Crítica | Dash & Lily mostra as inseguranças da adolescência

Num momento – e ano – tão incomum como está sendo 2020, tudo que queremos após um dia cheio afazeres, é assistir um filme ou série que vai confortar nossos corações de tudo que está acontecendo na vida real, sendo um escape da nossa realidade. E principalmente se este tiver como tema principal a melhor época do ano: o Natal. Percebemos que o fim de ano está chegando quando produções com temas natalinos começam a ser lançadas. E hoje (10), a Netflix lançou uma série de oito episódios chamada Dash & Lily. Esta é uma adaptação do livro jovem adulto, O Caderninho de Desafios de Dash & Lily, escrito por Rachael Cohn e David Levithan

Lily (Midori Francis) é uma adolescente que busca o amor. Ela sempre gostou muito das festas de fim de ano e quer encontrar alguém com as mesmas paixões. Então seu irmão mais velho encontra uma solução para achar a outra metade da garota: escondendo um caderno vermelho no meio das prateleiras de uma grande livraria em Manhattan, a The Strand, e este, está cheio de mini desafios para quem o encontrar.

E neste meio tempo, o mundo de Lily vai abaixo quando sua família inteira resolve passar as férias separados: seus pais foram ter uma segunda lua de mel em Fiji, o avô para Flórida e seu irmão está muito preocupado com o novo namorado. Mesmo assim, em nenhum momento ela para de acreditar na magia do Natal.

Já Dash (Austin Abrams), é um garoto solitário que odeia o Natal e tudo que o feriado proporciona. E quando está em sua livraria favorita, encontra um caderno vermelho onde propõe ele a um desafio. Assim, sua pausa escolar de final de ano não vai ser como imaginava, se escondendo de seus pais e colegas que não está nem um pouco afim de encontrar.

Deste modo, esses dois adolescentes vão começar uma grande aventura juntos, porém separados. A comunicação que eles encontram é, através de palavras no caderno, mostrarem seus lugares favoritos na cidade e assim criam uma grande conexão. Eles se sentem cada vez mais instigados em se conhecerem melhor, mas aqui nesta série, a insegurança é o maior vilão!

Na metade da temporada descobrimos o que aconteceu no pior Natal da vida de Lily, e como isso afetou seu desenvolvimento em criar relações com outras pessoas de sua idade. Ela adora idealizar, adora os personagens fictícios de seus livros favoritos, mas na hora de se relacionar com outra pessoa real, ela tem medo das pessoas não gostarem de sua personalidade extravagante.

Dash & Lily é sobre encontrar o seu lugar no mundo

A verdade é que, Dash & Lily abraça vários elementos que já vimos – e amamos – de filmes clichês do gênero comédia romântica. A protagonista feminina é o que chamam de “manic pixie dream girl”, que seria aquele tipo de personagem que só existe em filmes. Suas maiores características é ser meiga, sensível, “diferente das outras meninas de sua idade”, e é completamente idealizada pelos homens, uma projeção de tudo que o seu futuro par romântico deseja. E bom, é assim que Dash imagina Lily antes de conhecê-la. Ele simplesmente não estava pronto para a realidade.

Divulgação: Netflix | Crítica: Dash & Lily

No decorrer dos episódios descobrimos o motivo real de Dash não se familiarizar com o Natal, pois foi quando seus pais contaram a ele que iriam se divorciar e também por sua relação um pouco quanto conturbada com seu pai, que não entende as dificuldades do garoto. E chega ser incrível a evolução do personagem neste quesito, pois por influência de Lily, ele acaba criando um laço especial com o feriado, e acaba virando uma pessoa menos ranzinza.

Desde o primeiro episódio é notável que Lily não se encaixa nos padrões, e percebemos que por ela passar muito tempo com sua família, não tem um grande círculo de amizades. E ela questiona o motivo disso diversas vezes na série e até apresenta um grande problema com sua ansiedade, deixando a adolescente ficar com várias dúvidas em deixar ou não Dash entrar em sua vida.

A personagem interpretada por Francis é uma mistura de outras que estamos familiarizadas, Lara Jean, de Para Todos os Garotos que Já Amei (2018), por ser tímida e antissocial; e Louisa Clark, de Como Eu Era Antes de Você (2016), a qual vemos uma certa semelhança no estilo, já que de alguma forma, quer estar destacada entre as pessoas, com todos aqueles vestidos e casacos natalinos extravagantes.

A série também nos transportam para os principais pontos de Nova York, como o Grand Central Terminal, a Macy’s localizada na Harold Square, o Museu Morgan e é claro, a livraria onde começa a história de desencontros do casal, a The Strand. Este é aquele tipo de produção que amolece o coração e abraça o espírito de Natal mesmo estando no começo de novembro.

Os oito episódio da série estão disponíveis na Netflix.

Crítica Dash & Lily

Direção: Joe Tracz Elenco: Austin Abrams, Midori Francis, Dante Brown, Glenn McCuen e Keana Marie

Nota: 4,5/5

Avaliação: 4.5 de 5.

Confira abaixo o trailer de Dash & Lily:

https://www.youtube.com/watch?v=rCJx5nPmRpo

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Camila Ferreira