A produção Obi-Wan Kenobi, teve o seu último episódio liberado nesta quarta-feira (22). A série muito esperada pelos os fãs de Star Wars, tinha a cereja do bolo perfeita para ser um sucesso, que é a conhecida rivalidade entre Darth Vader e Obi–Wan. No entanto, o roteiro inicial é confuso e não leva a lugar nenhum, somente no final que a trama ganha algum sentido e os personagens conseguem um desfecho digno.
Na série desde a Ordem 66, Obi-Wan (Ewan McGregor) vive escondido no planeta Tatooine, com uma nova identidade. Mas, após a princesa Léia Organa (Vivien Lyra Blair) ser sequestrada pelo Império. O General Bail Organa (Jimmy Smits) pede a Obi-Wan que parta em missão para resgatar sua filha.
Personagens bem construídos
A série introduziu pela primeira vez em um live-action os Inquisidores, que já apareceram nas animações de Star Wars, como o Grande Inquisidor (Rupert Friend) e o Quinto Irmão (Sung Kang). No entanto, o melhor arco trabalhado é o da Terceira Irmã, chamada Reva Sevander (Moses Ingram), que até o lançamento da série sua identidade era um mistério.
Outro grande talento é Lyra Blair que dá vida a princesa Léia Organa. A atriz já se mostrou muito talentosa em outras produções e tem tudo para ter uma carreira de sucesso nos cinemas. A pequena encara tão bem o papel, que é impossível não notar o quanto ela transmite os trejeitos de liderança da General Organa. Além do mais, sua parceria com o McGregor é excepcional.
Roteiro confuso
Um dos maiores problemas de Obi-Wan Kenobi é o roteiro, que serve mais para confundir do que para ajudar o telespectador. A série se passa alguns anos depois do Episódio lll (2005), nesta época o Darth Vader estava no auge de sua raiva, por isso cometia as piores atrocidades. Contudo, não é isso que a série mostra logo no início, pois é apresentado um Vader morno e sem sal. Um bom exemplo dessa situação é o primeiro encontro entre Vader e Obi–Wan. Onde o primeiro tenta fazer churrasco do segundo, mas fica olhando calmamente seu antigo mestre escapar sem fazer absolutamente nada.
Além disso, o lendário Jedi Obi-Wan acabou perdendo um pouco da sua personalidade na série, se tornando uma pessoa totalmente sem esperança e que pensa duas vezes antes de ajudar quem precisa. Isso deve-se ao próprio roteiro que descaracteriza o herói. Aliás, mais da metade da trama o arco do Jedi é voltado somente para o resgate de Léia, remetendo a mesma história de The Mandalorian (2019).
Final bem feito
Por outro lado os episódios finais 5 e 6 trazem de volta a personalidade dos personagens principais e finalmente um duelo de respeito entre Kenobi e Vader, o que melhora em parte, pelo menos o desfecho da série. A cena da luta final é a única bem coreografada e dirigida por Deborah Chow, com diálogos e golpes de sabre de luz, característicos do universo.
Direção
Conhecida por ter dirigido os episódios 3 e 7 da primeira temporada de The Mandalorian (2019). Chow trouxe muitas referências da trilogia clássica, tanto os créditos finais, quanto o surgimento dos primeiros insurgentes, que mais tarde se tornaram a Aliança Rebelde. Mas, é claro também que alguns erros são perceptíveis em sua direção, como o parkour da Terceira Irmã pelos prédios atrás de Kenobi, cena que não faz nenhum sentido, sem contar os ângulos e cortes de câmera que acaba deixando tudo mais vergonhoso. Além do mais, a fuga da princesa Léia, também é outro erro, que parece durar uma eternidade, sendo que ela é só uma criança.
Mas, algo que é perceptível é o tato de Chow na construção dos diálogos entre Kenobi e a pequena Léia e até mesmo nos flashbacks do mestre com seu antigo aprendiz Anakin Skywalker.
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Para resumir Obi-Wan Kenobi se perde demais no roteiro, mas ainda sim consegue trazer algumas referências aos amantes de Star Wars e um desfecho interessante aos personagens principais, não alterando a linha cronológica do universo.
Crítica
Título: Obi Wan Kenobi.
Elenco: Ewan McGregor, Hayden Christensen, Moses Ingram, Indira Varma, Rupert Friend, Vivien Lyra Blair e Grant Feely.
Direção: Deborah Chow
Nota: 3,5/5.
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