Quando houve os anúncios das primeiras séries da Marvel, talvez a série que menos trouxe Hype para o público tenha sido Falcão e o Soldado Invernal. E felizmente toda as expectativas foram quebradas nessa série, desde do primeiro episódio o programa se mostrou como sendo uma grata surpresa para quem está assistindo.
Apresentação de um mundo pós Thanos:
Diferente de WandaVision, que tem uma visão micro do que acontece com sua protagonista, Falcão e o Soldado Invernal traz um clima de filmes de espionagens como 007 e Missão Impossível, a série além de trazer esses elementos de intrigas políticas e afins, também traz para a história o bromance, entre os dois personagens principais.
No entanto, a série não se apoia somente nisso, desde de sua cena inicial com Sam Wilson mostrando toda sua maestria em uma mistura de cenas no ar e lutas dentre de aviões e helicópteros, a série mostra para o que veio em seus primeiros minutos. Outro ponto interessante é a ressocialização de Bucky Barnes, o Soldado Invernal, com uma cena inicial do passado do personagem e logo após pulando para ele em uma sessão de terapia, mostra como o personagem está procurando apagar seu passado sangrento.
Apesar de ter seu foco nos heróis, a série também trouxe um outro lado do UCM, desde de pessoas normais fazendo teorias sobre onde está o Capitão América após a luta final contra o Thanos e indo para o lado mais político desse universo temos a apresentação dos Apátridas. A célula terrorista liderar por Karli Morgenthau (Erin Kellyman), procura ajudar quem está sendo afetado pelo retorno de metade da população mundial após o blip (ou o estalo para os mais íntimos).
Desenvolvimentos durante a série:
Entretanto nem tudo são flores, os Apátridas apesar de serem um dos principais motivos para que toda a história ande, eles têm um desenvolvimento fraco em relação ao resto dos personagens. E isso é mostrado em cenas que se espera que o espectador sinta empatia por eles, porém eles não têm uma história de fundo ou o carisma suficiente para que você se importe com eles.
O drama do sucessor do Capitão América:
Agora os outros núcleos da série possuem um desenvolvimento maravilhoso, Antony Mackie e Sebastian Stan são (e com razão) o brilho da série. Desde do primeiro episódio o Sam Wilson, não o alter ego Falcão, é apresentado maravilhosamente bem, desde da relação com sua irmã e seus sobrinhos, até o drama sobre a venda ou não do barco da família, trazem um background que o personagem não possuía antigamente.
E o Bucky Barnes também tem sua cota de desenvolvimento, desde de suas sessões de terapia, até mesmo ele querendo assumir o escudo de Capitão América, já que o Falcão não queria, mostram que o personagem é mais do que uma máquina de matar russa em processo de ressocialização.
Durante a série, o principal foco dela é claramente sobre quem vai assumir o manto ou escudo de Capitão América. Em um primeiro momento Sam Wilson rejeita o escudo e o devolve para o governo, porém o governo decide criar seu próprio Capitão América, e assim surge John Walker (Wyatt Russell) na série.
O personagem de Walker é bem favorecido no roteiro quando a função é tornar ele uma figura detestável para quem o vê no lugar do Steve Rogers ou do Sam Wilson. O personagem no decorrer da série se tornou tão detestável que isso repercutiu na vida real com “fãs” ameaçando o ator de morte.
E Wyatt Russel faz seu trabalho maravilhosamente bem em trazer um soldado com traumas devido a guerra, e com uma índole questionável, que assumi o papel de umas das maiores figuras do Universo Marvel. E esses traumas tornam o personagem em uma figura explosiva que age sem pensar, levando ele a matar a “escudadas” uma pessoa em praça pública.
No final John Walker foi um personagem bem desenvolvido dentro de Falcão e o Soldado Invernal. Com um personagem arrogante, cheio de si e sem amarras algumas, Wyatt Russell mostra como o soro do supersoldado só traz para fora o que verdadeiramente as pessoas são, sejam elas boas ou más. Esse lado sombrio de Walker é que leva o personagem a manchar um dos maiores símbolos do Universo Marvel e quiçá da cultura pop.
Apesar de já sabermos que no final o Falcão se tornaria o Capitão América, a dúvida e incerteza do personagem sobre assumir esse fardo é o que tornou a história da série tão fantástica. Desde do início Sam é mostrado como uma pessoa que tem valores iguais ao de Steve Roger, mas que por medo e também por uma pressão externa, não quer se tornar esse símbolo.
Porém o personagem Isaiah Bradley (Carl Lumbley) é que traz para a história um ponto importantíssimo, o mundo realmente precisa de um Capitão América negro?
Ao ser apresentado aos dois personagens principais da série, Isaiah é uma pessoa amarga e que se sente traída pelo país pelo qual lutou. Afinal após servir de cobaia para um experimento sem seu consentimento, ser preso e usado como rato de laboratório para tentarem replicar o sucesso de criar um novo supersoldado, era obvio que ele teria aversão para tudo que envolve esse mundo.
E é em seus diálogos que é possível notar que até nesse mundo fictício, o racismo ainda é extremamente forte. Como o próprio Sam Wilson questiona em um momento, o porquê de existir esse supersoldado negro e ninguém saber dele, é claro que o mundo da Marvel não estava (ou ainda não está) preparado para uma figura negra assumir esse papel tão importante.
Retorno de personagens conhecidos:
É inegável que a Marvel tem um número quase incontável de personagens que foram apresentados durante seus 13 anos de filmes. E Falcão e o Soldado Invernal consegue trazer alguns desses personagens de volta, assim como também apresenta outros.
E a volta de Sharon Carter (Emilly VanCamp) e Barão Zemo (Daniel Brühl) é simplesmente incrível, os dois personagens do núcleo dos filmes anteriores do Capitão América tem finalmente sua chande de brilhar.
Nessa nova apresentação Zemo se mostrou como o mesmo manipulador que é inserido em Capitão América: Guerra Civil, que não tem pudor algum para poder acabar com qualquer chance de surgir um novo supersoldado. E apesar de ter um papel relativamente pequeno, Daniel Brühl se mostrou confortável em viver o papel do icônico vilão da Marvel.
Enquanto isso Emilly VanCamp apresenta uma versão quase inédita de Sharon Carter, a personagem que ficou com status de fugitiva após Capitão América: Guerra Civil, finalmente deu as caras após quase 5 anos. A personagem agora que age como uma contrabandista de arte, se mostra uma poderosa aliada ao ajudar Sam e Bucky em sua busca pelos Apátridas, mas como não existe refeição gratuita nesse mundo, Carter tem seus proprios planos ao ajudar os heróis. Plano esse que mais tarde vai deixar o grande gancho para o futuro da personagem, afinal Sharon Carter é a própria Mercadora do Poder.
Além desses dois personagens tivemos também o retorno de Bartroc ( Georges St. Pierre), o vilão que apareceu inicialmente em Capitão América 2: O Soldado Invernal, dá novamente às caras na série. Apesar de ser uma participação pequena, é legal vermos que a Marvel não se esqueceu de trazer de volta até mesmo o menor dos vilões para Falcão e o Soldado Invernal.
E por último, mas não menos importante, tivemos uma breve participação das Dora Milaje. A força especial de Wakanda aparecem em busca do Barão Zemo, para faze-lo pagar por seus crimes contra a nação do Pantera Negra. E em seus breves momentos elas mostram que não vieram pra ser apenas uma participação e sim como personagens que não devem ser substimadas.
Considerações finais:
No final Falcão e o Soldado Invernal, foi uma das grandes surpresas de 2021, e além de trazer personagens queridos a série trouxe personagens que prometem agregar mais ainda para o universo. Apesar da produção pecar ao trazer um desenvolvimento fraco para Karli Morgenthau e os Apátridas, e um foco menor no Soldado Invernal, Falcão e o Soldado Invernal foi um ótimo pontapé inicial para o retorno da Marvel após Vingadores: Ultimato.
Titulo: Falcão e o Soldado Invernal
Direção: Kari Skogland
Produtores: Ariella Blejer, Dawn Kamoche
Elenco: Anthony Mackie, Sebastian Stan, Wyatt Russell, Erin Kellyman, Danny Ramirez, Emilly VanCamp, Daniel Brühl, Georges St. Pierre e Julia Louis-Dreyfus.
Nota: 4,5/5,0
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