Crítica | Dickinson é mais atual do que parece

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Emily Dickinson foi uma das maiores escritoras que o mundo conheceu. Estava à frente de seu tempo. Ela escondia um grande segredo. Era apaixonada por Sue, esposa de seu irmão. Como qualquer nome mundialmente prestigiado, a poetisa já teve algumas produções baseadas em sua vida. Mas em 2019, foi lançada uma série original Apple TV+, inspirada em sua vida. Estrelada por Hailee Steinfeld, Dickinson e é mais uma destas produções que gostam de misturar o passado com o presente. 

A série aborda a juventude de Emily, no começo de seus 20 anos, onde procura entender seus sentimentos mais profundos, enquanto sonha acordada com as situações mais bizarras possíveis. Nascida em 1830, a jovem tinha ideias progressistas demais para a época em que viveu, o que era um dos principais temas de discussões com sua família, os quais eram republicanos, mas muito diferentes das características do partido de hoje em dia. 

Questões contemporâneas

Foto: Apple TV+ | Crítica | Dickinson é mais atual do que parece

Bridgerton (2020-atualmente) e Reign (2013-2017) são algumas séries de época que usam músicas atuais para fazer o público, de uma forma ou outra, se identificar. Já Dickinson, usa não apenas as músicas, mas também, um linguajar mais informal e referências da cultura pop para entreter e tirar boas risadas do público. 

Até mesmo o rapper Wiz Khalifa faz uma ponta na série, como o personagem “Morte”. Toda vez que Emily tem pensamentos obscuros, ele chega em sua carruagem para conversar com ela, e é claro, tudo vem da imaginação da jovem. 

Aliás, a depressão é um assunto recorrente na série, principalmente nesta segunda temporada, já que Emily está passando pelo luto de Ben Newton (Matt Lauria), e a sua falta de inspiração, agora que Sue (Ella Hunt) casou com o irmão mais velho dos Dickinson, Austin (Adrian Enscoe). 

A sexualidade feminina é tratada de uma forma um tanto quanto interessante aqui. A irmã mais nova da família, Lavinia (Anna Baryshnikov), volta muito mais madura neste segundo ano de série, e sabe muito bem o que quer. 

Considerações finais

Falando um pouco sobre o contexto da época, Dickinson se passa em 1850, 11 anos antes da Guerra Civil Americana, que começou em 1861. Enquanto os republicanos eram contra a escravidão, os democratas eram a favor. Esta é uma questão mostrada na série. Austin e seus amigos estavam com medo nos últimos episódios, pois sabiam que iriam lutar na guerra. E Lavinia desistiu de se mudar para o Sul dos EUA, já que a escravidão ainda era praticada lá.

As últimas cenas da série deixou os fãs muito felizes. Emily teve um final de temporada feliz, após tanto sofrimento. Durante os episódios 8 e 9, a jovem se tornou invisível após Sam Bowles (Finn Jones) publicar seu poema no jornal.

Já está confirmada para uma terceira temporada, mas ainda não tem uma previsão de estreia. Confira o trailer da série:

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Título: Dickinson (2019 – atualmente)

Showrunner: Alena Smith

Criador: Alena Smith

Elenco: Hailee Steinfeld, Anna Baryshnikov e Jane Krakowski

Nota: 5/5

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Camila Ferreira