Crítica | Hunters chega ao seu fim em um espetáculo sangrento e com a sede de justiça de uma nação inteira

Crítica | Hunters chega ao seu fim em um espetaculo sangrento e com a cede de justiça de uma nação inteira

Alerta de spoilers!

Alguns anos atrás o Prime Video divulgou a primeira temporada da série Hunters, um projeto baseado em pessoas nos anos 70 que matavam nazistas. De um jeito diferente, com uma formula curiosa, Hunters conquistou o seu público. Agora, 2023, a segunda e última temporada chega à plataforma com um final que é quase impossível desgrudar os olhos da tela em um ano mais violento e com sede de vingança gritando aos cantos da tela.

Crítica | Hunters chega ao seu fim em um espetaculo sangrento e com a cede de justiça de uma nação inteira

Depois de descobrir que Meyer, estava longe de ser o líder que todos imaginávamos, é claro que a série não poderia simplesmente deixar Al Pacino de lado. Dessa forma, a segunda temporada de Hunters se divide em dois núcleos: a vida dos caçadores após a morte de Meyer na busca por Hitler e o passado de Meyer, como tudo começou. Mas, a esse ponto da história, o telespectador já havia criado um vínculo com o personagem. Agora, mostrar que ele é o principal vilão e focar em seu passado é um passo extremamente perigoso, pois estamos falando de um nazista, não dá pra romantizar algo assim. E todas as vezes, que a série cai em um campo perigoso (romantização), as ações seguintes do personagem relembram que ele está longe de estar arrependido ou triste por seus atos. No final, ele só quer salvar a sua pele.

Mesmo com quase 30 anos, Logan Lerman se juntou à série Hunters da primeira vez para interpretar o jovem adolescente Jonah. E mesmo longe de ser um adolescente, Lerman conseguiu mais uma vez interpretar um jovem desorientado e sofrendo pela morte de um parente. Agora, na segunda temporada, seu personagem, qua passa a atender por Sam, está em um outro degrau. Depois de perder aqueles que amavam, depois de descobrir que aquele que confiava era seu principal inimigo, Jonah volta longe de ser o menino perdido e assustado, ele é o líder agora. E no início, parece que Logan Lerman está interpretando outro personagem ou que ele está fingindo essa posição para conseguir conquistar a confiança dos outros, mais uma vez. Mas aos poucos, as peças vão se encaixando e Jonah começa se mostrar de verdade e somar com a sua nova postura.

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Assistir uma série de uma vez, é às vezes se pegar se destraindo um pouco, olhando o celular ou com a cabeça em outro lugar. E é impossível nomear um projeto que tenha segurado seu público durante as 9 horas de projeto, ou mais. Hunters, não sai ileso dessas escapadas, a série ainda tem um ritmo lento e não será fácil captar a atenção durante alguns momentos na série. Mas, quando finalmente chegam lá, cada segundo, cada discurso, cada história explicada, lágrimas derramadas ou balas perdidas valem a pena. É difícil se afastar da tela em seu episódio final, mas até chegar lá, a série se pendura muito no nome de Hitler. A produção se agarra 100% na vontade do telespectador por sede de sangue, por vingança e justiça por tudo que ele (Hitler) fez. E é nisso que a segunda temporada se prende.

Existe um pequeno ponto, pequeno mas importante, em que Hunters se destaca grandiosamente, algo que Netflix não conseguiu fazer em nenhum dos seus projetos: Planejamento. Toda a história precisa de um começo, meio e fim. E quando a Netflix vê um sucesso, o streaming decide estender essa história não importando se ela se perder no caminho. Olhando para atrás hoje, é claro que a série dos caçadores de nazistas já sábia para onde gostaria de ir e onde gostaria de finalizar. E nesse meio tempo, trabalhou seus personagens, alguns melhores do que outros? Alguns melhores do que outros! Mas, começa, desenvolve e termina. Mesmo que ainda exista a possibilidade e histórias a serem contadas, a de Hunters, se encerra aqui. E senhoras e senhores, que encerramento.

Hunters faz um trabalho brilhante de imaginar um mundo onde Hitler e seus seguidores fossem levados à justiça, mesmo que o caminho até lá seja lento. Se existe a vontade no telespectador de ver nazista perecendo, a série ainda serve tudo o que se propõe. Entre uma sinfônia sangrenta, algumas mentiras, o passado obscuro de Meyer – que ainda bem que não foi romantizado – Hunters chega ao seu fim, com alguns discursos que nos fazem querer levantar e aplaudir.

Crítica: Hunters – 2ª temporada

Nota: 3/5

Elenco: Al Pacino, Logan Lerman, Josh Radnor, Tiffany Boone, Katy Mulvany, Jennifer Jason Leigh e outros.

Criador: David Weil.

Marta Fresneda
Líder do site de entretenimento O Quarto Nerd. Apaixonada por cultura pop, com objetivo de influenciar e incentivar mulheres na área de comunicação voltado ao mundo nerd.