Crítica| Em Um Bairro de Nova York traz representatividade, emoção e esperança

Dia 17 de junho, chegou aos cinemas de todo Brasil,o musical Em um Bairro de Nova York  (In the Heights).

E a Warner convidou o QN para uma pré estreia exclusiva do musical, confira agora nossa crítica.

O filme é uma adaptação da peça homônima de mesmo nome, com músicas de Lin Manuel Miranda também  presente no elenco, que foi uma das mentes por trás de Hamilton.

O filme acompanha uma comunidade latina na periferia de Nova York que vê seu bairro se esvaindo com a chegada de novos comércios que ameaçam a essência de suas ruas. Em meio esse caos, conhecemos os protagonistas que buscam incansavelmente pelos seus sonhos.

Presença Latina

Nova York
Imagem: Reprodução

Não há como começar a falar sobre esse filme sem mencionar a representatividade latina presente na produção.  Com sua grande maioria dos personagens latinos, o filme carrega essa presença de países da América Latina nas gírias, na dança, na comida, nos sonhos e nos problemas reais de muitos imigrantes que vivem nos Estados Unidos.

A presença da comunidade latina nos Estados Unidos retratada em filmes tende a ser muito delicada, pois é difícil encontrar tramas que não estejam  carregadas de estereótipos que nada representam essa comunidade. E sabemos que em determinadas produções, além da representatividade ser extremamente forçada, há uma linha muito tênue para tornar esses personagens apenas a “cota” da diversidade.

Apesar do filme trazer questões corriqueiras de imigrantes, como a legalização no país, vemos também os personagens principais fazendo coisas normais do dia a dia, o que é justamente o que queremos ver nas produções, pessoas reais fazendo coisas reais. Afinal, a representatividade não é apenas jogar um elenco diversificado em um filme.

A trama

Nova york
Imagem: Reprodução

A história acompanha principalmente Usnavi ,Anthony Ramos, um comerciante que sonha em retornar para o país natal de seu pai e dar continuidade ao  pequeno sonho. Um quiosque na beira de uma praia.

Enquanto observamos a trajetória de Usnavi, outros personagens e suas histórias são apresentadas e desenvolvidas, com seus próprios sonhos, dilemas e problemas.

Embora alguns personagens façam você revirar os olhos enquanto assiste, os outros compensam com todo o carisma e talento. Nota-se que foram escalados com todo o cuidado para enriquecer a trama da maneira mais estratégica possível, tendo juntado no elenco Lin-Manuel Miranda, Stephanie Beatriz, Dascha Polanco entre outros grandes nomes.

Diferente de outros filmes, a trama não precisa de uma emoção forçada para tocar os telespectadores. A história por si só já carrega a emoção necessária para cativar quem assiste e quando menos esperamos estamos torcendo para que tudo dê certo para cada um dos personagens.

O Musical

Em um bairro de nova york
Imagem: Reprodução

O filme é um espetáculo triunfante musical e visual,  e sem dúvidas chegou para deixar sua marca, com cenas que vão de emocionantes a engraçadas, esperançosas a divertidas. Faz o que um musical tem que fazer, deixar todos os telespectadores com vontade de sair dançando pela sala de estar e pelas ruas.

 Mesmo o elenco alcançando vocais impecáveis, ainda trazem a sensação de pessoas comuns cantando.  

Você começa batendo os pés no ritmo da música e no segundo seguinte se imagina cantando e dançando com o elenco.

Com cerca de dez músicas originais, as canções envolvem a trama trazendo não só emoção mas um complemento perfeito para a cena. As cores presentes na paleta do filme trazem certo conforto e da vida para a trama, que de certa forma combinam perfeitamente com as músicas.

Um Bairro de Nova York tem tudo para se tornar um dos melhores musicais do ano, representatividade latina, emoção e esperança.

Crítica

Título: Em um Bairro de Nova York

Showrunner: Lin Manuel Miranda

Elenco: Anthony Ramos, Lin-Manuel Miranda, Stephanie Beatriz, Melissa Barrera, Ariana Greenblatt, Leslie Grace, Corey Hawkins e Dascha Polanco.

Nota: 4,5/5

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Júlia Oliveira
Redatora d' O Quarto Nerd. Apaixonada por música e séries. Completamente viciada em livros. 'I go to seek a Great Perhaps'.