Crítica | O Jogo da Invocação mira em brincadeiras infantis mas faz palhaçada

O ano de 2023 está acabando e nada melhor para entrar no clima das festividades do Natal do que um filme de terror novinho! Brincadeiras à parte, para nós, fãs, um terror é sempre bem-vindo. Já assistimos ao O Jogo da Invocação, que estreou dia 30, e podemos contar tudo para você. O filme se passa na cidade de Salém, muitos anos depois da época das caças às bruxas, mas toda a contextualização do filme fica um pouco rasa e genérica demais. E não é só nesse ponto que o filme se perde. Nesta crítica, vamos analisar se O Jogo da Invocação, filme da Dimond Films, entrará para a nossa ceia de Natal cinematográfica!

Dirigido pela dupla Eren Celeboglu e Ari Costa, “All Fun and Games”, nome original do terror, entregou, antes de sua estreia um bom elenco e uma proposta divertida de slasher. No entanto, o filme peca muito na execução tanto no roteiro, quanto na direção das cenas. O longa intriga nos aspectos iniciais, mas o ritmo fica desinteressante. São personagens fracos que conduzem a trama e se torna muito difícil causar emoções grandiosas, até mesmo nas mortes. E é exatamente quando o slasher começa, que a que a história desanda. O roteiro, que antes era fraco vai se perdendo até desembocar em um final que não oferece nenhuma explicação. É isso o filme simplesmente acaba, como já era esperado.

Confira a sinopse oficial do filme:

Uma família se vê envolvida em um jogo demoníaco e perigoso que acaba indo longe demais. Uma faca amaldiçoada força um grupo de adolescentes a jogar versões mortais de jogos infantis com o objetivo de brincar com suas vítimas até a morte.

Nos primeiros minutos em tela, O Jogo da Invocação parece ter uma receita clichê, mas que pode melhorar se souber se destacar. Contudo, ao decorrer da trama, muitos elementos vão se esfriando ou são pouco explorados na história. Para começar a falar do que deixa a desejar quando vemos o filme, temos o cenário. O mise en scène nunca se destaca, mesmo com a história se passando nos dias atuais na sombria cidade de Salém. A direção de arte falha em explorar a ambientação macabra do lugar. Tanto no presente quanto nos flashbacks do passado, não há nada de muito interessante e original no filme, diferente de filmes do gênero como “Pearl” (2023) ou até mesmo o mais adolescente “Rua do Medo” (2021).

Além disso, com bons atores em cena, sozinhos não conseguem criar boas atmosferas de suspense, já que a direção não se destaca no filme. Nossos protagonistas, Natalia Dyer e Asa Butterfield, interpretam dois irmãos mais velhos que vão passar uma noite inteira em casa, só com alguns amigos, porque foram proibidos de sair para festas para cuidarem de seu irmãozinho Jo. Vivido pelo ator Benjamin Evan Ainsworth, Jo talvez seja uma luz no fim do túnel, principalmente quando assume o papel de protagonista diversas vezes em O Jogo da Invocação. Porém, quando seu personagem está em cena ao lado de seus irmãos, também fica evidente como os outros personagens da trama são fracos e sem graça, tornando fácil para o garoto se mostrar o personagem mais responsável e esperto do filme.

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O Jogo da Invocação tinha muito potencial para ser um filme divertido, como sugere seu nome. Mas falta história, falta terror e, principalmente, faltou aproveitar as boas oportunidades que o filme tinha. As brincadeiras infantis são o cenário mais macabro e original que o filme pode oferecer, e estão presentes desde o começo da possessão, mas não entendemos direito quais brincadeiras estão acontecendo e porque, durante os jogos o suspense é quase nulo, o que também é culpa de uma trilha sonora fraca e planos muito simples.

Chegando perto do veredito final, para os entusiastas ávidos por um terror slasher, não é dessa vez que a clássica fórmula da mãe que deixa a criança mais nova em casa para os filhos adolescentes serem babás e o demônio entra para fazer a festa, encantou nossos olhos, mas não foi um dos piores. O Jogo da Invocação deixa então um gostinho de “quero assistir um bom filme de terror” então continuaremos de olho ainda nos próximos lançamentos de terror desse mês de natal para nos divertimos um pouco.

Crítica: O Jogo da Invocação

Direção: Eren Celeboglu e Ari Costa

Nota: 2/5

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Camila Tognin
Estudante de jornalismo e cinema, apaixonada por obras que abordam a visibilidade LGBTQIA+ e revoluções sociais. Muito fã de desenhos e Gamer nas melhores horas.