Crítica | O Homem Ideal é o que esperamos de um Oscar

Sabe que dia é amanhã? Não apenas véspera de Natal, mas também o dia que O Homem Ideal chega aos cinemas. 

O filme é distribuído aqui no Brasil pela Diamond Films e é uma grande aposta do cinema alemão para o Oscar 2022

A cineasta alemã Maria Schrader foi a diretora, responsável também por Nada Ortodoxa e Atlantis – O Reino Perdido. Nele, acompanhamos a história de Dra. Alma Felser, uma pesquisadora solteira que não acredita no amor interpretada por Maren Eggert. Também conhecemos Tom, um andróide programado para servir como o parceiro amoroso ideal, interpretado pelo inglês Dan Stevens

Mantenha em mente desde o início que é um filme emocionalmente pesado. Assim como outros filmes conceituais como Encontros e Desencontros e Ela, os três apontam defeitos talvez incorrigíveis da sociedade e nos fazem pensar até onde estamos dispostos a abrir mão do relacionamento humano para a tecnologia. 

A resposta é, quase nada. Afinal, para que trabalhar, gastar tempo e energia em um relacionamento se você possui um homem perfeito ao seu lado.

Crítica | O Homem Ideal é o que esperamos para um Oscar

Dra. Alma é inteligentíssima, a princípio imaginamos que esse seja o motivo por trás de seu ceticismo no amor, mas com o passar do filme, suas paredes vão caindo e conhecemos mais uma humana com cicatrizes e uma história falha. 

Por outro lado temos Tom, ele é simplesmente perfeito, seria realmente o homem ideal, se não fosse um robô. Somos apresentados a várias questões filosóficas como “pelo que exatamente nos apaixonamos?” “quais são os limites da tecnologia e até onde a aceitamos?”  e sobre a troca de humanos por máquinas.

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Essa última questão é há tempos abordada, mais precisamente desde a revolução industrial, mas em quais áreas e situações elas podem nos substituir? Trabalhista, pessoal, romântica, social? Até onde estamos dispostos a trabalhar nossa convivência com outros seres humanos, principalmente se podemos ter O Homem Ideal em um botão de compra da Amazon

Nada disso está longe de nossa realidade, levando em consideração que a tecnologia IA está cada vez mais em crescimento. 

Crítica | O Homem Ideal é o que esperamos para um Oscar

Mas, além disso, o filme aborda a dependência psicológica dos seres humanos e que por mais que pareça real, uma máquina não corresponde seu amor ou seus atos de carinho, tudo é programado, tudo é um algoritmo. Um exemplo é a cena de sexo entre o casal, é uma cena chave que resume muito bem a mensagem do filme.

Tudo isso aparece em situações cotidianas e consideradas normais, nada extraordinário, afinal, o amor está nos detalhes e coisas simples. Talvez por isso o filme tenha um ritmo lento, por esse mesmo motivo pode não agradar todos os públicos, mas certamente agradará os amantes de ficção científica. 

Em suma, O Homem Ideal é um espelho futurístico de nossas ações, cada cena pode aparentar um absurdo, mas nada está longe de nossa realidade e comportamento como seres humanos. Isso é suficiente para ser um prato cheio para o Oscar e animar a categoria de Melhor Filme ou Melhor Roteiro. 

Crítica

Título: O Homem Ideal

Elenco: Maren Eggert, Dan Stevens

Nota: 4/5

Isabela Caroline
Tradutora e redatora d' O Quarto Nerd. Viciada em música, clipes, séries, teorias, entrevistas e tudo que seja um escape da realidade. Currently listening to any pop songs.