Crítica | Dançarina Imperfeita se perde na imperfeição da personagem

Dançarina Imperfeita

A Netflix lançou, hoje (07), a sua mais nova comédia, Dançarina Imperfeita. O filme de Laura Terruso traz no elenco principal Sabrina Carpenter como Quinn, Liza Koshy como Jas, Jordan Fisher como Jake Taylor e Keiynan Lonsdale como Juilliard.

Dançarina Imperfeita inicia-se com Quinn focada em entrar na Universidade Duke, e até aquele momento de sua vida ela parecia ter tudo sob controle, porém, suas ações voluntárias, notas altas e talento como violoncelista não era o suficiente. Para a reitora de Duke (Michelle Buteau), ela era apenas como todos os outros candidatos, é então que Quinn decide mentir dizendo que participava da equipe de dança da escola. E para cobrir sua mentira, Quinn precisa aprender a dançar para entrar na universidade dos sonhos.

E não, o resumo acima não é de um filme da Disney, mesmo parecendo com Zapped, estrelado por Zendaya – especialmente pelo fato da principal não aceitar ser excluída da equipe principal e criar seu próprio time com dançarinos amadores -.

A personagem de Sabrina também não é a mais cativante – até o antagonista, Juilliard, consegue ser mais carismático -, e é facilmente ofuscada por Jasmine e Jake, Quinn é igual a qualquer outra personagem desastrada e estudiosa que já vimos em outras produções

(Imagem: Work It)

Mesmo sendo descrito como comédia, Dançarina Imperfeita está mais para um drama adolescente. Todo o humor do filme é, basicamente, definido como “vergonha alheia”. Os personagens passam por momentos que são tão desconfortáveis de assistir, que o telespectador acaba rindo. O que é uma pena, já que o talento de Liza Koishy para a comédia não foi bem aproveitado.

O filme não traz uma moral, durante toda história a personagem apenas magoa todos ao seu redor, além de não aceitar quando algo é negado. Logo no início do filme, após ter sido rejeitada na equipe, Quinn pede para Jas também se retirar e ajuda-lá a iniciar uma nova –  mesmo que isso pudesse anular todas as chances da amiga de ir para uma boa universidade. E este não é o único momento em que a personagem se mostra irresponsável. A mesma também utiliza, sem pagar, o estúdio onde Jake Taylor trabalha, fazendo com que o mesmo seja demitido. E mesmo com os esforços que seus amigos fizeram, Quinn larga tudo no momento que percebe que talvez não seja boa, e que aquilo poderia arruinar seu futuro – deixando todos na mão.

Em relação ao romance de Quinn e Jake Taylor, não dá para negar a química entre os dois atores. Mesmo tendo sido desenvolvido rapidamente, é fácil começar a amar o casal. Jordan e Sabrina entregam cenas de romance lindas, e quando agregadas à dança, são de derreter o coração.

A produção deixa a desejar no roteiro da trama, fazendo com que a história não possua um climax interessante – apenas a personagem parando de dançar por conta das notas -. E mesmo sendo um filme sobre determinação e trabalho em equipe, a personagem principal é egoísta, e não precisa lidar com a consequência de seus atos – igual Sierra Burgess Is A Loser -. A Netflix exagerou na “imperfeição” de Quinn, e acabou confundindo com falta de noção.

Apesar do filme não apresentar nada novo – e ser bem sessão da tarde -, Dançarina Imperfeita conta com um elenco tão talentoso e carismático que torna o longa muito divertido de assistir.

(Imagem: Netflix)

Crítica: Dançarina Imperfeita

Direção: Laura Terruso

Elenco: Sabrina Carpenter, Jordan Fiser, Liza Koshy e Keiynan Lonsdale

Nota: 3,5/5

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Karina Sena