Crítica I Dezesseis Facadas tenta reinventar o gênero slasher com viagem no tempo

Com a direção de Nahnatchka Khan, Dezesseis Facadas é a mais nova adição à moderna coleção de filmes de terror que satirizam outras obras do gênero, como A Morte Te Dá Parabéns (2017) e Freaky – No Corpo de um Assassino (2020). Aqui, o clássico subgênero slasher tenta se reinventar ao adicionar a dinâmica de viagem no tempo para estabelecer a premissa do enredo: um assassino conhecido por esfaquear suas vítimas dezesseis vezes volta à ativa após 35 anos, mas a protagonista Jamie (Kiernan Shipka) ganha a chance de voltar no tempo e impedir que sua onda de assassinatos comece em 1987. 

Tocando no assunto de viagem no tempo, infelizmente o roteiro não se esforça muito para justificar a existência do fenômeno e suas consequências, o que requer uma certa suspensão de realidade por parte dos espectadores para que fiquem imersos na narrativa. Além disso, vários acontecimentos são apresentados e em seguida resolvidos com pouquíssimo desenvolvimento dos personagens, o que deixa o ritmo do filme um tanto quanto apressado e frustrante.

Imagem: Reprodução

Para piorar a situação, o filme usa muitas referências com a finalidade de explicar elementos importantes da história para os outros personagens, e indiretamente para quem está assistindo também. Isso acontece por meio de comparações a obras como De Volta para o Futuro (1985) ou Pânico (1996), o que parece uma alternativa sem profundidade apenas para referenciar filmes nostálgicos. 

Por outro lado, os paralelos que o filme traz entre os anos de 1987 e 2023 são bem interessantes, principalmente ao introduzir os personagens adultos nos dias atuais e em seguida apresentar suas versões adolescentes no mesmo colégio da protagonista. Afinal, grande parte do humor do filme se escora nas diferenças geracionais entre Jamie e as pessoas que ela tenta salvar, levando em conta que os anos 80 era uma época mais conservadora e o filme faz questão de lembrar disso a cada cinco minutos.

Por fim, as sequências de ação e suspense de Dezesseis Facadas – fundamentais em qualquer filme que se considera um slasher – deixam bastante a desejar, com poucos momentos marcantes de perseguição. O que salva mesmo é o mistério por trás dos assassinatos, que realmente prende quem está assistindo ao ir revelando pistas e fatos que levam ao satisfatório desfecho da obra.

Crítica: Dezesseis Facadas

Direção: Nahnatchka Khan

Roteiro: David Matalon, Sasha Peri-Raver, Jen D’Angelo.

Elenco: Kiernan Shipka, Olivia Holt, Troy Leigh-Anne Johnson, Liana Liberato, Charlie Gillespie, Kelcey Mawema.

Nota: 3/5

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Bruno Andrade