A Netflix chamou a atenção da mídia há mais de um ano, quando revelou que estaria desenvolvendo com seu maior elenco até o momento. Não Olhe Para Cima, traz grandes nomes da TV e do Cinema como: Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Thimothée Chalamet, Meryl Streep, Jonah Hill, Cate Blanchett, Tyler Perry e outros. Mas, mesmo com um elenco tão grandioso, digno de todas as premiações que você consegue imaginar, Não Olhe Para Cima é muito mais que uma produção com um elenco de peso. O filme tem, roteiro, direção, atuações e até mesmo um humor ácido na medida certa! Não Olhe Para Cima é uma sátira política que não tem vergonha nenhuma em atacar (com razão) governos negacionistas.
Quando paramos para assistir a um filme de destruição, sabemos que terá efeitos visuais ou práticos de tirar o folego de quaisquer pessoas, possa ter atuações impressionantes, explicações cientificas e claro, um herói. Todos esses filmes tem ‘o herói’ em comum, mesmo que ele/a não seja o/a salvador/a do mundo, essa pessoa acaba se tornando a heroína da sua própria história. Não Olhe Para Cima não é nada disso. Esse filme é sobre negacionismo. E que era para esse filme ser lançado não?
Veja bem, dois astrólogos aparecem dizendo: “Tem um cometa vindo direto para a terra e vai extinguir a raça humana se a gente não os desviar”, o que séria o certo a fazer? Enviar mísseis para o destruir ou desviar. Mas isso não acontece. Ao invés de tomar as ações necessárias para salvar à vida de – não só – milhares de pessoas, mas o mundo inteiro, o governo americano escolher rir da situação e enfatizar o “sabe quantas vezes nos últimos anos tivemos reuniões que clamaram o fim do mundo?”. Pois é! E aí que Não Olhe Para Cima se torna mais atual do que qualquer filme ou série que tenha retratado a pandemia do covid-19. Milhares de pessoas morreram, e muitas ainda estão sofrendo por uma doença que tem vacina. É mais do que claro os momentos em que a arte imita a vida. Os discursos de ódio, com por palavras sentidos, desafiando cientistas e infelizmente, seguido por suas multidões.
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Não é necessário ser um gênio para pensar nesse roteiro, já que ele está nos nossos olhos todos os dias. Mas transformar isso em uma sátira que te prenderá por 2h30 e se diferenciar de qualquer outra produção de destruição é outra coisa. Adam McKay consegue isso e sabe guiar seu elenco muito bem nesse ponto. Esse filme pode ser uma ótima abertura para aqueles que não conhecem o trabalho do diretor.
Inicialmente, o humor do filme pode assustar, mas é tão assustador quanto pensar que algo tão sério não seja levado à sério pelas pessoas no poder. Além disso, o filme não precisa de grandes efeitos visuais ou práticos para fazer algo grandioso acontecer, seu grande ato está acontecendo na frente de seus olhos. Não é segredo pra ninguém que o elenco brilha em suas representações, ainda que para Jennifer Lawrence nada saia muito da curva para a atriz, que já está mais do que acostuma a representar personagens que tendem a enfrentar governos aos gritos. E se McKay fosse alguém nesse filme, séria a personagem dela, que grita à audiência a todo mundo que precisamos nos atentar aos alertas que recebemos.
Não Olhe Para Cima, é uma sátira refletiva dos dias atuais com ótimas atuações e que levará e que grita para ser ouvida. Mas como citado antes, não precisa ser um gênio para trazer essa trama a vida, é necessária uma pitada de coragem e humor para transformar em algo que vá além. O filme de Adam McKay se destaca em meio a produções genéricas de destruição em massa, mesmo com seu grande elenco, a trama se destaca por simplesmente não se prender aos seus talentos.
Crítica: Não Olhe Para Cima
Elenco: Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Thimothée Chalamet, Meryl Streep, Jonah Hill, Cate Blanchett, Tyler Perry e outros.
Direção: Adam McKay
Nota: 4.5/5