Crítica | Nolan tem paixão em combinar veracidade em Oppenheimer com efeitos visuais magníficos

Crítica | Nolan tem paixão em combinar veracidade em Oppenheimer com efeitos visuais magníficos

Estamos muito perto da estreia de um dos filmes mais aguardados de julho de 2023, e já podemos chama-lo de um dos melhores deste ano? Oppenheimer demonstra grande potencial para brilhar nas criticas. A cinebiografia apresenta uma história complexa para o público comum, com uma montagem ousada, e efeitos impactantes. Tudo isso sem o uso de Imagens geradas por computadores (CGI), elementos extremamente positivos para o filme, porém Oppenheimer não é perfeito.

Roteirizado e dirigido por ninguém menos que Christopher Nolan, diretor de filmes como: A Origem (2010), Interestelar (2014). Oppenheimer estreia dia 20, mas o Quarto Nerd já teve o prazer de assistir a mais nova obra prima de Nolan! E aqui você confere sem grandes spoilers o que achamos do filme.

O filme se trata de uma cinebiografia baseada livro de Kai Bird “Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer. Quando Nolan assumiu esse projeto, a ideia era passar para o público quem foi o físico Julius Robert Oppenheimer. A narrativa divide o foco entre a vida pessoal de Oppenheimer e a sua jornada como principal condutor do time a desenvolver a bomba atômica que foi utilizada contra o Japão em meados do fim da Segunda Guerra Mundial.

Oppenheimer , que tem reconhecimento devido a sua genialidade, acaba sendo encarregado de comandar o Projeto Manhattan. O projeto foi arquitetado pelas forças dos Estados Unidos para o desenvolvimento exclusivo de uma bomba atômica como força bélica para a guerra em 1942. O grande reconhecimento e a fama de Oppenheimer como o pai da bomba atômica, se deve porque ele ficou responsável por comandar uma grande equipe de físicos no laboratório em Los Alamos.

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Nem totalmente épico, nem totalmente biográfico. Apesar se tratar de uma cinebiografia que da vida a uma figura histórica, Nolan não teve medo em dar vida a uma narrativa densa. Nesse contexto, o longa conta com a presença de muitos cientistas famosos, sem tirar o foco de Oppenheimer , como Einstein, Heisenberg e Niels Bohr. De fato o filme possui esse aspectos gênero de documentário, o que pode levar boas e más críticas do público, porém, para nós foi um acerto, já que as três horas de filme permitia um aprofundamento.

Nesse mesmo sentido, mesmo para os estudiosos do tema, o longa de Oppenheimer consegue fazer o que ninguém havia feito ainda. Assim, outras obras que perpassaram pela tragédia em Hiroshima e Nagasaki, tiveram seu foco voltado para os impactos causado tanto na guerra quanto na política. Em contraste, o roteiro do filme, permite uma perpesticiva mais emotiva e psicológica. Tudo isso sobre a ótica do psicológico atormentado do físico que achava estar fazendo o correto, e que estava fascinado na grandiosidade da física, que não possui juízos morais.

No mais, não tem como não citar a atuação magnifica de Cillian Murphy mesmo no meio de um time tão forte. Já era de se esperar que Murphy não seria o único a brilhar no seu papel. Robert Downey Jr, Emily Blunt e Matt Damon não ficaram para trás e entregaram atuações memoráveis no filme.

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Porém, da mesma forma que o filme sempre está sobre Oppenheimer, Murphy consegue entregar uma ótima evolução emocional. A medida que Oppenheimer é modificado pelos temores advindos da guerra, e das incertezas morais, sobre sua participação na construção da bomba atômica, o público também sente a angustia junto com ele, e isso sim, vale todo o filme.

Então, diremos que Nolan ousou na montagem e pode não agradar alguns grupos de telespectadores. Este que procuram filmes mais comprimidos e frenéticos em momentos de ações. Mas, as experiências com filmes anteriores de Nolan possibilitou que ele ousasse e acertasse em seus efeitos especiais, no design dos sons e na montagem atípica.

Oppenheimer vale todo o hype?

A reposta é um grande sim! Portando, não achamos que o filme é só para os amantes de dramas, e de obras biográficas. Oppenheimer pode parecer carregado demais para quem só deseja assistir algo, e você corre o risco de sair da sala dos cinemas com a cabeça pesada, porém, é importante frisar que a partir desse tema, não há como fazer um filme fácil de assistir.

Dessa forma, o diretor consegue dentro do tema, colocar o público para questionar, refletir e sentir junto com Oppenheimer o terror que estava sendo arquitetado, em nenhum momento admitindo um caráter de vilão ou de vítima para o físico, deixando essa interpretação e muitas outras para o público.

Crítica: Oppenheimer

Direção: Christopher Nolan

Roteiro: Christopher Nolan

Elenco: Cillian Murphy, Robert Downey Jr., Emily Blunt e Matt Damon.

Nota: 5/5

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Camila Tognin
Estudante de jornalismo e cinema, apaixonada por obras que abordam a visibilidade LGBTQIA+ e revoluções sociais. Muito fã de desenhos e Gamer nas melhores horas.