Crítica | Mortal Kombat só agrada por fan service

Crítica de Mortal Kombat

Atualmente, se tornou bem comum ver longas adaptados de games. Entretanto, são poucos que caem no gosto do público, como o caso de Sonic. Muitos fãs ficaram entusiasmados quando saiu a notícia de que um filme do jogo de luta mais sangrento estava por vir, Mortal Kombat (2021).

Mas, apesar da boa intenção, o filme parece não querer nada com nada e traz um roteiro corrido demais. Além de tentar adaptar a história que já vimos na década de 90, mas sem sucesso. Com James Wan na produção e Simon McQuoid na direção, o longa pode não te convencer, principalmente quem é fã da franquia.

A história do Mortal Kombat

Cole Young (Lewis Tan) é um lutador que já obteve a glória em tempos passados, entretanto não parece convencer mais. É quando ele descobre que uma marca de nascença que ele tem, na verdade, é uma marca para os escolhidos lutarem pela Terra em um torneio chamado Mortal Kombat.

Entretanto, Shang Tsung (Chin Han) está decido a derrotar todos os campeões que lutam pela Terra e conseguir o controle total do planeta. Então, cabe a Cole se juntar a Lord Raiden (Tadanobu Asano) e outros campeões para mostrarem que estão prontos para enfrentar a Exoterra em um combate mortal.

A tentativa foi falha em alguns aspectos

Muitos fãs amam o Mortal Kombat, seja pela sua história, pelos fatalities sangrentos ou pelas frases de efeito. E isso pode prejudicar um pouco a experiência daquele conhecedor da trama. Isso porque o filme, literalmente, só soube entregar alguns momentos com fan service para levantar o astral de quem curte a história. Inclusive, esse é um dos pontos principais da trama.

É legal ver os personagens soltarem as frases de efeito do jogo. Porém, tem momentos que nem isso segura, já que as citações são em situações tão aleatórias em que você se pergunta se era necessário. Já os fatality são o ponto forte do filme, porque eles reproduzem exatamente a mesma vibe dos games: sanguinolento, tripas e corações no ar. Para quem se apaixonou pelos jogos por conta disso, vai gostar.

Liu Kang e Kung Lao em cena no novo Mortal Kombat (Reprodução: Divulgação)

Entretanto, é apenas esses detalhes que podem te dar vontade de assistir o longa. Já que a trama é morna, não te dá animação para acompanhar e chega a ser corrida em alguns pontos. O torneio não chega nem a existir, se a história gira em torno do Mortal Kombat, onde ele está? Ninguém sabe.

Outro ponto que irrita bastante é o próprio Cole Young. O personagem tem ligação direta com Scorpion, mas é literalmente um bobo. Não consegue ser ninguém na vida, não convence e só vai fazer algo no final do filme. E é quando, magicamente, ele consegue tomar as rédeas para liderar uma equipe, sendo que há 5 minutos ele era um fracassado. Usar desse artifício para um papel principal não pareceu funcionar.

As cenas de luta, apesar de tudo, chamam bastante a atenção e algumas delas são incríveis de ver. Outras nem tanto, que parecem mais algo arrastado. Um destaque é a cena inicial, onde conhecemos as linhagens de Sub-Zero e Scorpion.

Caracterização

Logo de cara, você reconhece personagens num piscar de olhos, sem a necessidade de forçar sua memória. Como é o caso de Sonya Blade (Jessica McNamee), Jax (Mehcad Brooks), Liu Kang (Ludi Lin) e Kung Lao (Max Huang). É impressionante como eles acertam nas escolhas e conseguem trazer os personagens para a vida real. Até em golpes que te remetem o jogo, eles trouxeram com maestria.

Jessica McNamee como Sonya Blade em Mortal Kombat (Reprodução: Divulgação)

Entretanto, há outros personagens que pecam desastrosamente nesse quesito. Como é o caso de Goro, já que seu CGI o deixou com a cara do Hulk numa versão três vezes mais esquisita. Além disso, uma das maiores reclamações foi sobre a roupa de Sub-Zero (Joe Taslim), que não parece ter nenhuma referência ao azul tão conhecido do personagem.

Enquanto vemos o Scorpion com todas as informações de cores, (o amarelo e preto) ligadas a ele, o traje de Sub-Zero teve uma falha e você mal consegue ver o azul do uniforme dele.

Mortal Kombat vale a pena?

Se você que é um fã assíduo da franquia e se incomoda com os detalhes, não é recomendável que você veja. Ou sim, para ver o desastre que é com os seus próprios olhos. O filme não é de todo bom, é apenas mais um filme esquecível baseado em jogos de vídeo game. Não empolga, não te traz emoção nenhuma, já que até a música clássica do game conseguiram estragar.

Mortal Kombat se encaixa mais na opção de filme Sessão da Tarde, aquele que no fim do dia você ira lembrar apenas de meros detalhes aleatórios. Ou nem isso. Talvez fique marcado na sua memória pelo fan service, mas é a única coisa também.

Título: Mortal Kombat (2021)
Diretor: Simon McQuoid
Elenco: Lewis Tan, Jessica McNamee, Hiroyuki Sanada, Joe Taslim, Mehcad Brooks
Nota: 2,5/5

Fique de olho:

Mariana Lapeloso
Apaixonada por cultura pop, fã de quadrinhos, alucinada por séries. Fiz do meu amor profissão e hoje sigo escrevendo sobre aquilo que eu mais amo. Jogadora de Call of Duty, Super Mario e Resident Evil. Aficionada por filme de terror, com muita coragem (e vontade) de viver no Overlook Hotel.