Crítica: Game of Thrones 08×01 | Winterfell



Game of Thrones retorna após quase dois anos do término de sua temporada anterior e como sempre, isso levanta a expectativa de todo mundo afinal, a série chegou sua oitava e última temporada e finalmente nos mostrará seu desfecho que promete surpreender a todos, mesmo quem não assiste. Aqui vou abordar alguns pontos do primeiro episódio da nova temporada e talvez eu mencione alguns spoilers, então caso não tenha assistido, melhor parar por aqui.


Esteticamente falando, já temos alguma surpresa. A série nos mostrou uma nova abertura – abertura que já se tornou personagem – que foi totalmente refeita de uma forma belíssima mas ainda continua servindo a seu propósito de nos  indicar o palco de onde a história se desenrolará. Caso não tenha visto:




Logo na primeira cena do episódio, damos de cara com uma cena que é uma certa homenagem a si mesma. Vemos um garoto acompanhando o exército de Daenerys Targaryen chegando em Winterfell ao lado de Jon Snow. Cena que lembra muito o primeiro episódio da série quando Robert Baratheon e sua comitiva chegaram no mesmo lugar e o pequeno Brandon Stark procurava um lugar alto para pode ver melhor. Até mesmo a trilha sonora composta por Ramin Djawadi no momento é a mesma em ambos momentos.




Desde que os personagens começaram a tomar caminhos diferentes, é inevitável não ficar pensando no dia em que eles se reencontrariam. Por diversas vezes esse sonho foi arruinado quando alguns desses personagens queridos morriam surpreendentemente, mas agora esse reencontro é mais que necessário. O motivo de tocar nisso está justamente no que vem se tornando, se foi muito gratificante ver Sansa Stark e Jon Snow se reencontrando na sexta temporada, a temporada passada vem mostrando que nem sempre eles são tão bons assim. Afinal, nossos personagens passaram pelos seus próprios infernos pessoais e se mantiveram vivos precisando amadurecer tão rapidamente e friamente que seus amigos e parentes ainda não consigam reconhecer, mudando drasticamente aquela visão sobre crianças doces e inocentes da qual fomos apresentadas e do qual cada um via si. Também é difícil lidar com tantos personagem e mostrá-lo todos sem que fique corrido e que estranhos. Mas isso a série ainda sabe fazer muito bem, fomentar diálogos entre leles e a química entre os atores ajuda muito. O que não torna todo reencontro desconfortável.



Um assunto divisor de águas de toda a série é o relacionamento entre Jon e Daenerys. Para quem acompanha os livros do qual a série se baseou, já esperava a muito tempo isso acontecer, pois mesmo indiretamente, a narrativa sempre deixou a entender que isso uma certa hora aconteceria, mas o problema de fato talvez seja oque aconteceu, ou melhor, o que não aconteceu na temporada anterior. A sétima temporada passou pro problemas por conter número menor de episódios que contribuiu para alguns momentos corridos que não ficaram bem na tela e o principal deles foi o desenvolvimento entre a relação dos dois que acabou se tornando algo platônico, “perfeito de mais para ser real”.




Mas é inevitável que se o foco seja juntar os personagens, será necessário mostras essa relação íntima e secreta em algum momento, afinal não adiante fingir que o que aconteceu no navio ficou só no navio. Em meio a isso somos apresentados a algo que faltava para a Daenerys na série, seu lado “selvagem”. A série já nos mostrou que a moça Targaryen pode ser meio temperamental em diversos momentos mas nunca houve tempo para mostrar como a conhecemos nos livros. Ao mesmo tempo que ela almeja ser rainha e estar disposta a a se adaptar diversas obrigações, seu coração ainda deseja ser livre a seu modo. Talvez o fato da menina ser mais jovem nos livros tenha contribuído para essa imagem, mas ouso dizer que a cena dela com uma fuga breve “fuga” com Jon tenha mostrado esse seu lado de uma melhor forma, poder por alguns momentos se ver livre do estresse e das pressões voando com seus dragões sem rumo em um ‘passeio de domingo’. E que melhor forma de fazer isso com alguém parece estar sofrendo o mesmo?



Os grandes vilões não marcam diretamente sua presença mas deixam seus rastro de destruição em uma cena digna de um filme de terror.




No final do episódio vemos outra homenagem, ou talvez apena suma referência a si mesmo, um dos reencontros mais esperados entre Brandon Stark e Jaime Lannister. O garoto – não mais garoto – já deu indícios que não tem rancor com ninguém embora todo mundo ao seu redor ainda não entenda bem o que ser o Corvo de Três Olhos seja. Mas talvez seu grande trabalho na série seja extrair uma boa redenção de quem merece. O episódio termina com Jaime surpreso por ver o menino vivo justamente quando o primeiro episódio da série termina com ele o empurrando da torre em Winterfell.



O fato é que Game of Thrones criou um monstro ruim para si mesma. Após diversos grandiosos episódios, parece difícil aceitar um que é tão monótono e não tem ação alguma, mas afinal é um começo de temporada. É preciso restabelecer algumas coisas e estabelecer outras que darão o novo rumo e isso é natural em um início de temporada. Ainda é cedo para dizer se ela cometerá os mesmos erros de sua temporada anterior mas é necessário deixá-la se desenvolver e ainda mais naquilo que se mostrou tão bem desde o começo, os seus personagens.



NOTA: 9/10

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