CRÍTICA | Moxie: Quando As Garotas Vão à Luta

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A adolescência é aquela fase que nos faz questionar tudo que acreditamos e o que deixamos de acreditar. Esse é o período em que apoiar causas sociais e raciais faz mais sentido. Principalmente aquelas que são presenciadas diariamente. Pois é isso que Moxie: Quando As Garotas Vão à Luta exemplifica. 

A adolescente Vivian (Hadley Robinson) resolve começar uma revista feminista anônima, intitulada Moxie, após ser publicado um ranking elegendo títulos ofensivos para as meninas de sua escola, tomando como inspiração sua mãe, que participava do movimento Riot Girrl nos anos 1990. O filme é uma adaptação do livro de mesmo nome de Jennifer Mathieu.

Mesmo apresentando um fundo de exageros que só vemos em filmes adolescentes, ele é mais necessário que nunca. Moxie é um grande acerto. Em especial, em um ano que diversos problemas sociais vieram à tona e foram debatidos com grande frequência.

 A pirâmide hierárquica do ensino médio
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CRÍTICA | Moxie: Quando As Garotas Vão à Luta

O ensino médio é um período complicado, e milhares de filmes e séries já retrataram isso em suas produções. Recentemente, obras com personagens adolescentes feministas, que querem mudar o mundo, estão cada vez mais recorrentes. Um exemplo é o filme Fora de Série (Booksmart, 2019), de Olivia Wilde, onde duas garotas “certinhas” querem tirar uma noite para viver situações que normalmente não viveriam. Este funciona como uma versão feminina de Superbad (2007). A única diferença é que as personagens são feministas e super engajadas em movimentos sociais.

Enquanto lida com todos os dramas adolescentes, Vivian, uma jovem introspectiva, quer de alguma forma, mudar o ponto de vista das pessoas em sua volta, seguindo a mesma fórmula do filme acima.

Assim como em qualquer filme sobre esse período da vida, existem os alunos populares que conseguem se safar de qualquer obstáculo. E aqui não é diferente. O grande motivo de toda essa revolução feminista de fato acontecer, é quando o jogador de basquete, Mitchell Wilson (Patrick Schwarzenegger), apresenta uma atitude desnecessária contra a novata Lucy (Alycia Pascual Penã), e é claro, o corpo decente da escola não faz nada para castigá-lo. Então, esse é um dos maiores pontos do longa, mostrar que movimentos estudantis são importantes, e que precisam ter mais visibilidade. 

A representatividade e os aliados

Enquanto a diretora da escola finge não ver certos comportamentos negativos praticados pelos alunos homens, outros personagens se juntam com o grupo das meninas como aliados. Seth Acosta (Nico Hiraga) é um destes. Ele começa como apenas o interesse amoroso de Vivian, mas aos poucos, cresce e vira um dos maiores apoiadores da causa.

Acima de tudo, representatividade é o que não falta neste longa. Aqui, uma adolescente transexual, interpretada por Josie Totah, tenta mudar o fato de seus professores não entender que ela é uma mulher, e não um homem. Assim como também tem uma personagem com origens asiáticas que acaba sofrendo por sua mãe ser muito rígida, as vezes até não conseguindo até ajudar as amigas no movimento Moxie.

Comentários finais

Um dos elementos que deixa o filme mais interessante a cada minuto é a trilha sonora. Com grande parte das músicas sendo de grupos femininos punk rock, como o dos anos 1990, Bikini Kill. E é impossível não se emocionar na cena em que toca a versão de Lucy Dacus da canção La Vie En Rose.

Por fim, Moxie: Quando As Garotas Vão à Luta é principalmente importante para adolescentes assistirem e aprender a não aceitar mais comentários e atitudes machistas

Confira abaixo o trailer do filme:

Título:  Moxie: Quando as Garotas Vão à Luta

Direção: Amy Poehler

Roteiro: Tamara Chestna

Elenco: Amy Poehler, Hadley Robinson, Sydney Park, Lauren Tsai e Josephine Landgord

Nota: 5/5

Camila Ferreira