Crítica: Malévola – Dona do Mal | Nem Angelina Jolie faz o filme valer a pena

 

Em uma era onde a Disney vem trabalhando em live-actions de suas mais famosas animações transformando elas em filmes atuais, como foi o caso de Aladdin, que transformou Jasmine em uma personagem mais forte e deu a ela algo pela qual ‘lutar’, o mesmo estúdio vem em Malévola: A Dona do Mal e deixa a princesa Aurora (Elle Fanning) cair nos mesmo chatos clichês que NENHUMA garota aguenta mais, que aqui seja esclarecido, vai além de casar com o príncipe encantado.

Dona do Mal
Elle Fanning como Aurora no filme. Divulgação.

Enquanto somos introduzidos a mais uma história sobre a poderosa Malévola, a trama se inicia com a apresentação do ambiente em que a trama e o século que é situada, uma floresta, castelos, magia, mas enquanto o CGI mostra os detalhes de cada criatura mágica quando o plano de cada cena é pequena, quando mostrado de longe, o mesmo estúdio que fez um CGI perfeito na live-action de O Rei Leão falha, como se o telespectador estivesse vendo pela lente plástica e desfocada, totalmente diferente do que visto segundos antes ou depois.

Talvez o titulo mais adequado para a trama fosse “Lá Vamos Nós de Novo“, porque – literalmente – o filme estrelado por Angelina Jolie, não trás NADA novo. Diferente do primeiro em que a Disney deu o protagonismo para a vilã para que não focasse na princesinha que precisa do beijo de amor verdadeiro de um príncipe encantado para acordar de um sono profundo, que nos anos 1990 fazia um sucesso, mas na sequência, ao invés de evoluir e transformar Aurora em uma personagem forte e tão poderosa quanto Malévola, Aurora cai no clichê e se casará com o príncipe, e não faz simplesmente nada nas 2 horas de filme, além de cair nos braços do ‘boy magia‘ e chorar.

É difícil apontar um grande problema em Dona do Mal, já que roteiro raso, super-óbvio e cheio de clichês dificulta a história de ser engolida pelo público, (apesar do filme ser para o público infantil), a trama já foi tantas vezes vista, a mãe má, o rei bondoso, uma guerra desnecessária, uma raça quase extinta entrando em guerra com um povo por serem diferentes. E nenhum desses assuntos é abordado de forma influenciadora, como por exemplo quando a Aurora dá um véu a Malévola para que ela esconda seus chifres, um ato covarde à diferença, apesar da princesa voltar a trás em relação ao seu ato, o filme apresenta de forma tímida sobre a diferença, seguindo o mesmo padrão de sempre, deixando o público mais sonolento que a própria adormecida.

Apesar do filme trazer um paleta de cores vivas para os seres mágicos e humanos, enquanto malévola abusa do preto, os figurinos são tão escassos e sem criatividade que a princesa Aurora corre de roupão quase o filme todo. É de se pedir que pelo menos o vestido do casamento da princesa fosse bom, mas a indecisão é tão grande em relação a cor que eles deixaram isso transparecer isso no filme, tentando transformar isso em algo cômico, mas não, o vestido não é bonito.

E com o roteiro raso somos introduzidos aos personagens rasos, apesar de Angelina Jolie tentar, as cenas da atriz são muito pouco explorada, deixando a atriz em um filme falho. As cenas que poderiam ter sido muito boas, os temas que podiam ter trabalhado, o filme fica todo no “E se…“, a falta de criatividade na direção de Joachim Rønning para uma das cenas, talvez tivesse transformado em seu “Thor chegando em Wakanda”, de tão lindo que poderia ter sido, mas isso fica só na imaginação pois nem Angelina Jolie conseguiu fazer Malévola: A Dona do Mal – titulo que nem faz sentido ao filme -, valer a pena.

Nota: 2/5


Título Original: Maleficent: Mistress of Evil

Elenco: Angelina Jolie, Ellie Fanning, Michelle Pfeiffer, Chiwetel Ejiofor, Harris Dickinson, Sam Riley, Ed Skrein

Direção: Joachim Rønning

Duração: 118 minutos

País/Ano: Estados Unidos/2019

Distribuição: Walt Disney Studios BR

Marta Fresneda
Líder do site de entretenimento O Quarto Nerd. Apaixonada por cultura pop, com objetivo de influenciar e incentivar mulheres na área de comunicação voltado ao mundo nerd.