Crítica: BLEACH pode ser o início de uma nova fase para os Live Actions de anime

Em uma época onde raramente Live Actions baseados em animes ou video games tem bons resultados, é normal a baixíssima expectativa para “BLEACH“, o longa baseado na obra de mesmo nome criado por Tite Kubo.

A franquia de BLEACH vem exercendo papel baixíssimo nos últimos anos, desde o cancelamento de sua série animada em 2012, e o final duvidoso no mangá em 2016. Boatos sugerem que ambos foram cancelados devido ao baixo desempenho com o público. É seguro dizer que BLEACH não se tornou mais influente em seu país de origem, no Japão, enquanto em países estrangeiros, principalmente os EUA, ainda possui uma influência consideravel.


Após tanta conturbação ao redor da franquia, não é de se suspeitar que este longa fosse um tiro no próprio pé da saga. 




BLEACH” chegou à Netflix hoje, 14 de setembro, sem qualquer aviso. O que foi uma grande surpresa para os fãs remanescentes que aguardavam a chegada do longa por aqui – “BLEACH” estreou no Japão em 20 de Julho -. 


O longa aborda a primeira temporada do anime e os 6 primeiros volumes do mangá, a chamada “Saga do Shinigami Substituto” e consegue entregar todos os principais eventos em quase 2 horas de filme. Na trama, o estudante de 15 anos, Ichigo Kurosaki possui a capacidade de enxergar e falar com espíritos, onde certo dia, uma ceifadora (Shinigami, no original) chama Rukia Kuchiki, aparece em sua casa para eliminar um Hollow – espírito maligno -, sem sucesso, Rukia transfere seus poderes de ceifadora para Ichigo, para que ambos possam sair vivos da ameaça do Hollow.


Nos últimos anos, muitas adaptações de animes e video games foram feitas e poucas caíram no gosto do público, produções como Dragon Ball Evolution, King Of Fighters e o recente Death Note, da Netflix, foram longas (americanos) que “traumatizaram” os fãs em geral. No entanto, o catálogo de Live Actions com produções japonesas são notavelmente maiores, porém poucos chegam a fazer sucesso em países estrangeiros.


A trilogia de “Samurai X” (Rurouni Kenshin, no original) lançada em 2012, Fullmetal Alchemist, de 2017 e até dois longas de Death Note lançado em 2006 são poucos dos títulos que conseguiram atingir uma grande audiência em outros países e serem aclamados pelos fãs de todo o mundo.




Com isso, não é estranho imaginar que uma adaptação tão fiel a obra original e tão bem executada seja o “Batman Begins” ou “Homem de Ferro” dos live-actions, começando então uma nova era de filmes baseados em animes. 


A fidelidade com qual o longa trata a obra original é surpreendente, em pequenos detalhes que possam passar desapercebidos, é notável a intenção de trazer com fidelidade os personagens de “BLEACH” para o mundo real. Como de costume, talvez não seja um dos melhores filmes a se indicar para quem nunca teve contato com o anime ou o mangá, e sim, feito para os fãs. 


A dublagem nacional do filme é algo a ser exaltada, com algumas alterações nas vozes clássicas do anime, a dublagem é parte fundamental dos créditos ao filme. Com algumas adaptações ficam a desejar na tradução de termos, como “ceifador/ceifadora” ao invés de “Shinigami” quando se mantém termos como “reiatsu” e “Zanpakutou“.






O maior acerto de “BLEACH” foi um conjunto de escolhas, desde a escalação de boa parte do elenco, que entregam os personagens com maestria – Com exceções é claro, de Kisuke Urahara –  até a fidelidade em trejeitos e características. Se manter fiel a obra, ao invés de seguir caminhos diferentes para entregar um filme fechado talvez seja o grande diferencial de “BLEACH”, a constante provocação com os fãs de que poderemos ver a saga da Soul Society em um próximo filme é excitante.


Com uma sequência confirmada – e ainda bem já foi confirmada! -, “BLEACH” pode ser com facilidade um novo começo para os Live Actions.

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