O Sol Também é uma Estrela chega aos cinemas nesta quinta-feira (16) e traz a história do casal Daniel e Natasha. Lançado como livro em 2016 e escrito por Nicola Yoon (autora de Tudo e Todas as Coisas), o livro foi um sucesso de vendas, ficando mais de 40 semanas na lista dos mais vendidos e se tornando um best-seller.
A história gira em torno de Natasha, uma jovem que está enfrentando problemas pois sua família está sendo deportada de volta para sua terra natal, a Jamaica, e ela está lutando contra o tempo para tentar permanecer em New York, lugar que considera seu lar. Do outro lado temos Daniel, um jovem que tem sua vida toda planejada a fim de dar orgulho a sua família e a seu nome. Natasha e Daniel não parecem ter muitas coisas em comum: ela é uma garota praticamente cética, só acredita naquilo que a ciência consegue provar. Apenas dá importância para aquilo que se pode ver, estudar e comprovar. Já Daniel tem alma de artista, acredita no amor e no destino. Foi a partir dessa crença que seu caminho cruza com o de Natasha, e ele se vê então determinado a conquistar o coração da jovem, nas últimas 12 horas que lhe restam no país.
O filme pode parecer, ao primeiro olhar, mais um da lista de romances clichês que chegam às telas de cinema desde A Culpa é das Estrelas, mas não é o caso. Temos aqui personagens completamente diferentes, com convicções e vontades, acertos e erros. O filme foca principalmente na interação dos jovens, que nunca haviam se visto antes e então passam o resto do dia destinados a se conhecer melhor (e Daniel promete, que ao final do dia, Natasha se apaixonará por ele). Ele não possui grandes reviravoltas, e nem um ponto de virada dramático. O longa traz as diferenças culturais dos protagonistas (ela jamaicana e ele coreano), as interações e as perspectivas que cada um tem com sua própria vida.
O interessante desse filme é que praticamente não existe um personagem branco. Posso apontar facilmente um, mas apenas ele. O restante do elenco é formado principalmente por atores negros, e também asiáticos. Isso se deve ao fato da autora Nicola Yoon ser negra, e em suas obras sempre trazer uma protagonista da sua cor, a personificação da diversidade.
O pano de fundo do filme, a cidade de Nova York, em conjunto as graves e pesadas batidas do rap trazem um tom dramático para a história. A trilha sonora é constante, e casa perfeitamente com tudo o que representa a cidade.
Natasha traz diversas citações científicas ao longo da narrativa, explicando comportamento, alinhamento das estrelas e todas as coisas que formam a personalidade da mesma. Parece um pouco fora de contexto falando dessa forma, mas não deixe se enganar.
Não é um filme com um estouro de atuação, e as cenas mais dramáticas do filme não conseguem captar toda a essência que era necessária. O tom pareceu um pouco fraco, mas a composição da obra em si é muito bonita. A química dos atores é algo bem forte e muito bem construída, mas não podemos dizer o mesmo dos personagens coadjuvantes, que mal aparecem e não tem tempo de tela o suficiente para criar qualquer tipo de laço com os espectadores. Se procura por um romance leve, engraçado mas com uma certa pitada de drama, então O Sol Também é uma Estrela é o filme certo para você.
Título: O Sol Também é uma Estrela (The Sun is Also a Star, 2019)
Direção: Ry Russo-Young
Roteiro: Tracy Oliver
Elenco: Yara Shahidi, Charles Melton, John Leguizamo, Jake Choi, Gbenga Akinnagbe, Cathy Shim
País/Ano: EUA/2019
Data de lançamento: 16 de maio de 2019