Crítica | Cinderella é inspiração para a luta feminista

Crítica | Cinderella é inspiração para a luta feminista

Saiu ontem, 3, na plataforma de streaming da Amazon Prime Video, a nova readaptação de Cinderella. Dessa vez, a quem faz a princesa é a Camila Cabello, estreando como atriz no mundo hollywoodiano. Assim como as outras histórias sobre a princesa tão amada da Disney, a versão de 2021 é uma readaptação. Mas, sem dúvidas, a Cinderella de Camila é a melhor adaptação de todas.

É claro, a essência da história não sumiu dessa nova versão. Mas, o feminismo e a luta pelos direitos da mulher está muito mais presente. O que deixa a história ainda melhor. Confira o trailer:

O filme conta a história de Ella, interpretada por Cabello. E, diferete do desenho original, suas irmãs não são tão malvadas com ela. Aliás, no filme, as duas servem bastante como o alívio cômico. Mas, a clássica madrasta existe, e dessa vez é interpretada por Idina Menzel. Apesar de ela ser uma pessoa ruim com a Cinderella, Vivian é só frustrada com os seus sonhos que não se realizaram. Assim, ela tenta proteger Ella de todo o mal que o mundo pode oferecer.

Claro, de forma completamente errada, inclusive atrapalhando todos os sonhos da menina. Mas, ao longo da história, o telespectador entende o porquê ela age dessa forma. A história não é muito diferente do desenho. Ella consegue um convite para o baile onde o príncipe procura a sua princesa. Mas, Ella não consegue ir e sua fada madrinha, interpretada por Billy Porter, a ajuda chegar no salão. Os feitiços acabam à meia noite, e depois é a clássica busca do príncipe pela Cinderella.

O feminismo

O feminismo é algo bastante presente nessa versão de Cinderella. Tanto que a personagem da Camila tem um sonho no qual o sistema de reinado que ela vive acha errado. E essa busca incansável para realizar seus sonhos é um motivo de chacota pela sociedade. Inclusive, Ella acha ridículo demais o principe estar em busca de alguém para se tornar rainha. O feminismo é algo bastante presente nessa versão de Cinderella. Tanto que a personagem da Camila tem um sonho no qual o sistema de reinado que ela vive acha errado.

É então quando conhecemos duas personagens para lá de importantes nessa readaptação. A irmã do príncipe, Gwen (Tallulah Greive), e a rainha Beatrice (Minnie Driver). As duas têm um papel fundamental em convencer o rei Rowan (Pierce Brosnan) em deixar de ser tão machista e de seguir as regras tão contra os direitos da mulher. Tanto que, ao final, Rowan entende que o controle sobre seu filho Robert (Nicholas Galitzine) é impossível porque ele também quer quebrar esse padrão antigo.

Com isso, os cortes que as mulheres dão nos homens, o fato delas lutarem pelo que elas querem. Ou então, o simples fato de todas as mulheres serem livres no filme, isso já é um grande passo e uma grande inspiração para que os direitos das mulheres sejam cada vez mais reconhecidos. Não só isso, mas que elas podem ser quem elas quiserem, e fazer o que elas quiserem. Do jeito delas, no tempo delas. Sem ter alguém para mandar ou deixar de mandar elas fazerem alguma coisa.

A trilha sonora

Entre todo esse movimento feminista e a essência da Cinderella de 1950, a trilha sonora não poderia ser mais perfeita. É um musical com uma mistura de composições originais para o filme, como a música principal (Million To One) que Camila Cabello canta. Mas também, regravações de grandes clássicos como Somebody To Love do Queen e You Gotta Be da Des’ree. A beleza como cada canção se encaixa com a cena deixa o filme ainda mais lindo de assistir.

E claro, como readaptar um clássico da Disney sem ter música, não é mesmo? Não tem uma música que não se encaixa no filme. Muito menos alguma coisa que não faça sentido com o que está acontecendo. Ou seja, a trilha sonora de Cinderella só chegou para somar ao filme.

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Considerações finais

Se você estava esperando uma nova versão do clássico, você vai se surpreender. E bastante! Cinderella é um filme perfeito para refletir sobre o poder da mulher, sobre a corrida pelos seus sonhos, e que o amor pode sim salvar o dia. Mas, para isso, é preciso acreditar e sentir ele na forma mais pura e genuína. Cinderella chegou para provar que um clássico nunca morre, mas que inserir ele na sociedade atual é perfeitamente possível.

É um filme para você se emocionar, chorar, cantar e rir. Um filme que com certeza vai roubar todo o seu coração. E vai apresentar a Camila Cabello para esse mundo da atuação da forma mais perfeita possível. E claro, rompendo barreiras, já que é primeira vez que uma mulher latina faz o papel de Cinderella. Ou seja, se você ainda não assistiu, não perca mais seu tempo!

Crítica | Cinderella é inspiração para a luta feminista

Título: Cinderella

Direção: Kay Cannon

Roteiro: Kay Cannon, James Corden

Elenco:  Camila Cabello; Nicholas Galitzine; Idina Menzel; Maddie Baillio; Charlotte Spencer; Pierce Brosnan; Minnie Driver; Tallulah Greive.

Nota: 5/5

Camila Scovoli
Redatora do QN. Apaixonada pela cultura pop. Não vivo sem música, clipes e documentários sobre música. Amo conversar sobre as teorias dessa indústria. Alexa, play 5 Seconds of Summer.