Crítica | Caminhos da Memória não tem uma história bem desenvolvida

Crítica | Caminhos da Memória não tem uma história bem desenvolivida

Chega aos cinemas brasileiros no dia 19 de agosto o mais novo trabalho de Hugh Jackman e Rebecca Ferguson. Caminhos da Memória é um filme de ficção científica com bastante ação. E, apesar de ser ficção, traz algumas reflexões muito importantes para os dias de hoje. Mas, de longe não é o melhor filme do Hugh Jackman. Confira o trailer abaixo:

A trama se passa no futuro, na cidade de Miami completamente imersa pela água. Porém, todos têm uma vida normal. Os carros passaram a ser barcos, e o dia foi trocado pela noite pela impossibilidade de viver no calor das horas diurnas. Isso é um dos pontos que nos faz refletir, já que o aquecimento global é algo que preocupa muito. E, infelizmente, esse pode ser o cenário daqui a alguns anos se as coisas não começarem a mudar agora.

E em tempos onde todos vivem desesperados para sobreviver, a única coisa boa que parece manter todos sãs são as memórias. É este justamente o papel de Jackman no filme. Ele é o único em Miami que tem uma máquina onde a pessoa consegue se conectar com a sua memória favorita. Ela consegue voltar para um tempo em que a pessoa já viveu e já esteve. É com isso que Nick (Hugh Jackman) e Watts (Thandiwe Newton) sobrevivem.

Entre um atendimento e outro, Nick e Watts conhecem Mae (Rebecca Ferguson). Claro que Nick logo se apaixona, mas, como todos vivem em uma certa ilusão, Nick não percebe que ele caiu em uma cilada. Mas, para desvendar todo o mistério por trás da sua amada, é com as memórias que ele descobre o que aconteceu com ela e porque ela fez o que ela fez.

As Memórias

Pelo próprio título do filme é possível entender que a grande premissa do filme é trabalhar com as memórias. Mas, além delas ajudarem Nick a combater a corrupção que existe entre os barões e o resto do povo, o uso das memórias traz uma reflexão. Várias vezes durante a história, Hugh Jackman fala sobre como as pessoas se prendem às memórias, como o passado pode assombrar alguém. Ou ainda, como o passado pode trazer lembranças boas. E é claro dizer que essa é a parte filosófica do roteiro. Até porque, para ajudar a combater o crime e penalizar uma das pessoas que mais magoou Nick, ele usa justamente a pior recordação do bandido.

O roteiro explora muito bem isso, inclusive faz o telespectador não entender em alguns momentos se os personagens estão vivendo o presente ou a memória de alguém. Mas, tudo é sempre explicado no final, ou seja, não fica uma bagunça e chato de assistir. E a questão da memória é tão importante no filme que ela pode ser usada para literalmente qualquer coisa. Desde encontrar as chaves que foram perdidas – que é como Nick conhece Mae – até descobrir segredos de alguém.

Além disso, o toque de ação é perfeito. Nada muito além do necessário. O suficiente para mostrar Nick sendo o salvador da pátria, já que o grande problema de Miami é os barões serem corruptos enquanto todo o resto da população está sofrendo com vários problemas sociais. Nada muito diferente do que vemos hoje em dia, não é mesmo?

Considerações Finais

Com certeza esse não é o melhor filme de todos, muito menos o melhor trabalho que Jackman já fez. Mas, o elenco como um todo, e o roteiro prendem o telespectador nas quase duas horas de filme. E abordar assuntos delicados mas que também tendem a trazer reflexões para o público é algo que chama a atenção. A direção e os efeitos sonoros também são perfeitos para retratar bem os sentimentos e a tensão de todos.

O final é bem emocionante, mas nada muito surpreendente. Mas, podemos ver que Nick escolheu se prender à memória do grande amor da sua vida. E, como cumprimento de pena – já que cometeu um crime horrível para ajudar a combater a corrupção – ele passa o resto da sua eternidade com quem sempre amou de verdade, Mae. Ou seja, o Caminhos da Memória trabalha muito bem o seu principal assunto.

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Talvez, se a história do filme fosse um pouco mais empolgante, o filme seria melhor. Não que o roteiro seja ruim, mas talvez a ideia da história não foi muito bem desenvolvida. E por isso, a sensação é de que o filme todo teve que ser feito em pouco tempo. Mas, os filmes futuristas são sempre impressionantes por retratar o que pode acontecer de fato com o planeta terra. E isso é muito bem retratado em Caminhos da Memória.

Crítica | Caminhos da Memória não tem uma história bem desenvolivida

Título: Caminhos da Memória
Direção:  Lisa Joy
Roteiro: Lisa Joy
Nota: 3,5/5

Mas e vocês, vão assistir Caminhos da Memória? Nos conte tudo nos comentários!

Camila Scovoli
Redatora do QN. Apaixonada pela cultura pop. Não vivo sem música, clipes e documentários sobre música. Amo conversar sobre as teorias dessa indústria. Alexa, play 5 Seconds of Summer.