Atenção! A crítica a seguir contém spoilers do final da série.
Na quinta, 14, o último episódio de How To Get Away With Murder foi lançado, dando um final para os 6 anos da série. Intitulado “Stay” (Fique, em português), a série nos trouxe o que talvez tenha sido a maior reviravolta de toda sua história. Isso fez a audiência relembrar do começo da série e o frio na barriga que isso trazia.
How To Get Away With Murder é uma daquelas séries que um ator – ou melhor, atriz – carrega nas costas: Viola Davis. Não porque a série seja ruim, muito pelo contrário, é o desenvolvimento e complexidade de sua personagem, Annalise Keating, que faz a série ser intrigante e cativante.
Keating é e sempre foi o real motivo da série existir. Sua aula ensinando seus alunos como defender um assassino acaba fazendo todo mundo ao seu redor precisar, de fato, saber como acobertar tal crime. Ano após ano, cada temporada nos mostrava quem foi o assassinado da vez.
Esse mecanismo de narrativa é o que faz How To Get Away With Murder especial. Contar ambos o final e começo da história ao mesmo tempo deixava sua audiência na ponta da cadeira para saber qual seria a próxima reviravolta. Manter isso até o último segundo foi um dos grandes acertos da série de Shonda Rhimes.
A mesma receita, mas cada vez mais grandiosa
O que pode parecer mesmice e que foi alvo de altas críticas, na verdade é uma mistura de fanservice e vontade de surpreender, que pode parecer até paradoxal.
A parte do fanservice, lógico, foi o crossover de 2018 entre as duas advogadas mais poderosas de toda a TV, Annalise Keating e Olivia Pope (interpretada por Kerry Washington em Scandal). Ambas as séries são de Shonda Rhimes, uma das showrunners mais bem sucedidas dos EUA.
Na época, Annalise procurou Olivia para pedir sua ajuda para acelerar uma ação coletiva de reforma judicial no Supremo Tribunal dos Estados Unidos, a grande história da 4 temporada.
A vontade de surpreender da série, no entanto, não liga muito para a vontade dos fãs, afinal, How To Get Away With Murder não honraria seu nome se desse um final feliz para todo mundo.
Annalise Keating ganha pela última vez
Após 6 temporadas dolorosas e impiedosas com Annalise, a protagonista da série finalmente teve seu “segundo de paz” – com muitas aspas. Após a 7 temporada inteira ser sobre seu julgamento de assassinato – afinal todas as mortes anteriores iam, mais cedo ou mais tarde, assombrar Keating -, o júri decretou a inocência de Annalise.
Porém, o episódio também nos mostrava o funeral de Annalise, que parecia ter sido uma morte cruel e violenta.
Mas não, não foi isso que aconteceu. Na verdade, os tiros acertaram Bonnie (Liza Weil) e Frank (Charlie Weber), que estava tentando ajustar as coisas uma última vez ao atirar na governadora Birkhead (Liza Weil).
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Amarrando todas as pontas
Então a série mata quem esteve do lado de Keating o tempo todo? Quebra a amizade de Connor (Jack Falahee), Michaela (Aja Naomi King), Laurel (Karla Souza) e Oliver (Conrad Ricamora)? Não é bem assim.
Os últimos momentos do episódio são dedicados a um discurso de Eve, primeiro amor de Annalise, durante o velório, onde é possível ver Laurel, Connor e Oliver velhos – com maquiagens muito ruins – e, para surpresa de todos, um Chistopher (filho de Laurel e Wes) adulto, interpretado por Alfie Enoch. Pasmem, ele é idêntico ao pai.
E com uma última carta na manga, depois de dar uma vida aparentemente tranquila para Annalise, descobrimos que Chistopher é um advogado professor que dá aula de “Como defender um assassino” – a mesma aula de Annalise Keating.
Com muitas opiniões controversas, How To Get Away With Murder finaliza sua história dando uma última surpresa para sua audiência e relembrando o que algumas temporadas haviam esquecido – a animação de ver Annalise ganhar um caso.
Título: How to Get Away With Murder
Temporadas: 6
Elenco: Viola Davis, Billy Brown, Jack Falahee, Rome Flynn, Aja Naomi King, Matt McGorry, Conrad Ricamora, Amirah Vann, Charlie Weber e Liza Weil.
Nota: 4.5/5
