Crítica | Ginny e Georgia é uma mistura de séries existentes

ginny e georgia

Quando foi anunciado o trailer de Ginny e Georgia, até parecia ser uma tentativa de modernizar de Gilmore Girls (2000-2007), mas felizmente, não é. Mas não seria muito necessário, já que em 2016, os fãs foram presenteados com uma nova temporada das garotas Gilmore nos tempos de cafeteria com Wi-fi.

Ginny e Georgia apresenta a história de uma mãe (Brianne Howey), que após um acidente que matou seu marido, resolve mudar para uma pequena cidade em Massachusetts e recomeçar a vida com os filhos, Ginny (Antonia Gentry) e Austin (Diesel La Torraca). 

E pela primeira vez, a adolescente de 15 anos, Ginny, se sente acolhida quando cria um vínculo com um grupo muito caloroso. Mas é claro, como qualquer outra pessoa de sua idade, ela é cheia de inseguranças, assim como suas melhores amigas. Enquanto a vida dela está mudando de uma forma positiva, o passado obscuro de sua mãe, Georgia, vem à tona e pode desestabilizar tudo que a família está reconstruindo. 

O primeiro episódio…

O primeiro episódio desta série original Netflix pode desmotivar muitos a continuar assistindo. Sinceramente, é uma bagunça. Ele deixa vários assuntos em aberto, e também, faz o público sentir vergonha alheia. A série Eu Nunca (Never Ever I Have, 2020-atualmente) tem vários momentos que fazem o público passar pelo sentimento, por talvez se identificar com as situações embaraçosas que a personagem principal passava. Já aqui, diferente do exemplo acima, momentos aleatórios nada aprofundados começam acontecer e o questionamento da qualidade da produção bate na porta. Mas o restante da série compensa com uma trama incrível e inesperada.

Os dilemas adolescentes 
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Crítica | Ginny e Geórgia é uma mistura de séries existentes

Ginny é uma garota normal que está passando por coisas que acontecem com todos. Ela se vê em um triângulo amoroso repentino, formado com seu namorado, Hunter (Mason Temple), e o irmão de sua melhor amiga, Marcus (Felix Mallard). E ela, que está passando por seu primeiro relacionamento amoroso, acaba se embolando em uma teia de mentiras. 

Outro tema bem explorado pela série é o ato de se machucar por propósito. É notável quando nossa protagonista está ansiosa e de uma forma ou outra, se belisca ou se queima, tentando intensificar a dor interna que está sentindo.

É bom saber que a Netflix entendeu que após a exposição desnecessária de cenas cheias de gatilhos que trouxeram com 13 Reasons Why (2017-2020), é importante trazer recursos para pessoas que estão passando por situações semelhantes. Pois em cada final de episódio, tem um aviso com números de recursos para quem está precisando de ajuda psicológica. 

As reviravoltas
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Crítica | Ginny e Geórgia é uma mistura de séries existentes

A série começa de uma maneira completamente diferente como termina. Nos primeiros episódios, o único drama era entre a relação de mãe e filha. Mas ninguém estava preparado para todos os podres escondidos debaixo do colchão. 

Nos últimos capítulos, o seriado deixou de ser influenciada por Gilmore Girl, e começou a ter referências da minissérie Pequenos Incêndios por Toda Parte (Little Fires Everywhere, 2020). Na verdade, o final de Ginny e Georgia é muito semelhante ao da minissérie da Hulu.

A produção deixa várias questões em aberto para uma possível segunda temporada. A série soube explorar muito bem questões do primeiro episódio, e com flashbacks, fez a história ter muito mais sentido. 

Título: Ginny e Georgia (2021)

Showrunner: Sarah Lampert

Criador: Sarah Lampert

Elenco: Brianne Howey, Antonia Gentry e Felix Mallard.

Nota: 3,5/5

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Camila Ferreira