados ao trabalho que Raul vem exercendo ao longo dos anos, contudo, de forma exageradamente massiva e lenta, o roteiro não se desenvolve com facilidade, fazendo com que o espectador possa desistir de continuar no primeiro episódio.

Entretanto, com o passar dos capítulos, o espectador é envolvido cada vez mais na trama e entendendo os motivos de cada personagem. A série também é cheia de reviravoltas, uma sacada que é bastante utilizada em produções desse gênero. Porém, em “Os Ausentes” fica cada vez mais difícil entender a trama principal e as tramas secundárias, fazendo com que algumas lacunas fiquem abertas e não sejam trabalhadas como deveria.

Outro ponto que vale ressaltar é a forma com que a direção utiliza a técnica de slow motion desnecessariamente em várias situações, algo que é bastante percebido logo no primeiro episódio. A atuação, de início, também deixa a desejar, o que é um choque visto que o elenco é extremamente talentoso. Erom e Maria Flor, principalmente, demoram a incorporar seus respectivos personagens, causando ainda mais uma lentidão desnecessária na série. Mas, para compensar, a produção traz diversas participações especiais que equilibram a falta de atuação dos personagens principais.

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Foto: Divulgação

De forma geral, apesar de ter muitas cenas de ação (e várias delas feitas como se fosse a coisa mais normal no dia a dia de alguém), a produção deixa bastante a desejar. Isso é bem perceptível quando se trata de uma série que se tem tudo para ser ainda mais empolgante do que o trailer, mas que acaba não desenvolvendo o enredo de forma adequada. A história é boa, só que não foi bem aproveitada.

“Os Ausentes” é o tipo de série que você não vai querer maratonar de uma vez, mas, que se você forçar um pouco, vai querer ver o que acontece no final, apesar de ele ter desmoronado toda a trama que vinha se desenvolvendo no meio da série. A produção também traz bastante temas e tabus culturais que rondam a capital paulista, como a chegada de imigrantes, a Cracolândia e outros bairros do submundo de São Paulo. Porém, se fosse para valer a pena, o melhor seria que a série começasse a partir do 5º episódio e terminasse no 9º.

Crítica

Título: Os Ausentes
Criadores: Thiago Luciano e Maria Carmem Barbosa
Elenco: Erom Cordeiro, Maria Flor, Flavia Garrafa, Augusto Madeira, Indira Nascimento.
Nota: 2,5/5

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Raphaela Lima
Completamente apaixonada por música e pelo Spider-Man, usa seu conhecimento sobre a comunicação e a cultura pop e seu vício em filmes e memes para complementar a equipe das nerds da cadeira.