Crítica | Fuja é um suspense tenso que traz a incrível estreia de Kiera Allen

Fuja

Fuja (Run), longa que chegou agora ao streaming Netflix, é definitivamente um suspense de prender a respiração e instigar a inquietude em sua audiência. Entretanto, o longa possui uma premissa conhecida e reviravoltas previsíveis, mas se supera na capacidade de criar tensão e passar a angústia e medo em cada cena que propõe.

Na trama, Chloe Sherman (Kiera Allen), é uma garota que, por complicações no nascimento, tem asma, hemocromatose, paralisia, diabetes e arritmia cardíaca. Assim, com uma rotina de cuidados e remédios, a jovem de 17 anos anseia por um futuro promissor na universidade – e espera ardorosamente uma carta da Universidade de Washington. No entanto, quando percebe que sua mãe, Diane (Sarah Paulson), age de forma suspeita com uma nova medicação, Chloe passa a questionar as boas intenções dela.

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Foto: Reprodução

Portanto, o tipo de relação que Fuja busca retratar é o que acontece com uma vítima que descobre estar sob o abuso denominado síndrome de Munchausen por procuração. Assim, essa síndrome é produzida pela insistência intencional de alguém próximo (geralmente a mãe) de produzir sintomas em um alguém (geralmente o filho), desejando que o mesmo seja considerado doente, colocando-o em risco e numa situação que necessita de investigação e tratamento.

Aliás, é isso que Diana faz. Chloe acaba descobrindo que as pílulas ingeridas durante anos são, na verdade, remédios que causam dormência nas pernas – o motivo da personagem ser paraplégica. Assim, o longa dirigido por Aneesh Chaganty, passa por essa jornada desesperadora que Chloe precisa percorrer para descobrir o que realmente está acontecendo e fugir de sua mãe – Aneesh sabe muito bem mostrar isso.

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Foto: Reprodução

O olhar do diretor consegue fazer a audiência se sentir na pele da personagem, que constantemente está se desdobrando para além de sua deficiência. Assim, cenas como quando a câmera está na altura dos olhos da personagem mostrando apenas o que Chloe também consegue ver são detalhes que permitem a audiência se colocar em risco também. Portanto, basta ver a inquietação sentida nesses momentos que conclui-se o ótimo trabalho do diretor.

No entanto, não é só de direção que Fuja baseia sua sagacidade. Os trabalhos anteriores da veterana Sarah Paulson (Ratched (2020), American Horror Story (2011 – presente) já dizem por si só seu talento. Contudo, a agradável surpresa é Kiera Allen. Além de representar uma comunidade inteira por também utilizar de cadeira de rodas na vida real, mostrou uma atuação párea a contracenar com Paulson. Assim, Allen não deixou nada a desejar e inclusive superou muitas expectativas por ser sua estreia em Hollywood.

Mas para tudo que Fuja tem de positivo, seu final é no mínimo decepcionante. O longa opta por um desfecho construído mais pelo censo de justiça feita pelas próprias mãos do que pelo futuro de Chloe. Assim, para esse último, infelizmente resta apenas um parágrafo falado. Mas dos males, o menor.

Fuja já está disponível na Netflix. Aliás, confira o trailer aqui.

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Crítica

Título: Fuja
Direção: Aneesh Chaganty
Roteiro: Aneesh Chaganty e Sev Ohanian
Elenco: Sarah Paulson e Kiera Allen
Nota: 4/5

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Gabrielle Yumi
Jornalista e sócia do Quarto Nerd, sou apaixonada por cultura pop e whovian all the way. Busco ativamente influenciar e ampliar a voz de mulheres no meio geek/nerd. Cabelo colorido e muito pop é quem eu sou dentro do meu quarto nerd.